MEMÓRIAS
Venho vasculhando com avidez meus pertences nas últimas semanas. Procuro alguma coisa, não sei bem o quê. Agendas antigas, documentos, livros, papéis, pastas, recortes de jornais e revistas, CDs, DVDs e até um caderno onde anotava todos os filmes que via no cinema. Lembranças distantes e frequentemente inúteis. Encontrei também um retrato grande, tirado na década de 1980. Não tenho a menor ideia do instante de nascimento desse registro. Quem o terá feito? Onde terá sido feito? Me vejo elegante, jovem, expressão indecifrável e vaga. Naquela ocasião, meu rosto já exprimia um certo enfado dirigido ao mundo. Nunca fui fotogênico e sempre tive por hábito fugir das câmeras. A perenidade me intimida. Nas mãos, minha própria imagem e a seguinte questão: o que fazer com esse enigma emoldurado?
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Memórias sempre nos acompanham na vida, enquanto as temos somos felizardos.
Que tal acolher com simpatia esse alguém que ainda é você?