
Fotos: Divulgação
Caroline Roehrig: Em entrevista exclusiva ao ArteCult
Reconhecida por sua versatilidade e presença marcante em diferentes linguagens — do teatro ao cinema, passando pela televisão —, Caroline Roehrig vive um momento de celebração. A atriz conquistou o prêmio de Melhor Atriz de Curta Internacional no Los Angeles Brazilian Film Festival 2025, por sua atuação em Tente Sua Sorte. O reconhecimento, segundo ela, simboliza um novo ciclo de maturidade e expressão artística. Entre lembranças de personagens queridas e novidades que vêm aí, Caroline conversou conosco sobre carreira, conquistas e próximos passos.
Como foi receber esse reconhecimento e o que esse momento representa para você na sua trajetória artística?

Caroline nos bastidores de Tente Sua Sorte
Foi maravilhoso! Tente Sua Sorte é um projeto muito querido e esperado. A gente começou a trabalhar nele em 2018, quando a Guenia Lemos escreveu o roteiro e me convidou para atuar. Desde então, abracei essa história com todo amor — inclusive saí em busca de levantar recursos depois que ele foi aprovado.
Receber o prêmio de Melhor Atriz de Curta Internacional no Los Angeles Brazilian Film Festival foi muito especial, porque reconhece um trabalho que nasceu com tanto afeto. Esse momento representa um amadurecimento. Já ganhei outros prêmios, mas este vem numa fase em que sinto uma vontade muito forte de falar sobre temas que têm relevância para mim enquanto mulher — histórias que dialoguem com outras mulheres e tragam alguma mensagem além do entretenimento. Esse reconhecimento conversa muito com essa necessidade de me expressar sobre assuntos que considero essenciais para a nossa sociedade.
Ao olhar para sua carreira até aqui, quais papéis ou projetos você considera mais marcantes — aqueles que mais a transformaram como atriz e como pessoa?

A atriz como Tambelina no “Sítio do Pica-Pau Amarelo”
Tenho carinho por todos, mas alguns marcaram especialmente. A Tambelina, do Sítio do Pica-pau Amarelo, com direção da Cininha de Paula, foi meu primeiro grande papel na TV e tinha uma doçura muito especial — foi um período mágico da minha vida.
Depois veio a Juliana, do curta Memórias, que me deu meu primeiro prêmio e foi um trabalho muito querido que contou com a direção do André Siqueira. Já no teatro e na websérie Macabra Biblioteca do Dr. Lucchetti, com direção do Paulo Biscaia, interpretei a Vonetta, uma vampira que quer voltar a ser humana — um personagem que adoro porque fala dessa dualidade entre o monstro e o humano que existe em todos nós.
E claro, a mulher de Tente Sua Sorte, que sela uma amizade e uma admiração enorme pela Guenia, que é uma artista incrível e agora uma diretora fantástica.
Você tem uma presença muito versátil, transitando entre diferentes linguagens e personagens. Como escolhe seus trabalhos e o que mais busca em um novo desafio?
Eu gosto de desafios diferentes, porque é daí que vem o crescimento. Sempre que começo uma nova personagem, sinto aquele desconforto inicial, mas é um desconforto bom — porque sei que ele traz aprendizado.
Curiosamente, ainda não fiz muitas vilãs, e tenho muita vontade de viver uma “vilanzona”. Inclusive, tem um curta previsto para o próximo ano em que a personagem passa por essa transição.
Eu costumo dizer que não escolho tanto os papéis — eles chegam até mim. O desafio é sempre buscar a verdade e dar vida a eles com o máximo de humanidade.
O público acompanha com carinho sua evolução na TV, no teatro e no cinema. Que aprendizados desses diferentes universos você leva para os seus próximos passos?
A vida é um aprendizado constante. Cada personagem leva um pouquinho de mim e deixa um pouquinho dele. Estou sempre aprendendo — com os personagens, com os colegas, com os processos.
Acho que sou uma eterna curiosa, uma desbravadora. E isso é o mais bonito de ser atriz: a possibilidade de estar sempre descobrindo, conhecendo, se aventurando. A gente está em evolução contínua, tanto como pessoa quanto como artista. Nunca estamos prontos — estamos sempre aprendendo, na arte e na vida.
Para encerrarmos: o que vem pela frente? Pode adiantar um pouco sobre seus projetos futuros ou sonhos que ainda quer realizar na carreira?
Já comecei a preparação do longa Tantas Coisas Contêm-se o Acidente, da Ana Johann, em que interpreto a Camila — as filmagens começam agora em novembro.
Para 2026, tenho vários projetos engatilhados, principalmente com a Vigor Mortis, companhia da qual faço parte. Entre eles estão o curta A Possessão de Penélope Serena e um curta ainda sem nome, além de Sombra de Kal’Mor, com roteiro de Lucas Mota e João Ferian, que também assina a direção, no qual vivo a Ingrid, uma mãe que passa por uma grande transformação.
Também vem aí Tiradentes, um curta que serve de prova de conceito para um longa slasher, e produções como Rumor (Joana Nin), Doutor Monstro (Marcos Jorge) e Traição Entre Amigas, do Bruno Barreto.
Ah, e pode ser que em breve venha uma nova peça, Desencantadas, da minha produtora. Estou animada e aberta a tudo que ainda está por vir!

Fotos: Divulgação
JU PRESTES
@ju_prestes / @moveinartexpress










