Donato (Luiz Carlos Vasconcelos) passou por momentos difíceis quando foi condenado por um crime que não cometeu. O verdadeiro culpado, seu filho Hélio (Raphael Vianna), se calou, não assumiu a culpa pelo atropelamento seguido de morte, e viu seu pai pagar por seu erro durante sete anos, preso.
Donato sabia que tinha sido o filho, mas não perguntou, e a verdade só veio à tona quando Donato contou à Bibiana (Cyria Coentro) a verdade. Não demorou até que os irmãos de Hélio, Marizé (Lívian Aragão) e Felipe (Pablo Mothé), soubessem da história. E a partir daí, Hélio passou a ser rejeitado por toda a família.
Em capítulos que vão ao ar a partir desta quarta-feira, Bibiana diz à Donato que está com vergonha das atitudes recentes do filho. Funcionário de Alberto (Igor Rickli), é ele quem coloca em prática os movimentos do chefe na guerra contra Ester (Grazi Massafera). Apesar de Hélio procurá-la para se explicar, não encontra espaço para conversa. Ele procura, então, Donato e culpa o pai pela relação estremecida com a mãe e com os irmãos. Donato se comove com o desabafo do filho.
Entrevista com Luiz Carlos Vasconcelos
O que você achou da escolha de ‘Flor do Caribe’ para ser exibida em edição especial neste momento?
Eu recebi com muita alegria a notícia dessa reapresentação. É uma novela que todos que participamos ficamos marcados pelo tema, pelo aspecto praieiro… E o meu núcleo com aquela família, pescador, aquela relação conflituosa com o filho, a relação amorosa que o meu personagem tem com a família e com a mulher… Então, foi muito bom saber que ela foi escolhida para ser reexibida no horário das seis. Eu me enchi de alegria com essa notícia.
Qual a importância de Donato na sua carreira? Como se preparou para a personagem?
Teve um peso muito grande positivamente. Havia um retorno muito forte, era comum as pessoas comentarem: ‘Nossa que personagem incrível que você tá fazendo’. Então, ele atinge a alma das pessoas. A relação pai e filho é muito marcante. Todos nós em alguma medida temos uma relação marcante com o pai. E, geralmente, essa relação é mais cheia de problemas, eu mesmo com o meu pai, nos amávamos, sem sombra de dúvidas, mas não havia toque, não havia demonstração de carinho. Já o Donato chegou nas pessoas, e isso era evidente, eu sentia o carinho e a comoção das pessoas com ele e com o personagem. E não tem nada mais prazeroso para um ator do que sentir que o público está torcendo junto pelo o seu personagem.
Aprendeu algo com Donato?
Eu acho que a gente sempre aprende alguma coisa com os personagens que fazemos. No caso do Donato, tem vários aspectos que eu achava incrível na trajetória dele, mas eu acredito que o mais marcante tenha sido a relação dele com o seu filho mais velho. E aproveito para dizer como foi bacana a troca com o Raphael, que fazia meu filho. Tinha o sofrer desse pai que assume uma culpa no lugar do filho. É um aprendizado pra toda a vida, o que um pai é capaz de fazer por amor a uma filho? E como a experiência de um personagem é para toda vida, embora eu não tenha um filho com aqueles problemas e nem tenha uma relação dolorosa e difícil com um filho como do Donato teve com o seu, eu vivia aquilo na pele, eu sentia aquela dor em mim. Talvez tenha sido esse o maior aprendizado, toda dor daquele pai.
Como foi o trabalho com Cyria Coentro?
Nossa, a Cyria é uma querida. Até hoje temos um vínculo de amizade, um carinho. E é uma atriz que eu admiro, ela estaria entre as primeiras que eu destacaria com as melhores. Ela sabe tudo e é uma atriz perfeita em todos os territórios da atuação. Além de ser parceira, sabe? Você tem ali uma contra cena, tem o olho no olho, a cumplicidade. São elogios para a profissional e para a amiga querida que se tornou. Nos falamos sempre, nos encontramos… Uma parceria para toda a vida, é um daqueles presentes lindos que a vida nos dá. Presentes que são para sempre.
Como tem sido sua quarentena?
Tem uns aspectos da dureza que é esse isolamento, mas tem sido muita coisa positiva também, isso no território da casa onde estamos confinados, eu e o meu filho Francisco. Tenho feito práticas que eu não conseguia fazer, como ir fundo na meditação, que desatou os meus sonhos, que eu tenho sonhado muito, sonhos significantes. É incrível essa porta do consciente para o inconsciente. Passamos, a convite de um amigo meu, o Bruno Torres, a realizar uma live às quarta-feira onde falamos sobre tudo: atuação, espiritualidade, os frutos desse isolamento. Então, eu só tenho a agradecer esses aspectos de me voltar para mim mesmo. A própria relação com o meu filho… essa proximidade, agora estamos treinando juntos aqui no prédio.