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Projeto levou oficina de danças populares a moradores do Morro da Babilônia, Rocinha e Realengo.
O Minidoc “Do chão ao céu” será lançado hoje dia 14, às 18h, no YouTube
Durante o mês de fevereiro, o projeto Vivências em Danças Populares, contemplado pela lei Aldir Blanc, com apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, proporcionou encontros com dinâmicas para despertar nos participantes o reconhecimento e valorização da cultura popular brasileira. O projeto foi totalmente gratuito e reuniu mais de 50 participantes, levando vivências de Jongo, Maracatu, Coco.
CONFIRA O TEASER DO MINIDOC:
Hoje, dia 14, a partir das 18h, todos poderão assistir um pouco dessa experiência no minidoc “Do Chão ao Céu“no canal do YouTube:
https://www.youtube.com/channel/UCi2mxes75_mTPf0s_s5OD-g
O projeto foi até as comunidades do Morro da Babilônia (projeto Favela Orgânica), Rocinha (Pré-vestibular Social Só Cria e Biblioteca Parque) e Realengo (Ponto de Cultura Lata Doida), levando história e emoção com os pés no chão e também nas pernas de pau, por meio de oficinas aos sábados e domingos. Para mais informações sobre o projeto, CLIQUE AQUI para ler nossa matéria anterior.
AC ENTREVISTA: BRUNO CEZZÁ E NAT SANT’ANNA
O ArteCult conversou então com os idealizadores do Projeto “Vivências em Danças Populares” , Bruno Cezzá e Nat Sant’ Anna, sobre o projeto e o documentário. Confira a seguir a entrevista:
Rafaeli Mattos (AC – DANÇA) : Diante das dificuldades pandêmicas de reunir as pessoas, como surgiu a ideia do formato das oficinas?
Nesta cena pandêmica, com tantas restrições, a proximidade foi ressignificada. O estar junto é desafio e requer cautela. Os encontros aconteciam antes da pandemia no formato presencial. Entendendo que o cenário sanitário deve ser respeitado, nossos encontros passaram a acontecer também no formato online, além do presencial que foi modificado. Este último, para ser viabilizado, usamos como critério para estar nos encontros pertencer a grupos que já estavam convivendo juntos fisicamente (como família, por exemplo) e ainda assim seguimos os protocolos de segurança. Desta forma, foi possível conexão do projeto Vivências em Danças Populares com um maior número de pessoas, fortalecendo o vínculo e valorizando a proximidade.
Rafaeli Mattos (AC – DANÇA) : Por que da escolha das manifestações do jongo, maracatu e coco, visto que no Rio de Janeiro o samba e o funk carioca estão mais presentes nas comunidades. Como foi a aceitação do público?
Ao iniciarmos a nossa roda percebemos um pouco de estranheza em relação aos nomes das manifestações. Mas, quando entramos no ambiente de conversa e atividades lúdicas, os próprios participantes vão identificando familiaridades com o que eles já conhecem, seja pelo passo de dança, pelo movimento do corpo, por uma batida do tambor ou tudo isso junto. Nossa cultura popular tão plural em suas manifestações tem suas particularidades, que ao mesmo tempo estão interligadas entre si. O jongo, por exemplo, está intrinsecamente ligado com o surgimento do samba carioca, como o funk que tem raízes no maculelê. Buscamos despertar essas interligações de forma sensível nos corpos dos participantes, através de conexões com a cultura ancestral que ainda hoje está presente em manifestações como o funk e samba, entre outras. Acreditamos que por isso os encontros são muito bem recebidos pelos participantes.
Rafaeli Mattos (AC – DANÇA) : Por que a inserção das pernas de pau?
A Nat Sant’Anna, que é uma das idealizadoras e facilitadoras do projeto, desenvolve uma pesquisa de danças na perna de pau há alguns anos. Participou da criação da ala de danças coreografadas na perna de pau do bloco Amigos da Onça. Ainda atuante nesse contexto, também desenvolve trabalhos com danças populares nas alturas (na perna de pau). A perna de pau é um brinquedo ancestral que possibilita conectar o corpo e a mente. Esse brinquedo transborda magia e encantamento, é cativante. Por isso acaba por atuar como uma porta de entrada para outras manifestações como o tambor. Sendo ambos instrumentos ancestrais, a dança e a perna de pau, o diálogo entre eles e com os participantes flui de forma mais orgânica quando estão juntos no mesmo encontro.
Rafaeli Mattos (AC – DANÇA) : Como vocês acham que a vivência em danças populares consegue modificar os indivíduos dessas comunidades nesses tempos pandêmicos? E como foi o feedback depois? Algum caso que queiram destacar?
Nós acreditamos que a arte, em particular a dança, fomenta saúde física e mental. Por isso fomos muito atravessados pelos entrecruzamentos desses aspectos nos encontros.
Sentimos que esse enlace é despertado em nossos corpos durante os encontros e provoca mudanças em nós, facilitadores das Vivências, assim como nos participantes. Nossos corpos se unem ao ritmo do tambor e a mudança acontece quando saímos do estático para o movimento. Saúde, vitalidade e conexão com a ancestralidade são as transformações que percebemos de forma mais imediata. Todos nós saímos modificados porque somos afetados pelas partilhas.As partilhas do projeto são sempre bidirecionais: disparadas por nós que fomentamos as dinâmicas para os participantes e deles para nós, o saldo que produzimos juntos é uma potente rede de afetos, aprendemos muito! Os participantes, que muitas vezes são crianças ou até grupos familiares, nos relatam que esses encontros também foram pulsantes e colaboraram para fortalecer os vínculos afetivos. Difícil destacar somente um caso, cada momento, cada pessoa tem uma energia única.
Posso contar a vocês sobre o encontro em Realengo quando todas as crianças quiseram usar as saias do encontro. Quando digo todas incluo meninas e meninos. Esse episódio ilustra uma verdade que já conhecemos: pré conceito é ensinado e saias são para todos girarem ao som do tambor!
CONFIRA ALGUMAS IMAGENS DO PROJETO E DO MINIDOC
O PROJETO “VIVÊNCIAS EM DANÇAS POPULARES”
Com as vivências em rodas, nos grupos e companhias que compõem o legado da cultura popular, o casal de brincantes Nat Sant’Anna (@natsantanna7) e Bruno Cezzá (@brunocezza.7) desenvolve o projeto Vivência em Danças Populares (@vivenciasdancaspopulares) pensando no movimento de (re)conexão pelo corpo que dança, escuta e sente.
Nat Sant’Anna é artista educadora com pós-graduação em Ciência, Arte e Cultura na saúde pela Fiocruz. Brincante, atriz, dançarina, pernalta (perna de pau), coreógrafa, desenvolve há mais de 10 anos pesquisas nas diversas danças populares brasileiras. Já participou de vários blocos de carnaval no Rio de janeiro: Monobloco, Carmelitas, Maracutaia Terreirada Cearense, Baile todo, Tambores de Olokun ainda atuante em alguns deles. Idealizadora, facilitadora e coordenadora da ala de dança na perna de pau do bloco Amigos da onça e do Projeto @vivenciasdancapopulares. Integrante das seguintes formações coletivas: Companhia Horizontal de Arte Pública – CHAP, Grupo Samba do Pererê, bloco Tambores de Olokun, coletivo Barracão Centelha, gigantes na luta.
Bruno Cezzá é artista educador com graduação em História, pesquisador das manifestações da cultura popular brasileira, compositor, intérprete e brincante. Produziu textos para espetáculos como “Contos de Vó” e “Vida de Viajante”, integrante da Companhia Horizontal de Arte Pública, grupo Samba do Pererê, e do Coletivo Barracão Centelha. Acredita que a música, a arte move diversos sentimentos.
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