Trolls 2: A diversidade cultural mostrada através da música

 

A sequência de Trolls, lançada em 2016, assim como a primeira história, traz um filme divertido, com um visual encantador e uma lição de moral, mas que praticamente também repete muito do enredo e de recursos narrativos do filme anterior. Embora isso quase não atrapalhe, pois a nova história que é contada consegue fazer cada uma das obras funcionar de modo independente, sem desconsiderar os acontecimentos anteriores.

Logo no início, a técnica de animação já impressiona, pela sua textura dos personagens e do cenário, como se tudo fosse feito de material aveludado, glitter e algodão, conseguindo construir uma estética fofa que condiz bastante com o comportamento dos protagonistas, em ter um estilo de vida cheiro de música, diversão e amor por todos os trolls.

Em relação à parte musical,  onde o filme se foca mais, traz uma trilha sonora divertida fazendo paródias com canções clássicas da cultura pop, além de misturar vários estilos musicais, através das novas comunidades de trolls que são apresentadas nessa nova história, nas quais são onde o filme constrói e desenvolve a narrativa, mostrando como cada uma dessas comunidades vive com seu próprio estilo musical e como a antagonista Barb (Rachel Bloom), dos Trolls do Rock, quer dominar os outros trolls colocando o rock como o único estilo musical para todas as comunidades. Assim como Barb, vemos isso também na protagonista Poppy (Anna Kendrick), que embora não deseja fazer o mal pra ninguém, interfere no estilo de vida dos outros trolls, como se a música Pop fosse o estilo ideal padrão para se escutar.

A partir daí, a direção constrói a lição de moral que o filme quer passar, ou seja, de que não existe um único estilo musical, que temos que respeitar a diversidade, os gostos de cada um, e de que em alguns casos, misturar estilos diferentes e sair da zona de conforto pode ser uma experiência interessante e até gratificante.  E nisso, o diretor Walt Dohrn consegue transmitir bem essa lição de moral através das ações dos personagens.

Os restantes dos arcos dramáticos que ajudam a compor a história, já são muito mal desenvolvidos,  quase não impactam o arco principal e quando algum deles faz alguma conexão, ela é mal explicada, sem uma química impactante para o público. O roteiro ainda acrescenta o clichê básico de uma sequência de uma animação, ao apresentar um personagem masculino, cujos sentimentos pela protagonista feminina foram mostrados no filme anterior, que passa o filme tentando abrir seus sentimentos por ela e o roteiro esquece completamente de dar continuidade a esse arco, retomando o assunto apenas no desfecho do filme, sem nenhuma dedicação para finalizá-lo.

A interação entre Poppy e Tronco (Justin Timberlake) funciona bem para mostrar a visão oposta entre eles, enquanto Poppy é a otimista, que sempre quer acreditar que tudo vai dar certo, o que acaba fazendo que ela não escute a opinião de seus amigos colocando cada vez mais os Trolls Pops em risco, Tronco com seu realismo, com um toque de pessimismo, funciona como a voz da razão dentro da jornada que os leva a tentar salvar seu mundo.

O ritmo do filme é bem mais focado para o público infantil, mas para não se tornar algo maçante para os adultos, o roteiro acrescenta algumas piadas leves de duplo sentido, que podem ser engraçadas tanto para o público infantil, que vai rir mais da forma como elas foram introduzidas, quanto para o público adulto, que vai entender o sentido da piada.

E como de fato trata-se de um filme infantil, o roteiro expõe ao máximo em seus diálogos, tudo que a história está contanto por si só, assim como o epílogo que reforça toda a moral da história, mas que já tinha sido bem apresentada no desfecho e no decorrer do filme.

Mesmo com os arcos sem relevâncias, Trolls 2 é um divertido filme que fala sobre diferenças culturais, e de como aprender a conviver com cada uma delas, mesmo estando fora da zona de conforto de cada um, ao mostrar que não existe um jeito certo ou errado de se viver, apenas diferente.

NOTA: 7

BRUNO MARTUCI


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Colaborador de Teatro Musical e CINEMA & SÉRIES dos sites ARTECULT.com, The Geeks, Bagulhos Sinistros, entre outros.

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