Você conhece alguém que precisa estar no controle da situação? Sabe aquele gestor ou colega de trabalho que centraliza as atividades, pois tem receio de que o outro não vai dar conta de fazer? Ou pensa que se não assumir o controle e não ditar as regras, as coisas não vão acontecer?
Pois é, essa pessoa pode estar deixando o sabotador controlador tomar conta de si mesmo. E quando o modo “on” do sabotador está ligado a pessoa gera uma terrível ansiedade e impaciência, para si mesma e para o outro, pois ela quer sempre que os outros façam a sua vontade, aquilo que ela acha que é o melhor caminho.
Esta semana mesmo conversei com um cliente que é diretor de uma área e está tendo dificuldade com seu CEO, que não quer largar o osso do controle. O meu cliente assumiu uma posição que não existia na empresa e algumas atividades ficavam a cargo do CEO executar. Hoje está tendo dificuldade em gerir sua equipe e processos, pois o CEO quer ter o controle de tudo que está acontecendo e não deixa o meu cliente fazer a gestão da forma mais assertiva para os resultados da empresa. Só que o CEO não está percebendo o que está acontecendo, ele está sendo dominado pela voz interna que diz a ele o seguinte: “ou você está no controle ou está fora de controle, se eu trabalhar com afinco o bastante, posso e devo controlar a situação para que transcorra como eu quero. Os outros querem e precisam que eu assuma o controle, estou fazendo um favor para eles”.
Uma das principais características das pessoas que se deixam levar por este sabotador é a forte necessidade de controlar e assumir a responsabilidade, além disso, costuma ser competidor, determinado, direto e confrontador, e sua forma de se comunicar pode ser interpretada pelos outros como raiva ou crítica e aí fica sem entender porque as pessoas se magoam com ele.
O sabotador controlador não permite que ninguém diga pra ele o que fazer, pois não suporta ser controlado por mais ninguém. A ansiedade gerada por este padrão é imensa, e, apesar de o controlador conseguir seus objetivos, geralmente isso ocorre usando (e abusando) das outras pessoas. Só que ao fazer isso, o controlador impede que as pessoas exercitem e desenvolvam sua capacidade de forma plena e isso gera frustração e sentimento de incompetência no outro.
Mas, esse estilo controlador de ser foi desenvolvido como uma forma de sobrevivência, foi aprendido de forma inconsciente para se proteger. E sendo assim, também pode ser modificado e parar de gerar desconfortos para si mesmo e para os outros.
O primeiro passo para isso, é identificar como ser controlador está me atrapalhando no meu dia a dia, em que momentos isso mais acontece. Não há problema nenhum em ter controle sobre as atividades e acompanhar o desenvolvimento e evolução, mas isso passa a ser um problema quando começa a gerar desconforto para si mesmo e para os outros.
Pense em como esse sabotador tem atrapalhado o seu desempenho ou te limitado, traga isso a consciência, perceba no seu cotidiano. E aí me diz uma coisa, o que você mudaria, no trabalho ou na vida pessoal, se a voz do seu sabotador controlador fosse enfraquecida significativamente?
Priscila Timbó
Coach de Carreira e Realização Profissional
Psicóloga especialista em Gestão de Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas, Coach de Carreira.
Seu histórico profissional engloba atuação em consultorias de recursos humanos com foco na área estratégica e de desenvolvimento humano. Desde 2015 atua como Coach de Carreira e Realização Profissional. Criadora do programa online Sucesso na Recolocação.