A atriz fala sobre a personagem, que não mede esforços para ajudar o filho Joaquim (Thiago Voltolini/Danilo Mesquita) em seus planos
A manipuladora e ambiciosa Úrsula Alves, personagem de Bárbara Paz na nova novela das seis, é uma mulher de origem humilde que, logo cedo, teve que ganhar a vida sozinha, já que perdeu a família ainda menina. Desamparada, Úrsula recebe abrigo e trabalha como cozinheira na casa da família de Eugênio Barbosa, interpretado por Marcello Novaes. Eugênio, por quem Úrsula é apaixonada, acaba se tornando padrinho de seu filho, o mau-caráter Joaquim (Thiago Voltolini/ Danilo Mesquita).
“A Úrsula, como uma boa mãe possessiva, usa bastante o filho para ensinar o que não deveria e para suprir o que ela não teve em vida. Está gerando uma pessoa bastante ambiciosa, assim como ela, talvez até pior. A criação do Joaquim não foi fácil, mas os dois têm uma relação de cumplicidade, até certo ponto, que a gente vai ver durante a novela, mas é uma relação de cumplicidade muito forte, de um endeusamento que esse filho tem por essa mãe, de uma confiança, uma entrega… Eles viram o jogo mesmo, Úrsula e Joaquim são parceiros no jogo da vida”, explica a atriz.
O filho de Úrsula sonha em se tornar herdeiro de seu padrinho, Eugênio, um homem sério, justo, correto e trabalhador, que nem imagina o que o afilhado é capaz de fazer para alcançar seus objetivos. Ao herdar um bom dinheiro, Eugênio vai propor sociedade a Violeta (Malu Galli), viabilizando a construção de uma tecelagem nas terras do antigo engenho de cana-de-açúcar. Com isso, o interesse de Joaquim também alcança as posses da Família Tapajós, já que sua mãe o incentiva a se aproximar de Isadora (Sofia Budke/ Larissa Manoela) ainda na infância para um dia casar com ela e também herdar tudo.
Confira, a seguir, entrevista com Bárbara Paz, que conta detalhes sobre sua personagem, a relação com Eugênio e o filho e as expectativas para mais uma estreia.
Entrevista com Bárbara Paz
Como você define a Úrsula e em que se inspirou para interpretá-la?
Úrsula é misteriosa, ardilosa, uma mulher ambiciosa, e que tem uma história de vida forte. Não me inspirei em ninguém para fazê-la, simplesmente acho que uma mulher dos anos 40, que passou por essa guerra, que passou por várias coisas num momento da vida em que a mulher não tinha voz, uma pessoa que se cria sozinha, que é mãe solteira tem muitos obstáculos. E falo não só da Úrsula, mas das mulheres em geral dessa época em que se divorciar, separar, ser mãe solteira era incabível, um afronte, era mulher non grata… Então essas mulheres, sim, são as inspirações. Em uma época em que ao mesmo tempo nós, mulheres, sofremos, mas é também um período muito bonito, começando a libertação, dos anos 20, 30 e 40, com movimentos muito importantes para o feminino.
Qual sua expectativa para esse trabalho?
‘Além da Ilusão’ é uma novela leve, suave, uma novela das seis, que conta quase como uma fábula uma história de amor e dor, porque todo amor tem dor, um grande folhetim como deve ser. É uma novela que tem a leveza que um folhetim pode ter, que tem seus lados escuros e claros, como é a vida. Fala dos dois lados de uma mesma história, do que o destino reserva para cada um, e como um pode enganar o outro. Acho que tudo tem um outro lado na vida, nada é uma coisa só, nada é o que parece, sempre tem o outro lado da moeda. Esses dois lados que todo ser humano tem.
Comente sobre a relação de Úrsula com Joaquim.
A Úrsula, como uma boa mãe possessiva, usa bastante o filho para ensinar o que não deveria e para suprir o que ela não teve em vida. Está gerando uma pessoa bastante ambiciosa, assim como ela, talvez até pior. A criação do Joaquim não foi fácil, mas os dois têm uma relação de cumplicidade, até certo ponto, que a gente vai ver durante a novela, mas é uma relação de cumplicidade muito forte, de um endeusamento que esse filho tem por essa mãe, de uma confiança, uma entrega… Eles viram o jogo mesmo, Úrsula e Joaquim são parceiros no jogo da vida.
Comente sobre a relação de Úrsula com Eugênio.
Eugênio é a grande paixão da vida da Úrsula, foi um homem que a ajudou na vida e ela vai fazer de tudo para conquistá-lo, para conquistar esse coração, passando por cima de tudo o que vier pela frente, para poder deixá-lo sozinho no caminho. Essa é a grande meta da Úrsula, conquistar o Eugênio, com tudo o que vem junto.
Úrsula é a grande vilã da novela?
Vilão é uma palavra tão forte, né? Acredito que ela não é só uma pessoa malvada, que vai fazer coisas ruins. Não. Ela é uma mulher tentando sobreviver, tentando ser alguém na vida, mesmo que, pra isso, ela tenha que passar por cima de muita coisa e muita gente. Ela vai fazer de tudo para alcançar o que deseja na vida, que é ser alguém, ter um sobrenome, uma família, uma estabilidade financeira… E aí durante a novela você vai perceber quem ela é. Acho que de vilania todo ser humano está cheio, depende do ponto de vista. Então ela é mais uma.
‘Além da Ilusão’ é criada e escrita por Alessandra Poggi com direção artística de Luiz Henrique Rios. A obra é escrita com Adriana Chevalier, Letícia Mey, Flávio Marinho e Rita Lemgruber. A direção geral de Luís Felipe Sá e direção de Tande Bressane, Jeferson De e Joana Clark. A produção é de Mauricio Quaresma e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.