A responsabilidade do trabalho, construída desde pequena, levaram Joyce Pereira a ser uma mulher empreendedora.
Joyce Pereira da Silva, carioca, mulher negra, nascida no subúrbio do Rio de Janeiro e com quase 50 anos de vida, é mais uma personagem desse cotidiano calamitoso gerado pelos reveses da vida e acentuado com a pandemia da COVID-19. Sendo assim, teve que se reinventar como todo brasileiro(a) que se preza, e sem deixar a peteca cair. Moradora do Conjunto Manguariba, em Paciência, Rio de Janeiro, desde a infância cresceu ajudando a mãe, na arte de confeitar e fazer doces – “Durante anos meu pai, já falecido, meus irmãos e eu, auxiliávamos minha mãe em suas empreitadas”, dispara Joyce, que conclui – “Quando surgiam as festas e datas comemorativas toda a família tinha que ‘colocar a mão na massa’”.
A responsabilidade do trabalho, construída desde pequena, levaram Joyce a ser uma mulher empreendedora, no campo da gastronomia, mais precisamente, no ramo dos doces, bolos e tortas salgadas. Pois para ela, “participar desses muitos momentos de produção em família contribuíram em muito para que eu fosse despertando esse prazer na área de confeitaria principalmente”.
Com o tempo, teve filhos e como toda mãe e mulher moderna, foi à luta para ajudar no sustento dos filhos e da casa, transformando uma prática familiar em uma fonte de renda para ajudar no sustento da família. Dessa forma, surge o Faísca Doce. Além dos bolos, tortas e doces, outros quitutes são produzidos no pequeno empreendimento, como empadas, tortas salgadas, alguns tipos de pães e pizzas.
“Ao longo da minha vida sempre fiz uma coisa ou outra, na maioria das vezes para presentear, pois sempre elogiaram meus quitutes. Nos dias de hoje trabalho por necessidade financeira”, dispara a empreendedora Joyce.
Inteligente e autodidata, Joyce explica que nunca fez curso algum, diz que cozinhar sempre foi um dom herdado de sua mãe e aguçado pela necessidade da vida, pela curiosidade, por alguns ensinamentos do dia a dia e pela ajuda de algumas pessoas e da internet também. E não para por aí, querendo ir mais além, profissionalizar-se e crescer no seu empreendimento. Com relação a isto diz :
“Tenho interesse em ingressar num curso de confeitaria completo, pois sei que tenho muito a aprender e me aperfeiçoar. Mas hoje ainda não é possível esse ingresso”.
Com relação ao seu empreendimento, o Faísca Doce, Joyce, com muito orgulho, observa que hoje, é o seu xodó, o seu bebê. Com 9 meses de vida, o empreendimento surgiu em maio de 2020, diante da pandemia do Covid 19.
“Sem perspectiva de exercer minha profissão, como Assistente Social, atividade principal, e como segunda ocupação o ramo da beleza; senti a necessidade de buscar alguma atividade para complementar o nosso orçamento familiar. Foi quando enxerguei que não precisava ir à procura de algo novo, até porque não era o momento devido ao caos que havia se instaurado na nossa sociedade, pois tenho um dom, o qual poderia me render frutos”.
E conclui o processo de criação do Faísca Doce dizendo:
“Pedi demissão do emprego, e aí com a ajuda do auxílio emergencial do governo federal resolvi apostar e investir em material para iniciar o trabalho, com a ajuda do meu marido Antônio, meu filho Yago; e ambos realizam as entregas aos clientes”.
E quando explica o que é o Faísca Doce, Joyce é contundente em dizer que o mesmo é de fato um bebê que está em fase de crescimento, cujo nome foi escolhido para levar, preferencialmente, o sabor caseiro aos lares dos consumidores.
“Nesse momento parei para pensar no nome do empreendimento. Foi aí que escutei nitidamente no meu ouvido o nome Faísca Doce. Esse nome tem um significado incrível de muito amor para mim, não foi por acaso sua escolha, foi devido o culto à minha ancestralidade”.
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