Aclamado em diversos festivais mundo afora, “Coringa” (Joker) vem sido mencionado como uma das grandes produções do ano por entregar um material inédito, bem executado, repleto de significados e camadas de um dos vilões mais conhecidos do Universo DC. Além de todos esses fatores, vemos uma atuação digna de indicação ao Oscar para Joaquim Phoenix, que abraça esse projeto e se joga de cabeça nesse complexo personagem. O hype que estava nas alturas se justifica, meus amigos. “Coringa” mostra a que veio e promete ser um grande sucesso de bilheteria e um baita acerto dos Estúdios Warner Bros. Confira a nossa crítica (sem spoiler) a seguir.
Com uma direção exemplar do grande cineasta Toddy Phillips, que soube muito bem conduzir o público a conhecer, por um novo prisma, esse personagem tão popular, o filme mostra como são inúmeros os fatores que provocaram o nascimento desse grande vilão: o tecido social que ocupa, seu transtorno psicológico, o bullying que sofria, seus problemas familiares, a depressão, o isolamento, enfim, tudo isso está presente na trama de maneira muito bem conduzida e dosada.
Nesse episódio proposto por Toddy, vemos Arthur Fleck interpretado magistralmente por Phoenix, que trabalha como palhaço para uma agência de talentos e, toda semana, precisa comparecer diante de uma agente social, devido aos seus conhecidos problemas mentais. Após ser demitido, Fleck reage mal à gozação de três homens em pleno metrô e acaba por assassiná-los. Essas mortes iniciam um movimento popular contra a elite de Gotham City, da qual Thomas Wayne (Brett Cullen) é seu maior representante, dando assim, o desencadear de um motim que toma conta da cidade. Depois disso, Arthur necessita lidar com seus maiores fantasmas e conseguir seu lugar naquele mundo.
O filme supera as expectativas em diversos pontos, principalmente por não ter sido divulgado nos trailers nada no que diz respeito à parte histórica do personagem. Então temos diversas surpresas. A apoteose é impressionante devido à combinação de fatores que elevam a imersão na trama, seja pela sua excelente trilha sonora, uma fotografia primorosa através de uma adaptação dos anos 80 (você acredita que aquela cidade é Gotham), além, é claro, de bons planos sequências. Tudo isso potencializa a experiência promovida por “Coringa’.
Mas, se você pensa que isso é o suficiente para entregar um bom filme ao seu público, pensou errado! “Coringa” vai muito além, suas camadas são complexas e trabalhadas de uma forma diferente das versões já abordadas. Aqui o filme foge do arquétipo de filmes de “super-herói” e propõe um mergulho de cabeça para conhecermos de forma aprofundada Arthur e entender como funciona suas frustrações e sua origem, o que viria a torná-lo o “palhaço do crime” de Gotham. O público, assim, percebe que a sociedade, os detentores de muito poder, são cruéis e, por agir dessa forma, fazem com que os chamados “invisíveis” (como é o caso do próprio Arthur) sofram ainda mais e, com isso, a resposta acaba sendo dada na mesma moeda.
Sem muitas delongas, não é válido dar maiores esclarecimentos para que não seja estragada sua experiência nessa rica história.
No quesito atuação, o filme possui como espetáculo à parte a de Joaquin Phoenix, que abraça seu personagem de uma tal maneira que podemos aqui afirmar que ele e Ledger são os melhores intérpretes do papel até hoje. As nuances, seu cinismo, seu grau de psicopatia, tudo isso está presente de maneira alavancada, “WOW”, tudo digno de todas as premiações possíveis. Os demais, inclusive o Robert De Niro (Murray Franklin), Zazzie Beetz (Sophie Dumond) e Frances Conroy (Penny Fleck), desempenham boas atuações.
“Coringa” é uma surpresa daquelas. Essa produção, até o momento, pode ser considerada facilmente como uma das melhores do ano, pela forma que foi proposta, pela sua grandiosidade e pela excelente e exímia atuação de Joaquin Phoenix, tudo resultando em uma grande obra-prima cinematográfica que, com certeza, vale o seu ingresso !!
NOTA : 9,5
LUAN RIBEIRO
ARTECULT – Cinema & Séries
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