PÂNICO: Uma ótima renovada na franquia de Wes Craven trazendo-a para o terror moderno

 

O primeiro filme da franquia “Pânico”, de Wes Craven, lançado em 1996, renovou o gênero do terror ao trazer uma nova abordagem para o subgênero slasher, algo que, raramente, suas sequências fizeram.

Mesmo que algumas delas tenham proporcionado algum valor entretido, pouco de novidade agregaram à franquia, além do aprofundamento das regras de sobrevivência de uma sequência, trilogia ou remake. Depois do quarto filme e da morte de Craven, diretor de todos os 4 filmes de “Pânico”, a franquia ficou um longo tempo longe das telas, com apenas boatos e especulações sobre um novo filme sendo desenvolvido. Só após 11 anos do lançamento do último filme, “Pânico” volta aos cinemas, com um longa que, finalmente, recupera boa parte da obra original.

Cena de “Pânico” . Foto: Divulgação Paramount Brasil.

A direção de Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett (“Casamento Sangrento”) cria um ritmo curioso, misturando o slasher com elementos do que muitos chamam de “pós terror”. Mantém o estilo da franquia, não deixando cair na reciclagem dos mesmos elementos batidos e ultrapassados, de que o quarto filme tanto abusou, não trazendo nada novo.  Diferente disso, esse novo capítulo dá uma ótima renovada no ritmo. Mesmo nas cenas mais previsíveis, a excelente direção consegue sustentar um bom susto. Seguram-se bem os momentos da emboscada do assassino até o último minuto. Quando, finalmente, o instante chega, é introduzido depois de estabelecerem-se passos lógicos que conduziram os personagens a suas devidas posições para provocar o assassinato.

Cena de “Pânico” . Foto: Divulgação Paramount Brasil.

As mortes são uma das mais inventivas e brutais características da franquia, elevando o nível de gore e violência gráfica. São voltadas para um público mais exigente do gênero e funcionam pela forma explícita com que cada uma delas é mostrada, uma mais visceral e sangrenta do que a outra. Será difícil um fã de terror não agradar-se do que verá.

Cena de “Pânico” . Foto: Divulgação Paramount Brasil.

O roteiro acerta muito bem. Agrada os fãs de uma franquia que, para eles, é intocável, fazendo com que continue parecida com o original, embora sempre esperem algo novo. Ou seja, os fan services precisam existir, satisfazê-los, desde que nunca fiquem melhor do que a obra originária. A forma como aprofundaram isso no enredo foi algo simplesmente genial, trabalhado de modo inteligente, ao estruturar essa visão junto à explicação das novas regras para sobreviver, que todos os personagens estão prestes a enfrentar.

O filme também serve para passar o bastão para a próxima geração, apesar do retorno do trio principal, Sidney (Neve Campbell), Gale (Courteney Cox) e Dewey (David Arquette, que faz, apenas, uma participação), servindo de guias para a protagonista Sam (Melissa Barrera), o principal alvo de Ghostface.  Assim como Sidney no primeiro “Pânico”, Sam tem um segredo relacionado a seu passado, que serviu de motivo para Ghostface começar essa nova onda de mortes. Infelizmente, soa meio forçado o modo como essa informação nos é apresentada.

Cena de “Pânico” . Foto: Divulgação Paramount Brasil.

A introdução desse novo filme é, provavelmente, a melhor desde o primeiro longa. O assassino tem uma abordagem mais amistosa, que gera confiança, e aos poucos vai deixando a conversa mais desconfortável e sinistra, até revelar suas reais intenções. Desde a primeira cena já se nota a brilhante condução da direção, que sustenta toda a cena. Mesmo sendo uma nova versão, adaptada para a atualidade, da introdução do filme de 1996, o terror e a tensão funcionam.

Cena de “Pânico” . Foto: Divulgação Paramount Brasil.

Algo que o roteiro não explica bem são algumas cenas de perseguição em lugares em que é comum a circulação constante de pessoas e que, no momento em que a presença do Ghostface é anunciada, simplesmente ficam desertos. Além disso, existem momentos em que ele liga para a vítima no mesmo cômodo e sua voz não é ouvida fora do celular, mesmo estando escondido a uma distância pequena.

Existem, também, algumas escolhas feitas para compor o desfecho, para fazer-se referência ao filme de 1996, que pareceram meio forçadas. Com isso, fugiu-se, um pouco, do conceito de renovação, prendendo-se à homenagem, que pode agradar ou deixar os fãs revoltados.

Confira o trailer:

Pânico” ressuscita a franquia ao trazer um pouco do terror moderno para o filme, contrariando a visão daqueles fãs que não querem uma obra que não siga os padrões do original, e consegue, novamente, trazer prestígio ao legado dos filmes feitos por Wes Craven.

NOTA: 8

BRUNO MARTUCI

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Colaborador de Teatro Musical e CINEMA & SÉRIES dos sites ARTECULT.com, The Geeks, Bagulhos Sinistros, entre outros.

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