O FESTIVAL DO RIO termina hoje e tivemos a oportunidade de conhecer um pouco sobre o Festival através do nosso amigo Ricardo Cota.
Conheci Cota quando o entrevistei pela primeira vez quando ele estava a frente da Cinemateca do MAM-RJ. Ele é atualmente, para mim, uma referência em Cinema, com que gosto muito de conversar, afinal sou o chamado “cinéfilo de carteirinha”, apaixonado pela magia e bastidores da Sétima Arte.
Cota lançou recentemente (e fizemos a questão de divulgar) o livro “Até o Último Filme“, que recomendo para todos que amam cinema!
Recentemente, durante a cerimônia de abertura do Festival, ele me contou que uma das principais características da edição desse ano é que temos um grande número de biografias.
Veja abaixo entrevista completa!
FESTIVAL DO RIO: Entrevista com o curador RICARDO COTA
1) Rapha Gomide (ArteCult.com) :Como você descreveria o Festival do Rio 2024 em termos de curadoria? Quais foram os principais desafios e inovações desta edição?
Ricardo Cota: O festival possui uma curadoria focada na diversidade em seus mais amplos aspectos. O objetivo é atingir o maior número de abordagens e de regiões nas seleções competitivas de longas e curtas. O foco no Brasil é primordial, sobretudo devido ao grande número de obras inscritas, aproximadamente 700, o que nos impõe inclusive criar novas mostras, como Retratos e Estado das Coisas.
2) Quais filmes desta edição do festival você destacaria como imperdíveis e por quê? Existe algum tema comum entre eles?
Difícil como curador apontar um grupo de filmes. Ressalto a força dos documentários e o incrível número de biografias que compuseram o Festival. São muitos personagens, brasileiros e internacionais. Brizola, Twiggy, Humphrey Bogart, Noel Rosa, Leni Riefensthal, Errol Garner, Armando Costa…
3) A diversidade é uma característica importante do Festival do Rio. Quais são os filmes ou cineastas internacionais que você acredita que podem ter maior impacto no público brasileiro este ano?
Certamente Almodovar, Lou Ye,Takashi Miike, Marco Risi, Jacques Audiard, Andrea Arnold …
4) A seleção de filmes brasileiros está bastante diversificada. Qual filme nacional você acredita que tem mais chances de se destacar no circuito internacional após o festival?
Kasa Branca, Relato de um Certo Oriente, Malu, Os Enforcados, Vetânia, A Queda do Céu, Apocalipse nos Trópicos…
5) Em termos de atuações, quais performances você considera as mais marcantes desta edição? E o que faz com que essas atuações se sobressaiam?
As atuações fenininas de Emilia Perez, de Jacques Audiar, que venceram o prênuo em conjunto no Festival de Cannes
6) Como curador, o que mais te surpreendeu ao longo do processo de seleção dos filmes para o festival? Houve alguma descoberta que você gostaria de compartilhar?
A força do cinema documentário. No Brasil e no exterior.
7) Como você vê o papel do Festival do Rio no cenário cinematográfico global? O que o evento representa para a cidade do Rio de Janeiro e para a indústria audiovisual brasileira?
O Rio Market é o grande evento da economia nacional dentro do Festival. Este ano encontrou sua acomodação, ao me ver definitiva, no Armazém da Utopia, onde ocorreram rodadas de negócios e conversas com realizadores, produtores, roteiristas e patrocinadores, que apontam para a importância da conjunção de forças do público e do privado no fortalecimento do audiovisual brasileiro.
O ArteCult hoje estará na Cerimônia de Premiação e já gostaria de parabenizar a todos os organizadores dessa edição po excelente trabalho, inclusive no suporte aos veículos de impresa e sites especializados.
Parabéns Cota e todos os demais curadores!
Parabéns Ilda e Walkiria e todos os demais executivos do Festival, vocês arrebentaram mais uma vez.
Parabéns pela matéria.