TERMODIELÉTRICO: Confira a nossa entrevista diretora Ana Costa Ribeiro

TERMODIELÉTRICO , documentário que estrou hoje (10/10) nos cinemas, é o primeiro longa dirigido por Ana Costa Ribeiro. Nele, somos convidados a conhecer um pouco mais sobre a história de sua família e, mais precisamente, de seu avô. Por meio de fotos e filmes de época, a cineasta transporta o espectador para o século passado para contar a importância de seu familiar na história da física mundial. Com passagens pelo Festival do Rio e pela Mostra de Cinema em São Paulo, o longa teve sua première mundial no IDFA, na Holanda, na Envision Competition (mostra dedicada a filmes com experimentação de linguagem) e conta com distribuição da Embaúba Filmes.

Para a comunidade física, o nome Joaquim da Costa Ribeiro é bastante conhecido, ele é o descobridor do fenômeno termodielétrico – processo que revela a geração de correntes elétricas associadas à mudança de estado físico de certos materiais. Este termo dá nome ao filme.

QUEM FOI JOAQUIM DA COSTA RIBEIRO

Carioca, Joaquim da Costa Ribeiro foi formado em engenharia pela Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1928. Logo após conseguir seu diploma, foi trabalhar como pesquisador no Instituto Nacional de Pesquisa, além de lecionar em outros lugares.

Ao longo dos anos, Costa Ribeiro foi estudando novas maneiras de medir a radioatividade dos materiais, em especial nos minerais brasileiros a partir da década de 40. Seu principal foco nos estudos era a produção de eletretos (sólidos que possuem eletricidade por natureza).

Foi, durante suas pesquisas e estudos que o físico percebeu que a corrente elétrica era desnecessária para um eletreto, afinal, eles possuem eletricidade por natureza, não havendo necessidade de serem estimulados. E como ele percebeu isso? A partir da solidificação do material, após ser derretido no aquecimento. Assim, ele descobriu que a mudança de estado físico por si só é capaz de eletrificar um material.

E assim foi descoberto o fenômeno TERMODIELÉTRICO em 1944.

Por sua contribuição, Costa Ribeiro recebeu diversas honrarias em sua vida, como o Prêmio Einstein, da Academia Brasileira de Ciências, em 1953; foi o primeiro delegado do Brasil junto ao Comitê Consultivo das Nações Unidas para aplicações pacíficas de energia nuclear; foi um dos fundadores do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; e recebeu o nome de um prêmio, o Prêmio Joaquim da Costa Ribeiro, da Sociedade Brasileira de Física, por suas diversas contribuições à física e à ciência.

Ana Costa Ribeiro, sua neta, nos convida a partir do filme, a adentrar na vida profissional e pessoal desta importante figura, por meio de arquivos de fotos e vídeos pessoais e públicos. TERMODIELÉTRICO conta com distribuição da Embaúba Filmes e estreia dia 10 de outubro nos cinemas.

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Sinopse:

Em Termodielétrico, Joaquim da Costa Ribeiro foi um engenheiro carioca que desbravou a física experimental no Brasil e descobriu o Termodielétrico em 1944 – um fenômeno natural que revela que a mudança de estado físico é capaz de eletrificar um material. A contribuição intelectual do físico brasileiro é investigada por sua neta Ana Costa Ribeiro no documentário Termodielétrico. Após receber os arquivos do avô, Ana combina o universo da ciência e da arte para desvendar os mistérios da descoberta pioneira de Joaquim. Com viagens por plantações de carnaúbas, um laboratório de física em São Paulo, um campo de extração de minerais em Minas Gerais e um observatório astrofísico nos Andes, Termodielétrico narra uma herança familiar e científica em busca de uma reflexão sobre a eletricidade as mudanças sintomáticas da vida.

Sobre Ana Costa Ribeiro

Artista, cineasta e escritora independente. Doutora em Arte e Cultura Contemporânea pela UERJ, Master of Fine Arts em Cinema pela San Francisco State University e Bacharel em Comunicação Social pela UFRJ. Foi artista residente no Lab Cinema Expandido (Laboratório de Videoinstalação/ Cinemateca do MAM), no LabVerde (Programa de Imersão em Arte e Ecologia) e na Walden (Residência de Criação Documental); e realizou duas exposições individuais: A CASA É QUANDO A GENTE VOLTA (Galeria do Ateliê da Imagem) e ALÉM DO PONTO DE FUSÃO (Espaço Vazio/ Largo das Artes). Como diretora, realizou sete curtas-metragens, entre eles, ARPOADOR, e cinco séries documentais, entre elas, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE NO BRASIL. Trabalha como montadora há 24 anos, tendo colaborado com diversos artistas e cineastas em videoinstalações e filmes documentários. Seus ensaios foram publicados em revistas no Brasil e em Portugal. É professora há 15 anos, em cursos livres de documentário, linguagem cinematográfica, montagem, narrativas audiovisuais e processo criativo, entre outros. Em 2023, finalizou seu primeiro longa-metragem como diretora: TERMODIELÉTRICO, sobre um fenômeno natural descoberto por seu avô, um físico experimental. O filme teve sua estreia nacional no Festival do Rio e sua estreia internacional no IDFA – International Documentary Film Festival Amsterdam; e será lançado nos cinemas do Brasil em outubro de 2024.

Sobre a Embaúba Filmes

A Embaúba Filmes é uma distribuidora especializada em cinema brasileiro, criada em 2018 e sediada em Belo Horizonte. Seu objetivo é contribuir para a maior circulação de filmes autorais brasileiros. Ela busca se diferenciar pela qualidade de seu catálogo, que já conta com mais de 50 títulos, investindo em obras de grande relevância cultural e política. A empresa atua também com a exibição de filmes pela internet, por meio da plataforma Embaúba Play, que exibe não apenas seus próprios lançamentos, como também obras de outras distribuidoras e contratadas diretamente com produtores, contando hoje com mais de 500 títulos em seu acervo, dentre curtas, médias e longas-metragens do cinema brasileiro contemporâneo.