
Coluna de Márcio Calixto

Juliana
Dia 2 de Novembro de 2025. Resgato a memória de quando nos conhecemos, em uma festa da firma. Perto de completar 10 anos daquele momento, percebo como a vida nos faz traçar caminhos tão singelos a ponto de não percebermos a singeleza dos fatos.
Penso que me faltou coragem. Penso que deveria ter me aberto ao Sol daquele momento. Porém, a estupidez da minha não percepção, a não aceitação do Sol das obviedades e da plural sinergia que ali aconteceu e eu relutei em ser mais enfático, mais decisivo. Sim, o erro é meu em não ter tornado a acertada decisão de ali pedir a sua mão para dançar, pra dançar uma vida inteira, que hoje se descortina no feliz cotidiano que temos, com nosso filho, nosso Théo, nossa pequena sutileza divina de dentes largos e sorriso exposto. Nosso menino que pavimenta o que somos, o que temos, o tudo do que queremos.
Deveria ter transformado você em meu lar há muito mais tempo. Por que não fiz? Cegueira? Ambliopia? Astigmatismo particular? Que cores deixei de ver por não ter sido você há muito mais tempo? Não posso apenas colocar a culpa no desencontro peculiar de nossos sonhos, quando eu disse que não queria mais ser pai e você me vendo como o pai de nosso filho. Ele, que agora está aqui, é parte sedimentar de nossa vida.
Agradeço por Deus deixar claro que não devo ser o senhor de meu tudo.
Te amo.
Feliz 4 de Novembro.
Feliz aniversário.
Ah, traz pão!
MÁRCIO CALIXTO
Professor e Escritor

Márcio Calixto. Foto: Divulgação.


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