A Fera na Selva: Um filme interessante, mas que anda e anda em círculos

O filme “A Fera na Selva” é dirigido por Paulo Betti, Eliane Giardini, Lauro Escorel, e o roteiro é comandado também por Paulo Betti e Eliane Giardini, além de Rafael Romão e Luiz Arthur Nunes. A trama é visualmente bela, com uma trilha sonora incrível, porém deixa a desejar no roteiro que gira em torno de um único assunto.

O longa-metragem é inspirado na novela do escritor norte-americano Henry James (1843-1916), na qual conta a história de um homem que espera por um acontecimento que vai mudar a sua vida. É como uma assombração que o mantém a espera de algo grandioso, seja algo muito bom ou algo de muito sofrimento. Ou seja, ele não sabe o que irá acontecer, porém adota isso como o objetivo da sua vida.

Paulo Betti e Eliane Giardini em “A Fera na Selva”. Foto: Divulgação.

A narrativa inicial é muito bem construída, assim como os personagens principais, muito bem interpretados por Paulo Betti e Eliane Giardini, que conseguem trazer uma atuação completa, com diálogos bem escritos, sendo que a cada fala é um poema diferente. Sem contar nos temas bastantes interessante, como egoísmo, amor, perdas e a busca pelo propósito da vida.

Além disso, a fotografia é o ponto chave da trama, que leva o espectador a imergir nessa história, com direito a uma trilha sonora que ajuda a embarcar mais ainda nessa narrativa. Mesmo com um ritmo lento, que anda em círculos, torna-se interessante sua construção visual.

Embora o espectador consiga acertar de primeira o “acontecimento” que o personagem tanto espera, acredito que é essa intenção do roteiro: mostrar que muitas vezes podemos ter a resposta bem na nossa frente, porém somos tão egoístas que não conseguimos enxergar.

“A Fera na Selva”, é um filme para ser analisado, mesmo que ande em círculos em alguns momentos, você consegue sentir raiva, amor, curiosidade e se divertir. Até porque possui todo um aspecto cult, o que pode agradar muitas pessoas que gostam desse gênero.