Soraya Ravenle e Pedro Franco: dupla leva improviso e clássicos da MPB para o Teatro Firjan Sesi Centro 

 

No dia 29 de janeiro, 4ª feira, às 19h, o Teatro Firjan Sesi Centro (Rio) apresenta o espetáculo “Caminho“, protagonizado pela consagrada atriz e cantora Soraya Ravenle e pelo virtuoso violonista Pedro Franco.

Nesta entrevista para o Arte Cult ela fala sobre o repertório e a proposta do show. Serão lembradas diversas músicas interpretadas por Soraya ao longo de sua trajetória em mais de 30 musicais, peças e shows. Em uma troca artística única, ela e Pedro Franco exploram improvisos, pensamentos e ressignificações das canções que embalaram suas trajetórias.

“Este jogo de improviso é algo absolutamente novo para mim. É um jogo que nunca joguei. Nós sabemos como a música começa e não sabemos quando termina. Uma espécie de queda em um abismo criativo onde aprendo a ser mais livre,” comenta Soraya.

Estão incluídas composições como “Maracatu, nação do amor” (Moacyr Santos), “Sonho impossível” (versão de Chico Buarque e Ruy Guerra), “Noite do meu bem” (Dolores Duran); “Arco do tempo” (Paulo Cesar Pinheiro); “Sinhorá” (Paulo C. Pinheiro e Roque Ferreira); “Cidade vazia” (Baden Powell), entre outras. A única música do repertório que não fez parte de nenhum trabalho do qual Soraya participou é a que dá nome ao show: “Caminho”, criada por Pedro com letra de Zélia Duncan.

Soraya é reconhecida por sua carreira consolidada no teatro musical e pela interpretação de grandes clássicos da MPB. Ela une sua experiência e sensibilidade ao talento singular de Pedro Franco, cuja atuação como multi-instrumentista vem conquistando reconhecimento nacional e internacional. Ele é considerado atualmente um dos maiores músicos de sua geração. Seu primeiro disco foi indicado na categoria Revelação do Prêmio da Música Brasileira e, na sequência, gravou com Zélia Duncan o disco “Minha Voz Fica”, dedicado à obra da compositora matogrossense Alzira E.

Caminho” é um convite para se emocionar com canções que transcendem o tempo, resgatando histórias e sentimentos com a liberdade dos improvisos que tornam o show dinâmico e surpreendente.

 

Confira a entrevista com Soraya Ravente:

 

Pedro Franco e Soraya Ravenle. Divulgação.

1) É a primeira vez que você faz um show com muitos improvisos. Como surgiu o conceito do show? Porque você decidiu apostar nesse formato?

 
       Sim!  O responsável por esse jogo tão diferente de tudo que vinha fazendo na música é esse músico extraordinário : Pedro Franco. Para ele não existe             erro.  Tudo pode! Claro que isso só é possível porque Pedro é muito livre e rápido no seu entendimento do que está acontecendo na hora. Eu estou aprendendo muito a jogar assim. Como diz aquela música do Ivan Lins: vivendo e aprendendo a jogar…
2) Ano passado você voltou ao circuito dos grandes musicais. Como é fazer um musical agora depois de uma temporada de trabalhos autorais e independentes?
    É muito interessante porque me alimentei de tantas outras linguagens e estudos que volto para esse gênero, para o qual me dediquei grande parte da vida, mais enriquecida intelectualmente, na experiência como atriz e cantora. A própria experiência com o Pedro influencia a cantora de musical que sou hoje. 
   O musical, na sua maioria, não é um lugar de pesquisa e riscos, então para estudar e pesquisar sobre as artes da cena precisei sair desse formato, que no Brasil ainda segue regras muito limitadoras e convencionais em sua linguagem. Ainda se prende muito ao que se faz na  Broadway, infelizmente.  
3) Seu trabalho de preparação corporal e direção de movimento na peça A História de Kafka e a Boneca Viajante foi indicado ao prêmio CBTIJ. Foi uma surpresa? Como foi o processo de direção de movimento da peça? Você gosta de atuar nos bastidores?
Adoro acompanhar e colaborar em processos de criação!  Esse foi de fato especial, por estar com Julia e Isaac. Filha e irmão! E nós trabalhamos muito bem juntes, Quero é mais!   Sem contar as duas jóias: Laura e João, intérpretes muito criativos e cantores maravilhosos. Então o processo foi alegre, divertido e, ao mesmo tempo, verticalizado. Acho que chegamos em uma linguagem que faz a peça não ter classificação de idade. É para adultos e crianças.
4) Ano passado você foi jurada em um festival. O que achou de atuar nesta função? 
  Achei muito rica a experiência, e ao mesmo tempo chocante. Aproveito para desabafar: foi uma audição para o musical de Natal que Tim Rescala fez para o Teatro Amazonas. Quase 200 pessoas. entre adultos, adolescentes e crianças. 90% só apresentava músicas em inglês! Quase ninguém conhecia “noite feliz” quando em desespero pedíamos uma música em português. Ficamos estarrecidos com o desprezo à música e à cultura brasileira. Mas isso é um assunto para outra entrevista… muito complexo. O importante foi que o musical foi um sucesso e tem uma importância imensa: um musical brasileiro autoral de Tim Rescala naquele teatro histórico, lotado em 22 apresentações!
5) Poderia falar um pouco sobre o solo que você está criando baseado na música “Grávida” de Marina Lima e Arnaldo Antunes? Como foi a escolha da música e qual é a proposta do trabalho?
  É uma investigação que parte da música de Marina Lima e Arnaldo Antunes. Pretendemos chamar escritores e poetas que escrevam a partir da letra, outros poemas ou prosas que falem de etarismo, envelhecimento e morte. Eu, Tim Rescala e Pedro Franco vamos musicar esses novos textos e trabalharemos no Loop Station, criando paisagens e arranjos sonoros. A dramaturgia e direção serão da Julia Bernat. Estou muito instigada em realizar esse projeto!. 

 

Confira algumas imagens do espetáculo “Caminho”

Soraya Ravenle

Soraya Ravenle. Foto: Divulgação.

Atriz e cantora, Soraya protagonizou diversos musicais como “Dolores”, Prêmio Shell de Melhor Atriz de 1999; “ South American Way”, de Miguel Falabella; “ É com esse que eu vou” e “Sassaricando”, de Sérgio Cabral e Rosa Maria Araújo; “ Era no Tempo do Rei”, de Heloísa e Julia Seixas, com direção de João Fonseca, prêmio qualidade Brasil; “ Ópera do malandro”, de Chico Buarque; “Todos os musicais de Chico Buarque em 90 minutos” e “Opereta Carioca”, de Gustavo Gasparani; “Um violinista no telhado”, de Charles Moeller e Cláudio Botelho; e “Monstros”, com direção de Vitor Garcia Peralta, entre outros.
Em 2001, fez o disco e turnê com o grupo Galo Preto e Nelson Sargento sobre a obra de Nelson Cavaquinho, “O dono das calçadas”. Em 2009, gravou o CD e fez o show “Breque Moderno”, com Marcos Sacramento e Luis Felipe de Lima.

Lançou seu primeiro disco solo em 2011, com músicas de Paulo César Pinheiro e direção musical de Alfredo Del Penho, pela Biscoito Fino, selecionado no mesmo ano para o Prêmio da Música Brasileira. Em 2017, fez o show “Entre o espanto e a ternura”, duo com o pianista e arranjador Marcelo Caldi, e lançou o CD “Quatro Ventos”, com o grupo Libertango, da família Caldi: Marcelo, Alexandre e Estela.

Em 2017, estreou o solo ”Instabilidade Perpétua”, a partir do texto homônimo de Juliano Garcia Pessanha, com as direções de Georgette Fadell, Julia Bernat, Stella Rabello e Daniella Visco, com o qual abre o Festival de Teatro Cena Contemporânea de Brasília, com temporadas em São Paulo e Niterói, entre outras cidades.
Em 2018, fez o espetáculo “A era dos festivais” sobre festivais de música brasileira, com Edu Krieger, Marcelo Caldi, PC Castilho e Fabiano Salek.
Na TV Globo fez as novelas “Laços de Família”,” Beleza Pura”, “Paraíso”, “Malhação” e “I love Paraisópolis“, além da minissérie “ Dalva de Oliveira”, no papel de Emilinha Borba.
Estreou “Ubirajara, uma cantoria”, em 2020, com direção de Inês Viana

 

Pedro Franco. foto: Divulgação

Pedro Franco

Pedro Franco é multi-instrumentista virtuoso e compositor, natural de Porto Alegre (RS).

Tem se destacado no cenário nacional como um dos maiores músicos de sua geração, dividindo o palco e colaborando com o trabalho de diversos artistas da música brasileira.

Em 2017 lançou seu primeiro disco de carreira, “Pedro Franco”, que contou com a direção musical de Marco Pereira e foi indicado na categoria Revelação do Prêmio da Música Brasileira. Em 2021 apresentou o disco “Minha Voz Fica” em duo com a cantora Zélia Duncan, todo dedicado à obra da compositora Mato-grossense Alzira E.

Em 2022 está finalizou o processo de gravação do seu segundo álbum, “Black Pantha”, lançado pela gravadora Biscoito Fino.

 

SERVIÇO

Local: Teatro Firjan SESI Centro – Av. Graça Aranha, 1 – Centro, Rio de Janeiro.
Data: 29 de janeiro de 2025 (quarta-feira).
Horário: 19h.
Classificação: 16 anos.
Duração: 80 minutos.
Ingressos: R$ 40 (inteira) | R$ 20 (meia).
Informações: (21) 2563-4163.

Ficha técnica:

Voz: Soraya Ravenle
Violão: Pedro Franco
Roteiro: Soraya Ravenle e Isaac Bernat
Iluminação: Lara Cunha
Figurinos e design gráfico: Débora Crusy
Produção: Flavio Loureiro
Fotos: Thais Grechi

Repertório do Show:

– “Maracatu, nação do amor” – Moacyr Santos – Citação
– “Sonho impossível” – Versão de Chico Buarque e Ruy Guerra – cantada no show “ Tudo ao Contrário” com direção de João Fonseca
– “Noite do meu bem” – Dolores Duran – do musical “Dolores” (1999)
– “Arco do tempo” – Paulo Cesar Pinheiro – Composta especialmente por Paulo para o CD – “Arco do Tempo” (2011)
– “Sinhorá” – Paulo C. Pinheiro e Roque Ferreira – CD “Arco do Tempo”
– “Todo cambia” – Julio Numhauser – do espetáculo “Ubirajara- uma cantoria” (2021)
– Cidade vazia” – Baden Powell – Show sobre cantoras do rádio (2021)
– “Jogo de fora” – Paulo Cesar Pinheiro – CD “Arco do Tempo”
– “Caminho” – Pedro Franco e Zélia Duncan – “Caminho” – Pedro Franco e Zélia Duncan
– “E daí?” – Walter Wanderley – do musical “ Isaura Garcia” (2018)
– “Nó molhado” – Monsueto – Espetáculo “Ubirajara- uma cantoria” (2021)- “Quando o galo cantou” – Caetano Veloso- gravada com Michel Niremberg (2020)
– “Tic tac”
-Alcyr PiresPires Vermelho e Walfrido Silva- do musical “South American Way” de Miguel Falabella e Maria Carmen Barbosa (2002)
-“Rosa dos ventos” – Chico Buarque- do CD “Quatro Ventos” com o grupo Libertango – Família Caldi (2016)
– “Minha missão” – Paulo Cesar Pinheiro e João Nogueira – do repertório do Duo “Entre o espanto e a ternura” com Marcelo Caldi (2017)
– “Juízo final” – Nelson Cavaquinho – do show e CD “Dono das Calçadas” quando dividiu o palco com Nelson Sargento e o grupo Galo Preto (2001)

 

Citações de Canções e Poemas:

– “Amor até o fim” – Gilberto Gil
– “Que Será” – Chico Buarque
– “Bom Conselho” – Chico Buarque
– “Eli Eli” – Poema de Hanna Senesh

 

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Fundador, CEO e Editor-Geral do ArteCult.com (@artecult), Sócio-fundador e Editor-Geral do QuadriMundi (Quadrinhos, Mangás e Animações) @quadrimundi , sócio-diretor do CinemaeCompanhia (@cinemaecompanhia), admin do @portalteamigo no Instagram. Apaixonado pela sua família, por tecnologia e por todas as formas de ARTE e CULTURA. Viva o POVO BRASILEIRO e sua rica e infindável cultura.

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