‘Se Eu Fechar Os Olhos Agora’: Débora Falabella fala sobre sua personagem e a volta para as minisséries.

‘Se Eu Fechar Os Olhos Agora’ é a nova minissérie da Globo, um thriller psicológico onde ninguém é o que aparenta. A atriz Débora Falabella interpreta a primeira dama, Isabel, uma mulher forte , a base para o marido. Porém, assim como todos os personagens, ela não é o que aparenta. 

Foto: Paulo Tauil

Durante a coletiva que aconteceu na noite de terça, dia 26, no Rio de Janeiro, conversarmos com a atriz que falou um pouco mais sobre o trabalho. A minissérie foi gravada em 2017 e comprada pelo Now, serviço oferecido pela operadora  de TV , NET.  Este foi o primeiro produto comprado para ser exibido antes de todas as plataformas.

“A verdade é que essa minissérie a gente já filmou tem um tempo né, e ai é… a gente fica com um certo distanciamento assim quando a gente lança depois de um tempo, mas é bom também porque daí você vê o trabalho de um outro jeito.”, comentou a atriz.

Inspiração.

Foto: Paulo Tauil

“Ah eu acho que o Manguinha ele tem muitas referências assim né, que ele costumava passar pra gente desses filmes dessa época assim, mas eu acho que o mais interessante assim foi ele ter criado o universo próprio, então apesar de passar nos anos 60, de ser uma cidade teoricamente no Rio de Janeiro, por causa, inclusive porque o livro já conta essa história, é uma história que poderia ser passada em qualquer lugar, assim de uma sociedade que tá meio parada num tempo, mesmo sendo nos anos 60 assim. É nos anos 60, ela é essa sociedade também um pouco regida demais assim nos valores…  Acho que assim, eu tenho uma referência de filmes antigos também que eu sempre assisti com meu pai, de filmes dessa época, mas a gente teve também uma preparação de sala, com o preparador corporal, que nos ajudou também a ir pra essa época, porque não é um ano 60, eu fiz o Nada Será Como Antes, lembra? Que era um anos 60 que era uma mulher um pouco a frente do seu tempo, se passava na capital, na cidade, e essa ela é nos 60, mas é quase como se fosse um pouco antes assim, as mulheres são mais polidas mesmo, tem um gestual diferente, ela ainda é a primeira dama, ela vive de uma aparência muito grande, precisa se colocar naquela sociedade ao lado do marido e estar sempre perfeita, então, a gente tinha uma maneira de fazer totalmente diferente com o corpo, com tudo… O jeito de falar né, o vocabulário também que se usava na época…”

Como falamos no inicio da matéria a atriz interpreta uma primeira dama, devido a isso perguntamos se alguma primeira dama serviu de inspiração. 

“Eu já fiz uma primeira dama né, (risos), né, foi a Sara… Não, mas não… essa era muito específica assim, porque ela era uma mulher que ela vive muito de uma aparência mas que por dentro ela tá vivendo um furacão, um conflito ali dentro, vocês vão ver que é uma série onde todo mundo aparenta uma coisa e meio que… acho que reprime demais os seus desejos e as suas vontades e acaba uma hora dando um grande problema.”

Crédito: Globo/Raquel Cunha

Mesmo sendo uma série ambientada em 1960, os assuntos são muito atuais, principalmente quando se trata da mulher que era muito reprimida. O viver das aparências que se faz muito presente, também apresenta uma sociedade embebida em segredos.

“Acho que assim… acontecem coisas na série depois por causa disso, né, porque todos os personagens na verdade se revelam, mas eu não posso falar porque vou dar um spoiler gigantesco, mas eu acho que sim, acho que isso é que é o grande barato da série é esse, é mostrar pra sociedade que diz que é uma coisa e que se coloca e se mostra de uma forma super conservadora, mas todos ali tem teto de vidro e todos ali né, tem algo ali de obscuro, de secreto, ou de transgressor, cada um de um jeito. Eu ia falar assim… Naquela época os homens matavam as mulheres… Mas continuamos, que beleza né minha gente, mas assim, era explícito, hoje também, então olha só como tá tudo igual. Não tem muita diferença, é triste.”

Débora também comentou o que mais a assusta nessas semelhanças entre o passado e presente. 

“Acho que é essa sociedade voltando a ser tão conservadora como ela era sabe? Depois de tantos avanços, é como se a gente desse um passo pra trás e isso que me angustia assim, porque eu crio minha filha pra viver em um lugar livre, em um lugar né, que ela possa ser quem ela quiser e eu acho que muitas vezes é, acho que muitas vezes eu acho que a gente tá voltando e dando passos pra trás, é isso que me angustia e assim, claro que eu acho que com o passo atrás, cada hora a resistência vai dar um passo a frente de novo e aí acho que assim que a gente vai caminhando né, vai ser sempre nessa dificuldade.”

Crédito: Globo/Mauricio Fidalgo

O Casal 

Casados desde 2012, Débora Falabella e Murilo Benício repetem a parceria nas telinhas.  Dessa vez como um casal que vive das aparências e cheio de mistérios em suas vidas.

“É um casal mais regido pela aparência, eles se gostam porque eles tem que manter uma família, eles já aprenderam a viver naquela sociedade, mas você vê logo no primeiro capítulo que é aquele casal que dorme junto quase que por conveniência, então é uma mulher que tem seus desejos, acho que ele também, e que ela se vê sufocada ali dentro daquela casa, mas ela tá ali a todo custo pra manter aquilo ali, que é muito diferente de por exemplo, o personagem da Mariana, já é uma personagem mais livre e que eu acho que a Isabela até admira, ao mesmo tempo que ela critica, ela admira essa personagem por ser essa mulher mais livre, mais, dizer o que ela pensa mesmo assim essa mulher também tem lá os seus segredos.” comentou a atriz. 

Ela também falou sobre a experiencia em cena mais uma vez. Afinal essa é a segunda série de época que eles fazem juntos.

“Ah gente… Mas é tão diferente… Vocês sabem que na época que chamaram a gente, i ler e falou assim “nossa, é tão, mas tão diferente, que não tem muito como fazer nem uma relação, então acaba sendo mais um desafio né, e você trabalhar com quem você gosta é muito legal assim, principalmente com quem você admira em cena, eu tenho uma companhia de teatro que eu trabalho com as mesmas pessoas há 13 anos, então assim, porque não você não pode repetir parcerias que se dão bem fora da tela e dentro da tela na tela de novo e reinventar, vocês vão ver que é completamente diferente de Saulo e Verônica que era do Nada será como antes.”

Foto: Paulo Tauil

‘Se Eu Fechar Os Olhos Agora’ é baseada no romance escrito por Edney Silvestre, Falabella contou se já conhecia o romance publicado à dez anos atrás.

“Já… Eu conhecia, mas eu reli e assim, o que eu acho que foi interessante na minissérie, é que ele pegou os personagens que eram citados e que muitas vezes, e ele abriu esses personagens, a minha personagem, por exemplo, era citada mas ela não tinha tanto desenvolvimento da história né, ela era um pano de fundo, e ao mesmo tempo um personagem importante, mas que você não ia, você não falava sobre os desejos dela, sobre as vontades então acho que com a série você entra um pouco no universo daquela mulher.”

 

“A gente tem uma grande missão  no mundo assim, é, de revelar realmente histórias e personagens e causar nas
pessoas esse sentimento de identificação com os dias que estão, o que está acontecendo nos dias de hoje, então me sinto muito feliz e muito privilegiada de poder ser artista e quero continuar exercendo minha profissão no meu país.”

Se eu fechar os olhos agora’ é uma minissérie escrita por Ricardo Linhares com direção artística de Carlos Manga Jr., inspirada no livro de Edney Silvestre. No elenco estão nomes como Antonio Fagundes, Jonas Bloch, Betty Faria, Antônio Grassi, Enzo Romani, Lidi Lisboa, Vitor Thiré, Gabriel Falcão, Marcela Fetter, entre outros. A minissérie estreia na Globo no dia 15 de abril, logo após ‘O Sétimo Guardião’, e vai ao ar às segundas, terças, quintas e sextas, até o dia 30. A partir do dia 08 de abril, a obra estará disponível na íntegra para os assinantes do Globoplay.

Veja o convite da Débora para os seguidores do ARTECULT:

 

 

 

 

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Jornalista por paixão. Música, Novelas, Cinema e Entrevistas. Designer de Moda que não liga para tendência. Apaixonada por música e cinema. Colunista, critica de cinema e da vida dos outros também. Tudo em dobro por favor, inclusive café, pizza e cerveja.

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