Este novo filme da Paris Filmes possui direção de Paulo Nascimento, responsável sobre diversas obras como Janeiro 27, A Oeste do Fim do Mundo, Em teu Nome, Casa Verde entre outros. Aqui traz uma obra sensível abordada através de um drama onde seu personagem principal (Vitório) é um deficiente visual, que mesmo diante de diversas dificuldades diárias, consegue se adaptar extremamente bem àquela realidade, bem como, não perder o prazer de viver a vida como ela é e ser feliz acima de tudo por isso.
Teu mundo não cabe nos meus olhos demonstra o cotidiano de Vitório (Edson Celulari) e a constante da sua dúvida a partir do momento que sua esposa Clarice (Soledade Villamil) o comunica da oportunidade de realizar uma intervenção cirúrgica para devolver sua visão.
O tema com toda esta complexidade faz com o telespectador tenha a percepção de como funciona o cotidiano de uma pessoa deficiente visual, enfrentando seus caminhos tortuosos e a maneira de como enfrentar tudo isso de cabeça erguida, não agindo como vítima, mas sim como um guerreiro. A mensagem final é dada com todos as situações provocadas por obstáculos, desvios, tropeços e as respectivas interpretações dos personagens presentes na história. E o resultado é um resultado muito satisfatório.
Mas será que o deficiente visual realmente quer sair da realidade que se encontra para voltar a enxergar 100% através de um transplante de córneas. Será que o mesmo terá uma vida normal ou terá dificuldades para se readaptar a um mundo completamente novo a sua volta? Todas essas perguntas pairam sobre Vitório e suas dúvidas e anseios são demonstradas através de camadas coesas no desenvolvimento do personagem na trama.
A história de Teu Mundo não cabe em meus olhos exibe um tema sensível que provê informações detalhadas para garantir ao telespectador a imersão naquela história. Possui bom timing que garante momentos de descontração e bom humor, a expressão “ver com os olhos do coração” marca o filme e algumas situações que acabam por poder ser relacionadas com algumas obras abordando o mesmo tema.
A atuação de Edson Celulari e da atriz Soledad Villamil estão bastante satisfatórias e dá ao filme a profundidade que o mesmo pede. Vale ressaltar a ótima fotografia e transição de jogo de câmeras que opta pela clareza dos detalhes no decorrer da trama.
Trata-se de uma trama sensível, profunda, mas nem por isto carregada de seriedade. Vale assim, afirmar que os telespectadores terão uma excelente percepção sobre o que é ser deficiente visual na nossa sociedade, tendo como parâmetro a incrível história do seu protagonista principal e conhecerão um mundo que é bem diferente aos olhos daqueles que não tem a visão. Muito bom ver nosso cinema nacional trazendo histórias extremamente relevantes e de grande profundidade.
Importante lembrar que o filme terá sessões especiais com Audiodescrição para os deficientes visuais e legendas para deficiente auditivos, ou seja, acessibilidade a todos que são apaixonados pela Sétima Arte.
Então é isso pessoal o filme já se encontra em cartaz em todos os cinemas.
Forte abraço! E até a próxima.