99 QUASE CONTOS: Roger Monteiro lança livro com fortes e viscerais narrativas

“Carrego na fronte a coroa de espinhos das minhas inconsistências.

Elas sangram, me embotam a vista, tingem de vermelho tudo que é puro e belo. (…)”

Quase conto 39

 

O designer gráfico, artista visual e roteirista porto-alegrense Roger Monteiro apresenta a inédita coletânea de textos curtos “99 Quase Contos” (HorrorVacuo, 2020, 208 págs., R$ 29,99), à venda na livraria virtual Amazon. Conforme o autor, o livro que acaba de sair do forno traz frases desconexas, excertos de obras não escritas e fragmentos de textos que nunca existiram:

“São pequenas narrativas com início, meio e fim, mas nunca as três coisas ao mesmo tempo. Uma leitura rápida e superficial se assim você o desejar; justamente o contrário se você estiver disposto a se arriscar”.

O mundo dos “quase contos” descrito por Roger – que podem ocupar parágrafos ou apenas uma linha – surgem para o autor no meio de outros textos.

“Eu vou escrevendo e lá pelas tantas tem algum trecho que acaba por não se adequar ao escrito, mas que merece ser lido por alguém”, acredita Roger.

Bem diversos na forma, os “quase contos” encontram seu ponto em comum no universo narrativo do autor que costuma girar em torno de personagens densos, em situações-limite. Assim como os 99 “quase contos”, trechos que não se encaixaram em escritas maiores, “os textos são tão marginais quanto os personagens que eles retratam”, conclui.

99 Quase Contos” conta com prefácio assinado por Neusa da Silva Matte, professora doutora em Literatura Comparada pela UFRGS, que define a escrita de Roger como ‘um texto tapa-na-cara da hipocrisia’.

“Poucas vezes li um texto tão dolorosamente real. Faz acordar o incauto e o covarde, e se mostra como um espelho que faz arder os olhos”, afirma a docente, categoricamente.

Para ela, o escritor seduz o leitor e, aos poucos, o torna cúmplice de seus vícios e virtudes para vencer a solidão. “E vence”, garante Neusa.

A capa com inspiração Pop Art é assinada por Humberto Nunes. Já o arrojado e “provocador” – como tudo que faz – projeto gráfico é do próprio escritor, em mais um reflexo do seu espelho. Artista e designer, Roger Monteiro não entrega apenas fortes e viscerais narrativas diretas nessa publicação, mas uma obra de arte pensada para o papel das páginas, construídas e numeradas de trás para frente. Seja nas artes visuais, no cinema ou nas letras, o autor consolida um estilo de representar o que observa.

 

Trecho

Sempre se orgulhou de caminhar altivo até o patíbulo. Todas as vezes que morreu, vítima dos monstros, que ele mesmo alimentara, sentiu o cair da lâmina como alguma canção estúpida de triunfo. Nunca hesitou em sacrificar a realidade satisfatória, pela fantasia excepcional. Viveu a pantomima. Se tornou máscara. Por mais que os guizos, tilintando em seu chapéu, traíssem sua verdadeira posição naquela corte, seu espelho refletia o cavaleiro. Foi quase feliz de verdade. Foi plenamente feliz de mentira. (Quase conto 98)

 

Sobre o autor:

Roger Monteiro nasceu na Porto Alegre do final dos anos 70. É designer gráfico, artista plástico, fotógrafo e roteirista, não necessariamente nessa ordem. Define a si mesmo como um provocador profissional. Acredita no rock’n’roll e desconfia que, quando está 100% certo a respeito de algo, não está fazendo o seu trabalho direito. É casado com Olívia. Pilota uma motocicleta velha chamada Lady Luck. Em 2018, lançou com Felipe Basso “Junho, Fragmentos de uma Revolução Flashmob” (HorrorVacuo, 94 págs., R$ 29,90). É um dos autores de “Desconstruindo Marcas” (Entrementes Editorial, 2012, 68 págs.). Roteirizou diversos curtas-metragens, entre eles o premiado “Kassandra” (2013) que também deu origem à graphic novel “Kassandra – Versos do Silêncio e da Loucura” (Independente, 2014, 39 págs.). Nas artes plásticas, “Porn?No.Graphics” (2014) e “Mutabilis” (2020) são alguns dos títulos de suas exposições individuais.

 

Sobre selo HorrorVacuo:

Uma editora de conteúdo que tomou para si a missão de preencher o vácuo cultural onde quer que ele se forme.

Mais: Facebook @horrorvacuoeditora

 

Capa do Livro 99 Quase Contos. Clique para comprar! (Foto: Divulgação HorrorVacuo)

Sobre a publicação:

  • Capa: Humberto Nunes
  • Projeto gráfico: Roger Monteiro
  • Revisão: Renato Deitos
  • Arte final: Ricardo Lilja

 

 

Serviço:

99 Quase Contos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Author

Redação do Portal ArteCult.com.   Expediente: de Seg a Sex - Horário Comercial.   E-mail para Divulgação Artística: divulgacao@artecult.com.   Fundador e Editor Geral: Raphael Gomide.  

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