
Coluna de Márcio Calixto

SOBRE ALVURAS
O que há a escrever?
Quando a beleza do papel
É a sua brancura
Alvo de candura
Alva, em esplendor?
Amo esse papel branco
Em constância de alvura
Mas alvo de meu desejo sem candura
De escrever sem parar
O que fazer, então?
Despeço-me de meu desejo
Ou despeço da alvura?
Bem,
Se tenho palavras agora,
Já tens minha resposta.

Márcio Calixto. Foto: Divulgação.


Coluna de Márcio Calixto
Author
Professor e escritor. Lançou em 2013 seu primeiro romance, A Árvore que Chora Milagres, pela editora Multifoco. Participou do grupo literário Bagatelas, responsável por uma revolução na internet na primeira década do século XXI, e das oficinas literárias de Antônio Torres na UERJ, com quem aprendeu a arte de “rabiscar papel”. Criou junto com amigos da faculdade o Trema Literatura. Tem como prática cotidiana escrever uma página e ler dez. Pai de 3 filhos, convicto carioca suburbano bibliófilo residente em Jacarepaguá. Um subúrbio de samba, blues e Heavy Metal. Foi primeiro do desenho e agora é das palavras, com as quais gosta de pintar histórias.