Embora Space Jam – Um Novo Legado leve o mesmo título do famoso filme de 1996 e tenha a mesma premissa de colocar um jogador de basquete contracenando com um dos grupos de desenhos animados mais famosos do mundo em uma partida pelas suas vidas, essa nova história não se parece em nada com o primeiro filme protagonizado por Michael Jordan, o filme traz grandes mudanças nos arcos.
Para começar, o uso da história do jogo de basquete é o plano de fundo para a principal razão de fazer esse filme: criar o multiverso da Warner, colocando juntos em tela diversos personagens de diferente filmes e séries, de várias épocas. Desde os mais recentes como “Game of Thrones” e “Harry Potter” até o clássicos, como “O Mágico de Oz” e “Casablanca”. O resultado disso é uma bagunça visual, na qual o diretor Malcolm D. Lee (Todo Mundo em Pânico 5) não se decide pra qual ponto ele deseja direcionar a visão do público, se é para a partida de basquete ou para a plateia que é composta por esses personagens da Warner/ Dessa forma aparenta querer provocar a mesma reação nostálgica que “Jogador N° 1” conseguiu, mas a diferença é que na obra do Spielberg essas referências faziam parte da história e tinham impacto no arco principal e aqui em Space Jam essas referências são colocadas de forma gratuita, estão lá apenas para assistir ao jogo, e em todo o tempo o diretor insiste em destacar a plateia junto com o basquete.
O único momento em que essas referências funcionam é de forma separada, como por exemplo quando os Looney Tunes visitam cada um desses mundos dos filmes e séries e interagem junto com os demais personagens, se tornando praticamente novos personagens dentro de cada história, mas é claro, no estilo clássico dos Looney Tunes e os encaixando em um filme que tenha o perfil de cada um, gerando momentos bem divertidos. Assim os vemos dentro de clássicos como “Matrix”, “Mad Max” e até no universo DC.
Assim como no filme de 1996, o grande destaque são eles mesmos, Looney Tunes, que proporcionam os momentos mais engraçados e marcantes, principalmente quando eles referenciam o próprio filme dos anos 90, toda vez que o obstáculo do LeBron James é citado, além de incluir uma ótima piada envolvendo o Michael Jordan, que é sem dúvidas, a melhor cena do filme.
A respeito da participação do LeBron James, sua presença tem mais a oferecer do que a do Jordan no filme anterior, já que dessa vez é ele que pede ajuda ao Pernalonga para formar um time que o ajude, além de apresentar um arco familiar que, apesar de não fugir muito do genérico, até funciona para desencadear diversos conflitos pessoais que se originaram em seu passado, entre eles o desentendimento com seu filho Don (Cedric Joe), que por consequência, os leva para esse universo da Warner, provocando diversas reações que resultam no grande combate na quadra, entre o o time de LeBron e Looney Tunes contra uma versão gamer de outros grandes nomes do basquete, assim nos apresenta um jogo com um conceito mais parecido como um vídeo game, do que um jogo padrão.
Um dos problemas desse conceito é o abuso de recursos que são criados para o time rival, criando novas habilidades para cada um dos jogadores e em cada movimento para desfavorecer os Looney Tunes. A direção não estabelece nenhuma regra sobre isso, apenas inventa algo novo que fará os Tunes perderem, com o intuito de diminuir sua autoestima e fé, antes da grande virada emocional.
O vilão do filme, interpretado pelo Don Cheadle, não consegue transmite um pingo de ameaça. O ator até entrega uma atuação razoável, nada de grandioso, bem dentro do estilo de um filme desse gênero, mas sua motivação é fraca, ele é apenas um cara mal, egocêntrico, que quer as coisas do seu jeito, nenhum pouco original.
Space Jam: Um Novo Legado felizmente não é um filme gêmeo de seu antecessor, mas também não é exatamente uma sequência, sendo mais uma nova história que recicla algumas ideias do primeiro Space Jam, mas este é utilizado totalmente como plano de fundo, apenas para usar como desculpa para jogar tudo que a Warner já fez desde sua criação, em um único e, no meu ver, bagunçado filme, chamando isso de “multiverso”, o que provoca mais desorientação no olhar do espectador do que encantamento.
NOTA: 5,5
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