A BATALHA DAS CORRENTES: Uma rivalidade cheia de estática

Embora muitos consideram Thomas Edison (Benedict Cumberbatch) como o pai da eletricidade, poucos conhecem a história da sua rivalidade com outro pioneiro dentro dessa indústria, o inventor George Westinghouse (Michael Shannon). Disputaram qual sistema elétrico seria o padrão a ser utilizado nos EUA e no mundo. Em “A Batalha das Correntes“, o diretor Afonso Gomez-Rejon (“Eu, Você e a Garota que Vai Morrer”) até consegue deixar essa história interessante, embora aborde a questão da rivalidade entre os dois inventores como uma briga bem infantil e apelativa, mostrando como copiavam a ideia do outro ou inventando informações que não são totalmente mentiras, mas que também não são necessariamente verdades, como por exemplo, o nível de periculosidade da corrente adotada por um dos empreendedores, como se o método do acusador também não fosse algo perigoso se não fosse manuseada direito.

A ambientação e a fotografia do filme são bem escuras, mas de forma proposital, já que o diretor procura com isso comparar as cidades daquela época, muitas ainda iluminadas por velas. Quando a tecnologia de Edison chegava, iluminava o lugar ao máximo com uma de suas maiores invenções, a lâmpada. A indústria de eletricidade estava prestes a revolucionar o modo como as ruas e as casas seriam iluminadas a partir de então.

Benedict Cumberbatch como Thomas Edison em “A Batalha das Correntes”

O modo como o roteiro trata Edison é bem exagerado, mostrando que embora ele realmente era um homem visionário, no filme faz com que ele tenha uma resposta para tudo, mostrando que a cada crise ou problema que surge, ele já resolvia a situação falando que criara tal máquina para ajudar a resolver tal problema, como se fosse absolutamente fácil. O modo como o diretor conta isso é bem artificial e força um pouco a genialidade do personagem, mesmo se tratando de uma das personalidades mais brilhantes da época.

Para mostrar a grande disputa entre Thomas e George, o diretor cria um painel do país com todos os estados do país, mostrando qual sistema elétrico estaria predominando o mercado e assim o faz utilizando lâmpadas de cores diferentes, mostradas de tempo em tempo, principalmente quando a disputa fica bem mais competitiva e decisiva.

O Thomas Edison de Benedict Cumberbatch é um homem moderno, genial, sempre pensando em revolucionar o mundo moderno como se conhecia na época, mas mesmo assim, com medo de ser esquecido, mostrando que apesar de ser ambicioso, tinha certa ingenuidade.

Michael Shannon interpreta George Westinghouse como sendo um oportunista, pois ao ver seu sistema a gás que iluminava boa parte do país ficaria ultrapassado com o avanço da eletricidade de Thomas,  decide criar seu próprio sistema de energia elétrica.

Nicholas Hoult (Nikolas Tesla) em “A Batalha das Correntes”

Nicholas Hoult, que interpreta Nikolas Tesla, quase não tem presença no filme, mas mostra que Tesla tinha tem suas próprias ideias e interesse em entrar nessa disputa, mostrando também que no inicio chegou a trabalhar para os dois principais inventores, mas no final pouco das suas ideias é mostrado em tela ou colocado em prática dentro da historia.

Tom Holland em “A Batalha das Correntes” como o jovem auxiliar de Thomas Edison

Tom Holland e Katherine Waterston são bem subaproveitados, mesmo tendo uma pequena função na narrativa da trajetória dos protagonistas, são quase descartáveis, estando na hist[ooria pelo fato de seus personagens também terem existido.

Michael Shannon como George Westinghouse e Benedict Cumberbatch como Thomas Edison em “A Batalha das Correntes”

 

“A Batalha das Correntes” é um filme interessante sobre um dos maiores avanços da indústria de energia, mesmo focando demais na rivalidade entre os dois inventores, em vez de focar mais no desenvolvimento de suas tecnologias e invenções dentre seus sistemas elétricos.

NOTA : 7

BRUNO MARTUCI

 

 

 

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Colaborador de Teatro Musical e CINEMA & SÉRIES dos sites ARTECULT.com, The Geeks, Bagulhos Sinistros, entre outros.

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