A família mais bizarra e sombria da cultura pop, retorna aos palcos do Brasil, após 10 anos desde seu encerramento da temporada em São Paulo.
O musical da Broadway “A Família Adams”, baseada na criação de Charles Adams, assim como diversas outras histórias já feitas desses personagens, sejam nas tirinhas de jornais, na TV ou no cinema, carrega uma crítica sobre o que é ser normal dentro da sociedade em que vivemos, porém dessa vez, mostra que apesar de estranhos, extravagantes e medonhos, os Adams são mais normais do que eles achavam. Isso é contado num divertido e grandioso espetáculo, que até mesmo para aqueles que assistiram a montagem de 2012, vai surpreender novamente com o nível superior da produção, comparada com a primeira montagem.
Para começar, existem pequenas alterações nas letras e na duração delas para se encaixar com a atualidade, os figurinos estão bem diferentes, com destaque ao visual de Mortícia. Seu vestido na versão de 2012 era roxo e agora adotaram a cor preta, sendo mais fiel ao visual padrão da personagem. A maior mudança são os cenários que estão mais refinados, com grande destaque para a mansão Addams. Enquanto que na última montagem a residência era apenas uma pintura feita em uma chapa unidimensional, aqui a produção construiu uma mansão de fato, de tamanho proporcional para comportar o palco e os artistas, no maior estilo casa de boneca, que abre, gira e que revela diversos cômodos dessa enorme estrutura que tem uma presença tão marcante quanto os atores que ajudam a dar vida a essa casa.
Outros detalhes que passa quase despercebido são as pequenas referências que essa produção faz com outros sucessos da Broadway. Estão presentes na trilha sonora desse musical trechos de grandes musicais como West Side Story, O Fantasma da Opera, Sunset Boulevard, Cats, entre outros. São trechos colocados de forma pontuais e que fãs de teatro musical irão identificar, pois são tocados brevemente durante todo o musical.
Em entrevista com o diretor geral, Federico Bellone, ele comentou sobre as mudanças entre a montagem de 2012 e a de 2022, o surgimento da mansão e dessas referências a outros musicais da Broadway:
“Quando você é chamado para dirigir uma produção que não é uma réplica, e sim uma produção nova, inicialmente você tem que se desapegar da versão antiga. Quando fui chamado para dirigir pela Almali Zraik (produtora geral), a primeira coisa que fiz foi perguntar a ela o que o público brasileiro espera ver um espetáculo Broadway, no Teatro Renault em São Paulo: uma grande comédia em uma grande produção.”
“Então a primeira coisa que fiz foi ler o roteiro e, tendo aquilo que a Alma me pediu na cabeça, descobri que o próprio roteiro da Família Addams já desde o começo tira sarro do teatro musical. Fester (tio Chico), por exemplo, quebra a quarta parede muitas vezes, quando você ouve o arranjo musical de ‘A Morte Logo ali na Esquina’, já é por si só uma sátira do estilo ‘Broadway’, aí eu pensei: ‘vamos pressionar esse botão’.”
“Então por exemplo, temos esses musicais que a gente ama, como O Fantasma da Opera, e temos essas coisas dos cenários que todo mundo ama, como o candelabro do Fantasma, o helicóptero de Miss Saigon, e eu pensei, ‘para A Família Addams vamos fazer uma casa gigante que gira e abre!’. Normalmente os shows começam com uma cortina que abre o espetáculo, e nesse show temos 7 cortinas que vai uma abrindo uma atrás da outra, que é uma sátira também, então ficou claro que isso levaria A Família Addams a outro nível, e para fazer isso, a gente poderia usar referências de outros musicais.”
Confira imagens da coletiva de imprensa (Fotos Bruno Martuci):
Embora diversas mudanças terem sido feitas, no cenário, nas letras e até mesmo no elenco, os atores Daniel Boaventura e Marisa Orth, que interpretaram Gomez e Mortícia Addams respectivamente na primeira montagem, retornam para essa nova versão do musical, e apesar das pequenas mudanças feitas, os dois se adaptaram perfeitament, principalmente na coreografia que está bem diferente, parecendo que ambos nunca deixaram os personagens. Depois desse retorno nostálgico (isso é claro, se você teve a oportunidade de ver a versão de 2012) é difícil ver o Gomez e a Mortícia serem interpretados por outros artistas.
Confira trecho do Musical:
Sinopse
Na história, Wandinha (Pamela Rossini) pede para o pai, Gomez (Daniel Boaventura) guardar um segredo de sua mãe sobre seu noivado com um rapaz normal, Lucas Beineke (Dante Paccola), porém, isso coloca Gomez em uma situação de risco, já que em 25 anos de casado, ele nunca escondeu nada de sua amada esposa Mortícia (Marisa Orth). Ela desconfia de algo durante a visita da família de Lucas em sua residência, justamente no jantar que a filha planejou para que as duas famílias tentarem se dar bem, apesar das grandes diferenças e conceitos de normalidade entre elas.
SERVIÇO
- Onde: Teatro Renault
- Quando: Quintas e sextas as 21h, aos sábados as 16h e 21h, e aos domingos as 15h e 20h
- Quanto: Ingressos de R$ 25,00 a R$ 350,00, com ingressos a preços populares disponíveis na bilheteria do teatro a R$ 50,00 (limitados à disponibilidade da casa). Vendas em ticketsforfun.com.br, ou na bilheteria do teatro, sem taxa de conveniência, de terça a domingo, das 12h a 20h.
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