Quem me conhece sabe que tenho adoração pelo teatro brasileiro, pela nossa cultura, pela nossa arte, e claro que quando vejo brasilidade no teatro fico grata e imensamente feliz. Temos aí excelentes projetos infantis com as nossas músicas e histórias. “Grandes Músicos para Pequenos” é um projeto que leva ao palco a história de grandes artistas brasileiros. Eu mesma já assisti a “Bituca”, “Raulzito”, “A Menina do Fim do Mundo”, e o repertório não para por aí. Até Luiz Gonzaga já entrou nessa seleção tão prazerosa. Temos também em São Paulo “O Grande Encontro para Crianças”, e claro que isso é motivo para festejar muito.
No entanto, vejo que não é obrigatório viver somente da nossa arte. É preciso abrir a mente para o que vem de fora também, inclusive o espetáculo infantil “Canções para Afastar o Medo”, do grupo Qinti, acabou de ser premiado pelo Festival de Teatro de Pindamonhangaba, pela pesquisa da América Latina que é levado à plateia infantil. Esse prêmio foi incentivado por Dib Carneiro, um dos maiores críticos do teatro infantil. Estive nessa produção e posso afirmar o quanto as crianças podem aprender dentro do teatro, ter essa sensação de pertencimento dessa América. Vale muito mencionar que Pindamonhangaba traz um festival há exatamente quarenta e seis anos, sendo ele um patrimônio imaterial da cidade. Bravo!
O teatro infantil faz parte dos festivais de teatro mais importantes do Brasil, a curadoria de Victor feito para Pinda, disse o quanto é necessário levar as crianças ao teatro, o que concordo plenamente. No festival da Amazônia também tive a oportunidade de assistir espetáculos infantis que traziam temas como preservação da fauna e flora, claro que isso não tem preço e enriquece as artes cênicas.
Quando me permiti ir assistir “Mogli – O Musical” que está em temporada no Imperator, teatro da zona Norte do Rio, no Méier, fui entendendo que os clássicos da Disney sempre serão clássicos interessantes e que mudam com o tempo. Hoje, as princesas já não se casam e são felizes para sempre, basta perceber a guerreira Mulan, a Moana e a Valente, todas têm uma missão em suas vidas, que vão para além dos mocinhos encantados. Isso é muito contemporâneo e combina com a realidade de nós mulheres. Considero isso fantástico.
O espetáculo é uma remontagem, foi estreado ha dez anos, pelas fotos antigas confesso que visualmente o visagismo pareceu ser mais interessante, quanto aos artistas do palco já não posso fazer tal comparação.
O espetáculo é uma graça, divertido, mas senti uma direção artística que poderia ter levado mais jogos teatrais em algumas cenas, por exemplo, quando o elefante e o “menino da selva” passam pelo rio. O personagem Jacala é fantástico ao abrir o bocão, mas merecia mais espaço na cena. Enfim, o importante não é a minha opinião, mas dos pequenos. Eles me deram a sensação de estarem conectados a peça.
Curti a cobra Kaa, embora não tenha visto um teatro de animação com as técnicas adequadas, como a triangulação dos olhos e outras ferramentas do estilo teatral. Para sorte do ator, ele parecia estar tão conectado a imensa cobra no palco que pareciam ser um só, e é sobre isso e não sobre querer agradar à academia, é amar o que faz, saber fazer com essência, de querer trazer para si a performance. E deu certo!
O personagem do menino lobo Mogli é dividido entre dois atores mirins, no dia que fui assistir, a vontade foi de subir no palco e trazer o menino comigo, o cabelo, a forma do corpo magro me levou a verdade do desenho. Sensacional, ele estava a vontade, afinal crianças geralmente são talentosas ou não, quando não conquistam o público ou dão a sensação de forçação. Dudu Couto é o artista!
Os figurinos do Wanderley Gomes, são interessantes, os objetos de cena e os adereços que estão nas cabeças dos artistas na maioria não me conquistaram. Outros, sim, como as orelhas dos elefantes que estão ótimas. Assim como o cenário, embora funcional, senti falta de algo que tivesse mais vida. A iluminação não me atravessou, algumas falhas aconteceram, mas é assim mesmo, fui no dia da estreia. Já os urubus estão fantásticos, no lugar de penas, babados e cartolas pretas foram desenhadas, essas indumentárias são de excelência.
Já a alegria e profissionalismo de alguns artistas me alcançaram positivamente, são eles: Dudu Couto, Kevin Lira, Deri Thomas e Caio Nery. A voz da atriz Fernanda Ribeiro é um espetáculo a parte, mas senti falta da direção de movimento que me levaria a pantera Bagheera.
O espetáculo traz na dramaturgia algumas questões sociais, fatos que nos cercam e fecha-se com uma mensagem necessária sobre nossos comportamentos e amizade. Penso que quando trazemos uma criança amigo dos animais, isso já ganha pontos, afinal, não quero mais vivenciar, no meu país, homens que apoiam a caça de animais!
Siga o espetáculo no Instagram: @musicalmogli
O espetáculo vai estar no Teatro Ecovilla RiHappy de 11/01 a 09/02:
Sinopse
Com um elenco de 10 talentosos atores, 12 canções originais, cinco cenários impressionantes e 25 figurinos deslumbrantes, “Mogli, O Musical” transporta o público para o coração da selva. A ambientação vibrante e lúdica garantiu um espetáculo visual e sonoro que ficará na memória de todos.
Release Oficial
A prefeitura do Rio, por meio da Secretaria de Integração Metropolitana, do Programa IntegraRio e Striker Produções apresentam “Mogli, o Musical”
O espetáculo infantil Mogli, O Musical chega ao Imperator!
Prepare-se para uma nova aventura na selva! O espetáculo “Mogli, O Musical”, chega aos palcos do Imperator em curta temporada. Com direção de Matheus Brito, essa história emocionante, inspirada em “O Livro da Selva” de Rudyard Kipling, aborda temas atuais como tolerância, aceitação e preconceito.
Acompanhe Mogli, Balú e Baguera em uma jornada inesquecível em busca da flor vermelha, enfrentando desafios e descobrindo o verdadeiro significado de pertencer.
Com um elenco de 11 atores, 10 canções originais, cinco cenários deslumbrantes e 25 figurinos, você será transportado para uma experiência lúdica e vibrante!
Ficha técnica
- Elenco: Amilton Medeiros, Deri Thomas, Dudu Couto, Fernanda Ribeiro, Gabriel Ribeiro, Kevin Lira, Lucas Britto, Pietro Cheuen, Thiago Murro
- Elenco convidado: Caio Nery, Maicon Lima, Isabele Riccart
- Diretor de Produção: Brian Monteiro
- Produtora Executiva: Gabby Ballhausen
- Produtor: Léo Gomes
- Assistente de produção: Heitor Esteves e Gabi Santos
- Autor, Diretor e Compositor: Matheus Brito
- Assistente de direção: Gabriela da Matta
- Coreógrafa: Larissa Landim
- Assistente de Coreografia: Maicon Lima
- Preparadores vocais: Ledjane Motta e Lucas Britto
- Produtor Musical: Pablo Greg e Rafael Amarante
- Arranjo : Pablo Greg e Rafael Amarante
- Metais : Filipe Moura
- Ediçao : Pablo Greg
- Mix and Master : Pablo Greg
- Cenografia e Figurino: Wanderley Gomes
- Visagismo: Márcio Louza
- Microfonista: Tú Barbosa
- Operador de áudio e som: Gregório de Abreu
- Intérpretes de libras: Erica Cristina e Eduardo Silva
- Operador de Vídeo: Arthur Pereira
- Canhoneiro: Rodrigo Abadi
- Iluminador: Ricardo Viana
- Camareira: Rosimeri Pereira
- Cobertura audiovisual: Lighthouse Studios
- Assessoria de imprensa: Julyana Caldas