É preciso abrir espaço para todos. Falamos sempre sobre a democracia, defendemo-la e fazemos dela um dos nossos pilares, um alicerce incontestável e exatamente por isso, hoje vamos falar de um grupo que está na estrada mais de duas décadas e que tem chegado a espaços importantes no cenário teatral da cidade do Rio de Janeiro e fora dela: Aslucianas.
Um dos focos do grupo é a educação, e como prezo demais o futuro do país, amo meu trabalho dentro de escolas, nada é mais impactante que artistas dentro das escolas, principalmente as públicas, resolvi fazer uma entrevista com as integrantes de Aslucianas.
Inicialmente, vamos saber mais sobre o grupo:
ASLUCIANAS
O grupo completou em 2024, 21 anos de existência e desde então vem realizando diversas iniciativas culturais, como temporadas, participações em festivais e mostras de teatro por todo o Brasil, eventos em escolas, empresas, bares e universidades, enfim, em tudo quanto é lugar! Sempre levando alegria e reflexão sobre os sentimentos humanos com o intuito de tornar viva e cheia de arte, a vida que o mundo transforma em rotina. O grupo tem sua pesquisa pautada na comicidade e um foco especial para a arte de rua.
Em seu repertório possui 23 espetáculos, sendo 3 adultos de palco, 11 espetáculos de rua, 6 infantis e 3 peças curtas. Em festivais competitivos, o grupo conquistou 64 prêmios, distribuídos entre os espetáculos e em diversas categorias como direção, texto, atriz, maquiagem, atriz coadjuvante, figurino. Já participou de mostras importantes no cenário nacional como Festival de Teatro de Curitiba, Festival dos Agulhas Negras, Projeto BiblioSesc, Projeto Sesc Teatro na Escola, Festmar , Festmar de Verão, Festival de Paranavaí, Festival Nacional de Guaçui, Festival de Rio das Ostras, Festival de Resende, Aldeia SESC, entre outros. Em 2014, fez sua estreia internacional na Conexão Brasil Moçambique, evento que marcou as comemorações do 7 de setembro em Moçambique, na Africa. Desde 2017 produz a Mostra Aslucianas de Cenas Curtas, um festival nacional que incentiva a formação de grupos e a produção de espetáculos na Zona Norte. No seu casting possui 7 atores e 10 colaboradores que buscam levar alegria, mensagem e entretenimento de forma democrática.
https://www.aslucianas.com.br/
Todos os links: https://linktr.ee/gtaslucianas
Confira a galeria com algumas fotos do festival Contarolando Histórias, no qual o grupo está participando:
Como colunista de teatro fiquei curiosa, querendo conhecer mais esse grupo e eles aceitaram abrir um pouco das perspectivas deles, o que agradeço demais. Veja a entrevista:
1. São anos de teatro no subúrbio do Rio de Janeiro? Quais as maiores dificuldades que Aslucianas enfrentam?
Sim. Temos 21 anos de atividades na zona norte do Rio de Janeiro. Participamos de festivais e mostras nacionais e internacionais de teatro, eventos em geral, escolas e ocupando as praças públicas. As maiores dificuldades são o apoio local e as políticas públicas. Muitas vezes a população carioca não está acostumada com atividades culturais ao ar livre. A visão antiquada de que teatro só acontece na caixa preta e é caro ainda é uma barreira e que teatro popular é menor, é “teatrinho” ou é só para criança. O incentivo de empresas também é mais difícil para o teatro popular do que para o teatro de caixa, feito na zona sul.
2. Vocês acabaram de chegar de uma viagem internacional com o trabalho de vocês? Como foi essa experiência? O que irá agregar para o grupo?
A experiência foi incrível. O público de língua espanhola recebeu nosso espetáculo de cultura popular brasileira como se fosse algo bem próximo deles. Eles cantaram, riram e se emocionaram com nosso espetáculo. A roda com cerca de 400 pessoas por dia foi emocionante. O programa Hola Rio do governo do estado do Rio de janeiro e o FIAV – festival internacional de artes vivas de Bogotá tbm nos deram toda a infraestrutura para realizarmos um bom trabalho. A experiência internacional, como já tínhamos, em 2014, fomos a Moçambique, na África, agrega muito ao nosso trabalho que a cada dia mais pode alcançar o mundo.
3. O teatro periférico ainda tem dificuldade para fazer publico? Ou isso tem mudado? Como o grupo enxerga esse movimento?
O teatro periférico em uma cidade urbana turística, maior polo do país, faz com o trabalho com o público seja de formiguinha. Mas a formação é assim. Nosso projeto “Contarolando Histórias” já tem um público que sempre o acompanha. E o boca a boca é essencial.
4. O que é para o grupo um bom teatro? Quais as metas em relação a isso, Aslucianas?
Acreditamos que quanto mais grupos se unirem e formarem rede, mais forte ficará a arte de rua carioca.
Nosso projeto futuro é o Circuito Carioca de Artes de Rua que vai por 10 meses interagir com as praças do Estado do Rio de Janeiro. Trabalhar para a cultura carioca é uma missão e vamos em frente sempre.
Há uma fórmula para chegar nesse lugar. Para furar bolhas é preciso muito trabalho e principalmente esperança, porque não é fácil. É o subúrbio e seu perfil, muitas vezes sofrendo preconceitos, mas Aslucianas entendem de esperança e parece que ela, a esperança, virou um símbolo de resistência dessas atrizes periféricas.
Confira a agenda do Grupo Aslucianas no Festival “Contarolando Histórias” que acontece de 05 a 24 de novembro de 2024:
https://heyzine.com/flip-book/6e65d9c723.html#page/1
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