O som que toca nossos corações – Entrevistamos Adam Anders, produtor musical de Glee (entre outras tantas séries)

Na semana passada, rolou o Rio2C e tive a oportunidade de participar de painéis com monstros da música. Um deles foi o  nomeado Will Make it Work – Engenheiros do Som, que teve como participantes Ed Cherney, Geoff Emerick  e Moogie Canazio

Engenheiros de som premiado,s que falaram sobre suas carreiras, eles são responsáveis por álbuns de artistas consagrados como The Rolling Stones, The Beatles e Sérgio Mendes, entre outros.

FOTO: MURILU DANTAS/R2

FOTO: MURILU DANTAS/R2

Assim que se iniciou o painel, Ed soltou uma frase que ficou na minha cabeça: “Transformar a tecnologia em som”.

A ideia do painel era que pudessem contar um pouco de suas experiências, comentar e dar dicas em relação a novos equipamentos. Cherney também comentou que, para você ser completo, precisa falhar, assim irá saber como levantar-se e ser ainda melhor.  Moggie contou um pouco sobre como foi gravar com João Gilberto, um grande ícone da nossa música, que tinha atenção a tudo no estúdio e a todos os pontos, desfazendo essa imagem de “sem compromisso” que muitos associam ao músico.  Durante a coletiva de imprensa, pude conversar com Geoff Emerick e perguntei a ele como funcionava a união da técnica com o que o público quer ouvir (afinal, nem sempre é o mesmo) e o processo de criação de uma produção.

“Quando vou gravar uma música, quando estou no estúdio…Primeiro, gostaria de dizer que gravo aquilo que vem do estúdio. Não uso muito da tecnologia que é usada hoje em dia. Gravo o que quero ouvir e o público vai ouvir o que eu quero ouvir. Eu tenho que estar contente com o que faço na gravação. É difícil explicar o processo porque é um processo criativo. Sei que há muita gente que usa software, pullings, número, pensa em número. Eu não. Eu preciso ter um processo aprofundado que me deixe feliz com o resultado, ou seja, com o que sai do estúdio, com um grupo de pessoas. É uma boa pergunta, mas gravo com um grupo de pessoas e não com cada pessoa separadamente. Eu preciso desse conjunto, porque, muitas vezes, acontece um erro e esse erro passa a ser incorporado no arranjo, passa a fazer parte da história daquela produção. E isso não é o que os jovens fazem hoje em dia. Gosto de saber como os jovens trabalham mas trabalho dessa maneira mais antiga e preciso desse artista real. Eu não fabrico artistas; eu extraio o que o artista produz.”

 

Outro painel sobre música, em que, particularmente,  surtei, foi o com Adam Anders.  Sou uma grande fã do trabalho dele e acredito que vocês também. 

FOTO: BRUNO DE LIMA/R2

Produtor musical de obras como “Glee”, “Grey’s Anatomy”, “American Horror Story”, “High School Musical” e “Hannah Montana”, Adam Anders contou que gosta mais de fazer televisão do que cinema, mas, mesmo assim, uma das melhores experiências foi com “Rock of Ages”. Hoje em dia, ele tem o privilégio de poder escolher seus projetos, mas nem sempre foi assim. Adam contou um pouco sobre “Glee” e disse que foi uma experiência boa e ruim. Eram muitas músicas para serem produzidas toda semana. Ele disse que gostou muito mas que não faria algo assim novamente.

Conversamos com Adam durante a coletiva e ele respondeu a duas perguntas.

FOTO: BRUNO DE LIMA/R2

Mari Barcelos: Qual a maior diferença entre fazer uma direção musical em um filme, que tem a música como tema ou um musical, e fazer a direção de um romance ou suspense por exemplo?
Adam Anders: Quando a gente faz um filme em que a música é o tema, ou um musical, a música vem primeiro. Quando você tem um romance ou um suspense, por exemplo, a música é a última coisa, então ela não importa tanto para a história. Para um musical, você parte da música para começar a fazer o filme.

Mari Barcelos: Até que ponto os efeitos sonoros influenciam na trilha musical? Por conta de algum efeito é preciso mudar a música ou não colocá-la naquele cena?

Adam Anders: É uma pergunta inteligente. Eu acho que os efeitos sonoros e a música, muitas vezes, têm um embate no programa ou no filme que a gente está produzindo. No Capitão Cueca, por exemplo, que  fiz, houve uma cena com muita atividade na tela e o diretor usou muito efeito sonoro. A música ficou completamente desaparecida naquele cena. A gente teve que discutir com ele diversas vezes para conseguir  diminuir a quantidade de efeitos para a música aparecer, porque eles não combinaram muito bem. É um equilíbrio que a gente precisa sempre buscar quando trabalha com efeito sonoro.

 

Adam ainda contou que a série da Nickelodeon , Kally’s Mashup é inspirada em sua vida.  Foi criada por Adam Anders e Anthony Falcón e é uma co-produção com Nickelodeon Latin America.
Sinopse da série: Kally é super talentosa: ninguém toca piano como ela! Por isso, ela conseguiu ser a estudante mais jovem do famoso Conservatório Allegro! Mas Kally também guarda um grande segredo… ELA AMA MÚSICA POP! Esta é sua paixão e ela sonha tornar-se uma estrela do Pop, mesmo que sua família deseje que ela seja uma pianista clássica. Ela não desiste! Quando as coisas não saem como o planejado, ela encontra refúgio no bom humor, nos amigos e na fantasia! Com ajuda de Dante, ela criará seu próprio estilo musical: Kally’s Mashup!
Anders viveu isso na sua adolescência: sempre gostou de fazer mashup entre músicas clássicas e pop.

Depois de conversar com monstros como esses, dá até vontade de ouvir e assistir a todos os seus trabalhos de novo né? 

Espero que vocês tenham gostado de saber um pouquinho mais e fiquem ligados porque ainda vão rolar várias matérias sobre o Rio2C, com várias novidades.

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MARIANE BARCELOS

Author

Jornalista por paixão. Música, Novelas, Cinema e Entrevistas. Designer de Moda que não liga para tendência. Apaixonada por música e cinema. Colunista, critica de cinema e da vida dos outros também. Tudo em dobro por favor, inclusive café, pizza e cerveja.

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