7 DIAS EM ENTEBBE: NOVA TRAMA DE PADILHA FOCA NA CRIATIVIDADE

O diretor José Padilha traz sempre em suas obras cinematográficas e series questões voltadas por temas sociais e políticos, bem como, o contexto de tramas policiais, vide Tropa de Elite 1 e 2, Robocop, a série Narcos e a recente série O Mecanismo.

Padilha já demonstrou maestria em suas produções. Personagens bem desenvolvidos e detalhados dentro da trama é apenas um dos atributos louváveis de sua direção. A trama de 7 Dias em Entebbe aborda temas delicados, utilizando como principal pano de fundo a história do vôo da Air France no ano de 1976, sequestrado por palestinos militantes e dois alemães que juntos lutavam contra Israel.

A trama é abordada dentro de três arcos narrativos, um com foco nos alemães dentro do grupo revolucionário, a política de Israel e um soldado israelense que participará do resgate dos sequestrados e sua namorada, todos desenvolvidos no desencadear da história.

A fotografia, a trilha sonora e as alocações onde são demonstradas a história é bastante orquestrada e bem-feita, em relação ao roteiro um ponto negativo foi o não desenvolvimento desses personagens que possuíam tanto potencial. A tensão e aflição traduzida nas imagens faz o telespectador mergulhar naquele universo proposto pelo Padilha. O timing é disposto de maneira fluída e bastante dinâmica, deveria haver uma organização na abordagem dos principais arcos narrativos se estes estivessem bem colocados e seus respectivos personagens pudessem ter maiores detalhamentos de seus conflitos e camadas iria funcionar extremamente bem na trama.

Merecem ser citadas também as atuações de Daniel Brühl e Rosamund Pike estão bem em seus respectivos papeis, contudo devido a problemática no roteiro em relação ao aprofundamento dos seus personagens principais não conseguimos ter tanta conexão com os mesmos, mas isso não diminui a dinâmica da trama.

 7 Dias em Entebbe segue a linha da demonstração dos acontecimentos que gerava a repercussão dos fatos ocorridos no ano de 1976 mas, que devido a organização dos principais arcos narrativos acaba desordenando no trilhar de conhecimento do telespectador e sua respectiva conexão com a trama, o filme possui uma ótima trilha sonora marcante e uma boa mixagem de som e traz características de jogos de câmeras típicos das produções de José Padilha, para os fãs do diretor vale muito a pena conferir nas telonas.

Então é isso pessoal! Forte abraço e até a próxima.

LUAN RIBEIRO

Colunista Canal CINEMA & Séries e @CinemaeCompanhia

 

Author

Luan Ribeiro, natural de Mata de São João, Bahia, é como um "protagonista" que decidiu viver em meio aos grandes filmes. Especialista em comunicação, segue guiado pelo seu amor às histórias épicas e sagas cinematográficas, Luan é o criador do @CinemaeCompanhia no Instagram, que ganhou destaque como a editoria do Canal de mesmo nome no Portal ArteCult.com. Para ele, assistir a um filme é como entrar em um multiverso, uma oportunidade de se teletransportar para galáxias distantes ou enfrentar dragões, tudo enquanto escapa da rotina. Luan é um verdadeiro "rato de cinema", acompanhando as estreias como um Jedi em busca do equilíbrio entre a fantasia e a crítica afiada. A cada visita às telonas, ele analisa o enredo, as performances e, claro, traz aquele toque geek que só um verdadeiro fã de cultura pop pode oferecer. Pelo CINEMA & COMPANHIA, ele não só compartilha críticas e curiosidades como também realiza entrevistas dignas de tapete vermelho, sempre com um olhar atento para valorizar o Cinema Nacional e suas produções heroicas. Instagram.com/CinemaeCompanhia E-mail: luancribeiro@icloud.com

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *