Era hora de voltar pra casa. Depois de sair lá do Rio de Janeiro e atravessar a ESTRADA REAL pelo CAMINHO NOVO até Ouro Preto, iríamos retornar pelo CAMINHO VELHO em direção à Paraty/RJ. Essa parte da viagem seria um pouco mais longa, tanto em quilometragem quanto em paradas. Além do que, pelo que havia pesquisado, teria que enfrentar alguns bons trechos em estrada de chão, sem nem mesmo saber as condições atuais. Houve alguma chuva à época, então não daria pra saber se os tais caminhos estavam transitáveis ou não. Mas, alea jacta est… Ou seja: a sorte está lançada.
Como Ouro Preto estava bastante cheio por conta de um evento de estudantes universitários, pelo que me informei, ficamos em uma pousada localizada em Mariana, cidade conhecida pela sua arquitetura barroca colonial e que pertence ao CAMINHO DOS DIAMANTES – destino de minhas próximas férias, com certeza. Pra adiantar o expediente, já fomos lá e pegamos o carimbo…
Em Mariana, ficamos na Pousada da Serrinha (@pousadadaserrinha) e lá adquirimos o Mel da Baronesa que, segundo a proprietária, é de fabricação própria. Aqui vale destacar que Minas Gerais tem se destacado na produção de mel e de própolis. Inclusive, o norte de Minas, por conta de sua produção de mel de aroeira, recebeu o registro de Indicação Geográfica, na espécie Denominação de Origem.
Vamos pra hora boa? Pois é, pra jantar fomos no Restaurante Sinhá Olimpia (@sinhaolimpiarestaurantehotel), local bastante agradável e com ótimo atendimento.
Ali foram dois pratos…
Pra começar, um feijão tropeiro, prato que surgiu no período colonial, quando os tropeiros – carregadores de mulas, gados, cavalos e comerciantes – para se alimentar, durante suas longas viagens, se utilizavam de ingredientes secos e não perecíveis e misturavam feijão com farinha de mandioca, linguiça, ovos, torresmo, cebola e tempero.
E depois veio o bambá de couve. Esse prato, apesar de ser um mineiro “por adoção”, eu não conhecia – embora tenha comido um caldo de fubá que meu pai fazia que até se assemelhava a ele. Pelo que li, esse prato tem origem em Ouro Preto, surgido nas senzalas, já que o trabalho escravo era árduo e tornava-se necessária uma alimentação rica em nutrientes. Feito com o mingau de fubá que sobrava das casas grandes, pedaços rasgados de couve e incrementados com pedaços menos nobres da carne de porco, o bambá dava a tal “sustança” exigida. O detalhe aqui, nesse caldo verde mineiro, é que a folha de couve deve ser rasgada…
De Mariana, saímos e pegamos carimbos – físicos, pois os virtuais são em maior número, muitos deles a gente só obteve por estar próximo, a tal divertida “caça ao tesouro” que mencionei, já que o acesso era complicado, às vezes por meio de trilhas – em Cachoeira do Campo, Santo Antonio do Leite e Miguel Burnier. Esse trecho foi todo feito em estrada de chão e, por sorte, estavam em excelente condição.
Como não iria passar por Glaura, distrito de Ouro Preto, famosa por sua carne de lata, não poderia ficar sem esse insumo. Então, encontrei uma Carne de Lata produzida e vendida pela empresa Xavante Alimentos, de Divinópolis/MG. Pra que não sabe o que é, trata-se de pernil suíno frito e submerso em banha de porco, dentro de uma lata. Essa técnica, utilizada pelos nossos avós, foi criada numa época em que não se tinha geladeira para conservação dos alimentos.
Chegamos em Congonhas, terra do famoso e impressionante Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1985 e considerada a imagem de Minas Gerais.
Além desse tesouro arquitetônico, Congonhas é a terra do Cubu, um tipo de biscoito de fubá assado, enrolado em folha de bananeira e é símbolo da mestiçagem brasileira. A receita surgiu entre os povos escravizados da etnia Cobu (onde hoje se situa Benin) e, inicialmente, era feita apenas com melado de cana e fubá e os cubus eram assados em forno de barro, de influência indígena. Congonhas, inclusive, é conhecida por seu famoso Festival da Quitanda, em que a iguaria é servida gratuitamente há mais 15 anos.
De Congonhas, pegamos carimbo físico em Entre Rio de Minas e chegamos ao município de Lagoa Dourada, oficialmente declarada “Capital Nacional do Rocambole” pela lei nº 14646/2023.
Não, o rocambole não nasceu aqui. Ele é, certamente, procedente da Europa e existem diversas versões para o seu surgimento. Mas em Lagoa Dourada, com seus mais de 300 anos de história, sua origem é bem conhecida. A receita do rocambole é de cerca de um século atrás, e fruto do casamento do libanês Miguel Youssef com a lagoense Dolores. O casal começou a produzir o doce e outros quitutes em um estabelecimento que ficava ao lado do ponto de ônibus da linha São João del-Rei/Lagoa Dourada. Daí em diante, o gosto pelo rocambole passou de geração em geração e se disseminou pela cidade. É lógico que esse item não poderia faltar nas minhas degustações…
Comi, ainda, um salgadinho muito encontrado por Minas Gerais: um palitinho de presunto e queijo… Tradição pura!
De Lagoa Dourada saímos em direção a Prados. Porém, ainda precisaria encontrar um item das minhas anotações: o queijo Catauá (@queijocataua), produzido artesanalmente na região serrana de Cel. Xavier Chaves, que ficava ali próximo. Por sorte, numa das minhas paradas, encontrei e não precisei me desviar do trajeto.
O queijo, que possui a Medalha de Ouro no III Prêmio Queijo Brasil e Medalha de Ouro no Mundial do Queijo Brasil 2019 (Araxá/MG), é elaborado com leite cru e ainda morno de vaca do gado Jersey, direto da ordenha mecânica para a queijaria. E que delícia de queijo, valha-me Deus!
Depois de pegar o carimbo em Prados, chegamos em Tiradentes, cidade pela qual nutro um um carinho especial, pois me traz boas recordações. Se não fossem pelos carros, andando desordenadamente pelo centro histórico, acordar de manhã, abrir a janela e dar de cara com aquela rua em calçamento pé-de-moleque é como voltar no tempo… Uma cidadezinha que, ao contrário de sua vizinha São João del Rey, praticamente encapsulou o passado e o transpira em todos os seus cantinhos.
No dia seguinte, resolvi dar uma olhadinha na situação do carro e nem mesmo o reconheci. Na foto, até parece estar bem mas, ao vivo, deu peninha…
Fomos pegar o carimbo e conhecer Bichinho, um vilarejo que é bem próximo de Tiradentes, cerca de 7 km, com acesso feito por estrada de pedras e possui inúmeras lojas de artesanato, ateliês, oficinas e alambiques. Fiquei sabendo só agora, durante a confecção desse artigo que o nome oficial da vila não é Bichinho, mas Vitoriano Veloso, cujo nome foi dado em homenagem ao único inconfidente negro.
No caminho, passei por ateliês de escultura e pela famosa Casa Torta.
Uma paradinha pra tirar a poeira porque, novamente, ninguém é de ferro, né? Então foi pra conta mais um torresminho e uma porção de pastel de Angu – que já tem a historinha deles nos artigos anteriores – vai lá conferir…
Antes, não poderia deixar de levar uma cachaça da região – no caso, um licor fino de cachaça e mel… Gelado é muito bom!
Em Tiradentes não poderia faltar algum prato com uma famosa uma cactácea trepadeira folhosa, a ora-pro-nóbis, originária da zona intertropical das Américas, sendo possível encontrar variedades nativas desde a Flórida, nos Estados Unidos, a região sul do Brasil. A expressão “ora pro nóbis” vem do Latim, e significa em português “Orai por nós”. Conta a lenda dos tempos coloniais, que na cidade de Sabará em Minas Gerais, a igreja da cidade possuía grandes moitas de ora-pro-nóbis, mas o padre não permitia que ela fosse colhida. Os escravos então aproveitavam o momento das orações na igreja, geralmente bem extensas, para colherem a hortaliça sem serem vistos. (Ler mais: http://www.petagronomia.com/news/historia-do-ora-pro-nobis/).
Eu tive a felicidade de trazer muda de Tiradentes e plantei na casa de minha mãe, em Itanhandu, e no meu sítio de Magé. Para minha alegria, as duas vingaram. Vira e mexe, estou sempre fazendo pratos me utilizando dela…
Mas como conheci a ora-pro-nóbis em Tiradentes, me vi na obrigação de comer um prato na cidade. E lá fui eu de frango com ora-pro-nóbis.
Após pegar os carimbos em Santa Cruz de Minas, São João del Rey e Carrancas, resolvi sair da rota um pouquinho e pegar mais um tanto de estrada de terra pra conhecer um lugar que já tinha em meus planos há muito tempo, só estava faltando a oportunidade. E ela surgiu… Como estava próximo, juntou a faca com o queijo, tava feita a refeição!
Meti o carro de novo no poeirão e fui direto para São Tomé das Letras, que não faz parte da ESTRADA REAL mas, conclui ao final de minha estadia, é parada obrigatória para que está circulando pela área. Não sou místico, crente, ou qualquer coisa deste tipo, mas a energia que o pequenino município emana não se descreve. Se vive…
Tudo, aqui, transpira uma aura mágica, um encantamento – mesmo porque essa é a vibe de (quase) todo mundo que vai lá. São duendes, bruxas, et´s, deuses, figuras mitológicas, se encontra de tudo pelas ruas da cidade e, à noite, então, tudo fica ainda mais agitado. Mesmo eu, um agnóstico convicto, deixei-me levar pela magia do lugar…
Vale mencionar a existência de uma bebida típica daqui, criada em São Thomé das Letras pelo “Mago Odalf”. Trata-se da Cogumelo Azul – e que, hoje, já tem novas “cores” associadas – um grande sucesso, não apenas na região.
E aí foi hora de caçar mais um prato típico. Encontramos na cidade o Restaurante O Alquimista (@oalquimistarestaurantes) que, com toda a certeza, teria vaca atolada, prato que se origina das antigas comitivas boiadeiras, onde era comum os peões levarem a carne mergulhada na gordura, que lhe preservava e garantia a alimentação futura e, no caminho, colhiam mandioca para, mais tardem ser misturada à carne.
Como o nome do prato é algo pitoresco, fui caçar suas origens e encontrei várias explicações populares. A mais comum conta que teria surgido na época dos bandeirantes, por volta do século XVII, quando os tropeiros começaram as expedições em busca de ouro em Minas Gerais. Para a aventura, carregavam num embornal uma carne imersa em gordura, processo que preservava o alimento e garantia o sustento da trupe durante as viagens. Era comum nessas jornadas enfrentar temporadas de chuva e o gado encalhar. Quando isso acontecia, era o momento de fazer uma pausa e comer uma boa refeição.
Mesmo aqui, em uma cidade não pertencente à ESTRADA REAL, encontramos sinais de que outras pessoas tiveram a mesma ideia que eu…
É fato que retornarei a São Thomé das Letras pra conhecer suas cachoeiras… De lá, partimos para Cruzília – mais um trecho de estrada de terra – que é famosa pela queijaria de mesmo nome. Segundo o site https://cruzilia.com.br/:
Fundada em 1948, com uma pequena banca no Mercado Municipal de São Paulo. Com trabalho árduo e no horizonte o sonho de fabricar os próprios queijos, pegou carona no caminho velho da Estrada Real e calhou fazer morada no município de Cruzília/MG, no alto da Serra da Mantiqueira, considerado o melhor terroir do Brasil para produção de queijos finos.
Na esteira da história da produção queijeira no Brasil, ao final da década de 80 foi inaugurada a própria fábrica, aproveitando parte da estrutura do primeiro laticínio da cidade, construído em 1920, quando imigrantes dinamarqueses iniciaram a saga dos queijos europeus no país.
Também por isso a Cruzília é herdeira do milenar conhecimento queijeiro europeu e especialista nos sabores brasileiros. Desta experiência surgem criações autênticas, misteriosas e apaixonantes.
Pra não sair de lá de mão abanando, encontrei o Queijo Santo Casamenteiro, uma criação original e exclusiva, que combina queijo de mofo azul, nozes, damasco e cream cheese, proporcionando um sabor inigualável e textura extremamente cremosa. Foi Medalha de prata no Concours International des Fromages de 2017, na França, produto mais inovador da América Latina em 2017 no Food Ingredients South America Innovation Awards e Medalha Super Ouro no Concours International des Fromages de 2021, na França.
De Cruzília, pegamos carimbos em Baependi e nas estâncias hidrominerais de Caxambu e São Lourenço, ficando a ressalva de que não deu pra degustar todos os tipos de água mineral por absoluta falta de tempo… Dali, pegamos carimbo em Pouso Alto, esticamos até Itamonte, e pousamos em Itanhandu.
Relembrando: nesse mês de março/2024 estarei levando um grupo para fazer a ROTA DO QUEIJO DE ITANHANDU. Nesse projeto piloto, visitaremos: QUEIJARIA SANTO ANTÔNIO (@queijaria_santo_antonio) , POUSADA SERRA QUE CHORA (@serraquechorapousada), QUEIJARIA CINQUENTA (@queijaria50), QUEIJOS ALMEIDA GUIMARÃES (@queijosalmeidaguimaraes), QUEIJOS DI CAPRE (@queijosdicapre), ECILA (@ecilalaticinios) e QUEIJOS DE BÚFALA PÉROLA DA SERRA (@peroladaserrabufala).
Tirando a Queijaria Santo Antonio, que se localiza em Passa Quatro, todas as demais estão situadas em Itanhandu, o que demonstra a potência do município nessa área. Você tem, num só local, todos os tipos de leite – búfala, vaca, cabra, ovelha – distribuído em pequenos produtores que se superam em qualidade e a transmitem integralmente aos seus queijos, reiteradamente premiados, inclusive internacionalmente.
Não me alongarei muito pois a experiência, certamente, há de ser tema de um próximo artigo aqui pro ARTECULT.
De Itanhandu partimos pra pegar carimbo em Passa Quatro, Guaratinguetá, Cunha e, finalmente, Paraty.
Sim, algumas coisas ficaram de fora, como o feijão mix de Passa Quatro, que foi utilizado em uma receita no 1º Festival de Gastronomia e elogiado pelo Chef Olivier Anquier e o famoso pinhão de Cunha. O feijão eu já comprei e já fiz algumas vezes e sempre adorei o resultado…
Em Paraty, que exercia a função de Entreposto Comercial e, também, por sua posição geográfica, porto escoadouro da produção de ouro de Minas para Portugal, tendo sido uma das mais importantes cidades portuárias do século XVIII, a gente encerra o CAMINHO VELHO.
Não sem antes, é óbvio, caçar mais um item da lista: o drinque Jorge Amado, feita com a aguardente composta Gabriela Cravo e Canela. A bebida, feita da infusão de especiarias era consumida pelos paratienses muito antes de Sonia Braga interpretar Gabriela, porém numa versão sem açúcar. Mas, em 1983, durante as gravações do filme dirigido por Bruno Barreto, para destacar a doçura da personagem, foi acrescentado o açúcar, surgindo, então, o clássico que se tem hoje e que é uma das mais consumidas na cidade há quase quatro décadas.
Ainda com informações do site www.mapadacachaca.com.br:
Vale lembrar que o enredo do romance Gabriela se passa em Ilhéus, na Bahia, mas o centro histórico de Paraty, com seus casarões antigos e ruas de pedras irregulares (também chamada de pé-de-moleque), foi escolhido como um dos sets de filmagem. E foi num desses endereços que teria nascido, a partir da aguardente Gabriela, o drink mais amado da cidade, como contamos a seguir.
Diferente da Aguardente Gabriela, o drink Jorge Amado não foi criado durante as gravações do filme, embora alguns relatos sigam nessa direção. O coquetel que leva limão, maracujá, gelo e cachaça Gabriela tem seu primeiro registro oficial 23 anos após as filmagens. Um tributo póstumo ao escritor popular, que morreu em 2001, aos 88 anos.
Em 2007, seis anos após o falecimento de Jorge Amado, a 4ª Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) – que já havia homenageado Vinicius de Moraes, Guimarães Rosa e Clarice Lispector – trazia como tema o legado do escritor baiano. Naquele mesmo ano, um certificado de premiação do XXV Festival de Pinga e Cultura Caiçara de Paraty, datado de onze de agosto, conferiu o primeiro lugar no Concurso de Drinks da cidade a um coquetel denominado “caipirinha Jorge Amado”, de Camila Paiva.
Camila e Andresa eram sócias no extinto restaurante “O Café” de Paraty, que fechou as portas em 2011, após a morte da empresária. Uma outra versão da história que circula na cidade credita a invenção do drink mais amado de Paraty a outro proprietário de restaurante e chef de cozinha que comercializava o coquetel com um nome diferente.
Andresa defende a autoria da irmã dizendo que estava com Camila no dia em que a receita foi criada. “Eu experimentei todas as versões antes de chegar na receita final. Quando o filho é famoso, pai é o que mais aparece”, diz a empreendedora.
A confusão, de acordo com Andresa, surge em função da existência de outros dois coquetéis parecidos na cidade. A Caiçarinha, feita de limão, maracujá e cachaça branca e a Caipirela, uma espécie de caipirinha de limão feita com a aguardente composta Gabriela.
“Essas duas coisas sempre existiram em Paraty, sempre foram da região. A junção delas, pegar o limão e o maracujá da Caiçarinha e misturar com a Gabriela da Caipirela, foi minha irmã quem fez. Ninguém tinha pensado nisso antes”.
Polêmicas à parte, só queria uma coisa: experimentar. E assim o fiz. E para acompanhar, um pratinho com camarão…
Pelo fato de estar escrevendo essa série de três artigos narrando minha aventura gastronômica pela ESTRADA REAL alguns meses após a viagem, é bem provável que tenha escapado esse ou aquele detalhe e, caso eu venha a detectá-los, volto aqui e faço um artigo complementar.
Essa foi, realmente, uma experiência única e muito gratificante. Tanto que já estou me programando para, nas próximas férias, fazer os dois caminhos restantes. É algo que vale a pena, que agrega conhecimento, preserva a história e ajuda no desenvolvimento de pequenas cidades, que acabam ganhando a atenção do turista por conta do roteiro.
Eu mesmo, durante a viagem, fiquei bastante impressionado quando conheci o pequeno distrito de Ouro Preto chamado Miguel Burnier. A princípio, fiquei curioso com o nome do local de coleta do carimbo – “Empopelário Burnier” – mas a proprietária, gentilmente, esclareceu: era uma junção de empório com papelaria e que todo aventureiro da ESTRADA REAL, via de regra, fazia a mesma pergunta…
E mais: contou a história do pequeno lugarejo que, a primeira vista, só parecia ter uma Estação Ferroviária como principal atração – inclusive, crianças brincavam lá, fazendo uma atividade de recreação de alguma escola. Diferentemente de outrora, em que viveu seu apogeu, hoje parecia uma cidade fantasma…
Ela contou que, com a chegada a Gerdau Açominas, no início dos anos 2000, o distrito vem experimentando um acelerado processo de êxodo populacional, além da degradação de seus recursos naturais. Mas que a inclusão de Miguel Burnier na maior rota turística do país certamente deu ânimo novo ao local.
E é isso.
E como disse no artigo anterior, a recompensa vale (MUITO!) a pena.
Então, programe-se e conheça a ESTRADA REAL. É um destino especial, que une paisagens excepcionais, sabores incríveis e o encantamento das cidades históricas. Permita-se ter esse encontro com as nossas raízes.
Espero voltar aqui para contar sobre o CAMINHO DOS DIAMANTES e SABARABUÇU, meus próximos destinos, e poder sentir, finalmente, a sensação de dever cumprido.
A sensação única de ter desbravado a ESTRADA REAL…
Muito bom esse caminho real, com certeza vou fazê-lo.