Imagem: TV Globo / Jornal Nacional
Uma técnica inovadora, desenvolvida por cientistas brasileiros, está mostrando grande potencial na luta contra o câncer. Chamada de “TILT“, a abordagem visa sobrecarregar as células cancerígenas até que elas percam a capacidade de se multiplicar. Este método, ainda em fase de estudo, promete ser uma alternativa poderosa para deter o avanço da doença, oferecendo esperança a milhões de pacientes.
O princípio por trás da técnica é simples, mas inovador. Em vez de atacar diretamente as células malignas, como ocorre com a quimioterapia e a radioterapia, o TILT busca “explodir” o metabolismo das células doentes. Ao acelerá-las de forma excessiva, elas acabam entrando em colapso, sem conseguir prosseguir com sua divisão descontrolada.
O Funcionamento do TILT
De acordo com os cientistas, o TILT é um procedimento que utiliza moléculas específicas para interferir no metabolismo das células cancerígenas, induzindo um estado de exaustão metabólica. Isso significa que, ao serem sobrecarregadas, as células não conseguem mais se reproduzir e acabam morrendo.
A equipe de pesquisadores responsáveis pelo desenvolvimento do TILT ressalta que, apesar dos resultados promissores nos primeiros ensaios laboratoriais, ainda há um longo caminho até que a técnica possa ser amplamente usada em tratamentos clínicos. O próximo passo envolve testes clínicos em pacientes, o que determinará a eficácia do método em diversos tipos de câncer.
Esperança para o Futuro
A nova técnica tem sido recebida com grande expectativa pela comunidade médica. Ao focar em uma abordagem diferente dos tratamentos tradicionais, o TILT pode representar uma evolução significativa no combate ao câncer, sobretudo em casos onde os métodos convencionais apresentam limitações.
Além disso, os especialistas esperam que o TILT, por ser menos invasivo e menos tóxico que a quimioterapia, possa oferecer uma melhor qualidade de vida aos pacientes em tratamento, minimizando os efeitos colaterais debilitantes muitas vezes associados à luta contra a doença.
Como a técnica ainda está em fase de desenvolvimento, será necessário aguardar os resultados dos testes clínicos para entender completamente seu potencial. No entanto, a perspectiva de uma abordagem mais precisa e menos agressiva para combater o câncer representa um avanço significativo na ciência médica.
Fonte: G1.
Sobre o médico brasileiro responsável
O médico brasileiro Matheus Henrique Dias está por trás da técnica inovadora TILT (Terapia de Inibição por Estresse de Células Tumorais), que propõe uma nova abordagem no combate ao câncer. A técnica foi desenvolvida durante seu pós-doutorado no Instituto Butantan, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), e visa sobrecarregar as células tumorais em vez de apenas inibir o crescimento delas. A ideia surgiu após a observação de que o fator de crescimento de fibroblastos 2 (FGF2), que normalmente deveria estimular a proliferação celular, inibe o crescimento de células cancerígenas, causando um estresse replicativo nessas células.
Ao ativar em excesso essa sinalização, a equipe de Dias conseguiu danificar o DNA das células tumorais, tornando-as sensíveis a outras drogas, como a LB-100, que já está em testes clínicos. A abordagem também faz uso de inibidores da proteína WEE1, que normalmente corrige danos no DNA. Com essa inibição, as células não conseguem completar a replicação do DNA, levando-as à morte.
Os estudos foram promissores em tumores colorretais, e os testes se expandiram para adenocarcinoma pancreático e colangiocarcinoma, que são tipos mais agressivos de câncer. A técnica tem potencial para ser um tratamento revolucionário no combate a diferentes tipos de câncer no futuro.
Fonte: VEJA e Instituto Oncoguia.
