SINATRA LADO B (B’Sides): O imperdível show de Dudi Baratz volta ao Blue Note Rio

 

No dia 24 de abril tivemos o imenso prazer de assistir um daqueles shows que você fala “caramba…que coisa linda, isso aqui precisa estar em um palco bem maior!…”

Pois bem, nossos desejos foram realizados. Depois de sua estréia em dezembro de 2024 e a passagem por outros espaços como Soberano Jazz Club, Fairmont Rio, Teatro Brigitte Blair, Country Club e Little Club, o show SINATRA LADO B (B’sides) volta ao charmoso Blue Note Rio, que fica na Av.Atlantica (Rio de Janeiro), na programação da casa intitulada DOMINGOS MUSICAIS.

Idealizado por Dudi Baratz (@dudibaratz), que além de cantor é também produtor e co-diretor musical, o espetáculo conta com a participação de excelentes e experientes músicos, o Grupo Rua 52, formado pelo pianista Marcos Nimrichter (@marcosnimrichter), o contrabaixista Augusto Mattoso (@augustomattoso), no lugar de João Rafael, o baterista Kleberson Caetano (@kleberson.caetano.drummer) e o diretor musical e guitarrista Marcos Amorim (@luzdaluamusic).

 

Sobre o projeto SINATRA – LADO B (B’SIDES)

Mais uma vez esse incrível projeto vem apresentar ao público, agora no Blue Note RJ, um repertório menos conhecido do cantor que caiu nas graças do mundo inteiro por sucessos como “My way”, “Strangers in the night”, “New York, new York” entre tantos outros.

Com foco nos anos 40 e 50 da carreira do cantor, período em que Sinatra gravou pela COLUMBIA RECORDS (40) e CAPITOL RECORDS (50), o repertório do show conta, em sua maioria com músicas que foram LADO B, quer seja em singles lançados ou em álbuns.
Músicas como “Honest and truly” (Fred Rose/Les wood), que Sinatra costumava cantar aos 10 anos de idade para os clientes do restaurante de seus pais em Hoboken.

“Bop!Goes my heart” (Jule Syne/W.Bishop), “If you stub your toe on the moon” (Jimmy Vam Heusen/Johnny Burke) e “My cousin Loella” (Bernar Bierman/J.Manus), gravadas na fase em que tinha contrato com a COLUMBIA RECORDS. “Half as lovely, twice as true” (Galop/Spence), “Comme çi, Comme ça”, musicas gravadas durante seu romance tórrido e difícil com sua segunda esposa e grande atriz, Ava Gardner.

Confira Dudi cantando “Bop!Goes my heart”

Apesar de não figurarem como lado B da carreira do cantor, os irmãos Gershwin (“Nice work if you can get it” e “They Can”t take thar away from me”) e Cole Porter (“Anything Goes”, “I get kick out of you” e “Just one of those things”), alguns dos maiores compositores da música popular americana, não poderiam faltar nesse repertório.

Também estão presentes no show as músicas que, nos anos 50, em parceria com o brilhante arranjador Nelson Riddle, levaram Sinatra ao topo: “I’ve got you under my skin”, “(Love is) The tender trap”, “You make me feel so Young”, “Sunday”, “I’m gonna sit right down (and write myself a letter)”, entre outras.

Apesar de não figurarem como lado B da carreira do cantor, os irmãos Gershwin (Nice work if you can get it e They Can’t take that away from me) e Cole Porter (Anything GoesI get kick out of you e Just one of those things), alguns dos maiores compositores da música popular americana, não poderiam faltar nesse repertório.

Também estão presentes no show as músicas que, nos anos 50, em parceria com o brilhante arranjador Nelson Riddle, levaram Sinatra ao topo: I’ve got you under my skin, entre outras.

Saiba mais e conheça o Projeto SINATRA Lado B nas redes:

@sinatraladob

 

 

ENTREVISTA – DUDI BARATZ

(para Rapha Gomide do Artecult/Showtime Post)

1) Dudi, como foi o início da sua carreira na música e quais foram as suas principais influências?  Também gostaríamos de saber o que te atraiu ao universo de Frank Sinatra e ao jazz como estilo musical?

Rapha, eu sempre achei que um dia eu iria fazer um projeto assim, que envolveria canções americanas dos anos 50.
Bom, quando eu comecei a tocar violão, com 10 anos de idade, o repertório que organicamente eu procurava era o de música popular brasileira. Era o final dos anos 70 e a MPB, e a TV Globo, impulsionada pela sua própria gravadora, a Som Livre, forjava uma trilha sonora absolutamente fantástica: Dorival, Raul Seixas, Gilberto Gil, Caetano, Milton, Marcos Valle. E o veículo que proporcionava isso tudo era a tv, os programas da Globo, como o Fantástico, Sitio do Picapau Amarelo e principalmente as novelas. Então esse era o meu imaginário musical na infância.
Quando me tornei um adolescente, o Rock’n Roll botou o pé na porta. Passei a tocar guitarra e meu interesse se voltou para os guitarristas, claro: Hendrix, The Edge, Andy Summers. E os brasileiros também, pois o Brock dominava o mercado: Celso Blues Boy, Torcuato Mariano, Barão Vermelho, Lobão e etc. Montei minha banda de escola e comecei a cantar e compor.
Mais tarde veio o jazz, mais pelo viés do músico, do instrumentista. Miles Davis, Chet Baker, Charlie Parker, Pat Metheny. A sofisticação do jazz sequestrou aquele adolescente vidrado em solos de guitarra de rock.
Mas ao mesmo tempo, no meio de todo esse percurso, havia uma grande admiração pelos musicais americanos e suas canções. “Singin in the rain” era um clássico que me arrebatava. O programa “Sessão da tarde”, que passava na Globo todas as tardes durante a semana, era a escola de quem gostava desses musicais. Meu avô e minha mãe eram apaixonados pelos artistas da Broadway: Fred Astaire, Judy Garland, Gene Kelly, Bing Crosby e claro… Sinatra!
Agora a gente da um salto no tempo e vem pra 2024.

Dudi Baratz em Sinatra Lado B. Foto: Philippe Leon

Navegando na Internet (não sei se já estava procurando algo relativo ao Sinatra) me deparei com uma entrevista do Nando Reis para o programa O SOM DO VINIL, do Charles Gavin.

 Lá pelas tantas o Nando, respondendo ao Gavin que havia comentando que lembrava do Nando dizer que tinha problemas em aceitar sua própria voz, disse assim: “Cara, claro que eu queria ter a voz do Sinatra!”
Eu achei curioso o Nando, que é do rock, ter como a maior referência do canto, um cara como o Sinatra, que é pré-rock, pré Elvis.
E ali, comecei a pesquisar mais a Fundo a obra do Sinatra. E me apaixonei pelo que vi e ouvi. Porque até então, conhecia o que todo mudo conhece: “New York, New York”,  “My way”, “Strangers in the night”, “Fly me to the moon”, “That’s Life”. Mas essa é uma pequena, ínfima parte da obra dele. Afinal de contas, são quase 60 anos de carreira! E o melhor dele, na minha opinião, está entre os anos 40 até os meados de 60. Então achei que seria importante mostrar esse Sinatra pouco conhecido do grande público. Esse é o objeto do projeto.

3) Quais são os maiores desafios ao interpretar as canções menos conhecidas de Sinatra?

O desafio maior na verdade não é cantar as músicas em si, mas sim escolhê-las em função do roteiro. Porque as vezes acontece de você adorar cantar aquela música mas que não encaixa no roteiro de jeito nenhum. E o contrário também: a música que vai servir como fio condutor, mas que você não gosta de cantá-la. Claro que seria mais fácil fazer um show cantando somente as músicas que gosto de cantar, mas provavelmente ficaria menos interessante.

4) Como você selecionou o repertório para este show especial? Há alguma música com significado pessoal?

Como disse na pergunta anterior, à medida que fui me debruçando sobre a obra do Sinatra, escolhi me ater aos anos 40 e 50 de sua carreira. A partir daí, fui selecionando as canções que ao mesmo tempo fossem interessantes para mim, que fossem possiveis de cantar (pois Sinatra era barítono e a tonalidade de algumas músicas são baixas para mim, que sou tenor, a ponto de não adiantar transpô-las para o meu tom) e tivessem pertinência em relação ao roteiro.
É claro que coloco um pouco de mim em quase todas as músicas (até para poder interpreta-las) pois falam das coisas da vida, no seu sentido mais filosófico, das relações amorosas, enfim, de experiências pelas quais todo mundo já passou, mas não há necessariamente nenhuma que tenha algum significado mais pessoal.

5) Além de celebrar o legado de Sinatra, o que mais te inspira nesse projeto?

A inspiração maior é poder cantar essas canções que amo tanto, que tem uma qualidade incrível. E claro que temos que considerar também as circunstâncias em que foram feitas. Era uma época em que havia uma riqueza musical grande, tanto instrumental, com as orquestras que abarcavam músicos da cultura popular, com a influência do dixieland, ragtime e a evolução e sofisticação do jazz, assim como poética, como a profusão de compositores como Cole Porter, Gershwin, Rodgers & Hart, Sammy Cain, Van Heusen e tantos outros.

E por último, mas não menos importante, é inspirador cantar essas músicas que tem um valor intrínseco mas que foram mais valorizadas ainda pelo timbre, pela extensão da voz e pelo swing de Sinatra, que a meu ver é um dos maiores. Não é a toa que Miles Davis dizia que gostaria de tocar com o swing de Sinatra.

6) Você pode compartilhar algum projeto futuro ou novidades em sua carreira que os fãs possam aguardar?

Olha, pro meu futuro, só consigo pensar nesse projeto atual. Meus filhos que o digam (risos…)
O que posso dizer é que hoje participo de outros projetos como o espetáculo “Para Lennon & McCartney – os Beatles e o Clube da Esquina”, que a gente vem apresentando desde 2017 nos teatros do Rio, Minas e SP, mostrando um pouco da música de nossos ídolos mineiros e como foram influenciados pelos ingleses. Tenho também uma roda de samba chamada Roda da Ortiz que acontece duas sextas do mês no Bar Esperança Eco em Laranjeiras. Todos, projetos que faço com grandes profissionais e amigos que me dão muita alegria.

E tenho também meu trabalho autoral chamado ALMOXARIFE – BARATZ, que pode ser ouvido nas plataformas de música como spotify, deezer e outras.

7) Como você enxerga sua evolução artística desde o início até o momento atual?

Olha, essa pergunta é a mais difícil porque passa por uma auto-análise de tudo que já fiz, da minha trajetória.
Quem me conhece sabe que eu nunca sosseguei em relação ao meu papel, meu lugar na música. Comecei cantando e tocando guitarra em banda de rock, depois tentei o trumpete, toquei pandeiro em grupo de choro, percussão em banda de soul, violão acompanhando cantoras e finalmente baixo elétrico que é o instrumento com que mais trabalhei profissionalmente. Precisei passar por tudo isso pra entender que no fundo no fundo só queria cantar e mais nada. É, a vida é engraçada e o mundo dá voltas!

 

Veja aqui Dudi Baratz interpretando uma das músicas do show, Bop goes my heart :

 

Curiosidades sobre Frank Sinatra

Com mais de 1.300 canções gravadas, Frank Sinatra foi uma das figuras mais
importante da música americana no século XX.
Há várias razões para essa afirmação. No início do século XX, a música americana tinha grande influência do teatro de variedades, conhecido como Vaudeville.
Nesse tipo de espetáculo, sem qualquer recurso tecnológico, o cantor tinha que se esforçar para ser ouvido, usando gestual e movimento largos assim como se utilizando da projeção da voz.
Influenciado por seu ídolo, Bing Crosby, um dos primeiros cantores a utilizar o microfone como aliado, Sinatra mudou a maneira de cantar. Com lindo timbre, senso rítmico inigualável, afinação impecável e bastante romantismo, o cantor conquistou a América, (principalmente as bobby-soxers) da Costa Leste à Costa Oeste do país. Numa época em que os bandleaders das grandes orquestras eram a grande atração das casas de dança e os cantores, meros coadjuvantes, THE VOICE virou o jogo e colocou o cantor como protagonista.
Sinatra também foi um divisor de águas na indústria fonográfica: foi o primeiro artista popular a ter um álbum gravado em 33 1/3 rotações com 45 min de música, 22:30 de cada lado.

 

Sobre Dudi Baratz

Dudi Baratz atua no cenário musical carioca desde a década de 90, quando iniciou sua carreira com o grupo Pô’Ética. Integrou grupos como “Rabo de Lagartixa” e “O Bonde” e tocou com artistas como Joe Eutanásia, Aleh Ferreira, Simone Caymmi, entre outros. Foi finalista do Concurso de Marchinhas da Fundição Progresso 2013 e 2014.Em 2014, lançou seu primeiro disco autoral “Almoxarife”. Atualmente, participa como cantor e baixista do espetáculo “Para Lennon & McCartney – Os Beatles e o Clube da Esquina”, que vem lotando os teatros da cidade do Rio de Janeiro. Em janeiro de 2023 formou a roda de samba “Roda da Ortiz”, em Laranjeiras, junto com Bernardo Dantas, Pedro Holanda, Sandrinho Farofa e Alexandre Caldi.

Siga-o nas redes:

@dudibaratz

 

 

Sobre os músicos do espetáculo

Marcos Nimrichter (@marcosnimrichter) é Instrumentista (pianista, tecladista, acordeonista). Arranjador. Compositor. Iniciou seus estudos de música aos quatro anos de idade na Escola de Música Santa Cecília (Niterói, RJ), onde cursou piano, teoria, harmonia e canto coral. Foi aluno de Sergio Benevenuto (harmonia funcional) e Blas Rivera (arranjo), ambos graduados pela Berklee School of Music de Boston (Massachussets, EUA). Em 1987, participou da Oficina de Verão de Curitiba (PR), cursando Composição e Música Contemporânea com o compositor José Penalva. No ano seguinte, ingressou na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde graduou-se em Piano e, posteriormente, em Composição, tendo sido agraciado com uma bolsa de incentivo à pesquisa pelo CNPq (Conselho Nacional Científico e Tecnológico). Estudou com Guerra Peixe, Marisa Resende e Ronaldo Miranda (composição), Mary Benaion e Giulio Dragghi (piano) e Geraldo Vespar (música incidental). Além do piano e dos teclados, a partir de 1989 começou a tocar acordeom, especializando-se no instrumento de forma autodidata.

Augusto Mattoso (@augustomattoso) é baixista, contrabaixista, back vocal. Nascido no Rio de Janeiro no final dos anos 60, Augusto é considerado um contrabaixista de grande versatilidade, um mestre confiante e criativo de todos os estilos musicais, especialmente da Bossa Nova Brasileira, Samba Jazz, MPB e Gafieira. Possui vasta experiência com Big Bands de Jazz e grandes e pequenos conjuntos de música clássica. Augusto apresenta seus próprios trabalhos desde 2008 como intérprete e compositor e atualmente lidera o Apocalypse Trio com Cliff Korman (EUA) no piano e Rafael Barata (Brasil/EUA) na bateria. Ele também lidera o Modern Double Bass Trio com Pille-Rite Rei (Estônia) nos vocais e piano e Márcio Bahia (Brasil) na bateria, apresentando exclusivamente músicas de autoria de contrabaixistas. Além de seus álbuns, Augusto participa de centenas de gravações com diversos artistas de diferentes estilos, brasileiros e estrangeiros.

Marcos Amorim (@luzdaluamusic) é guitarrista, violonista, compositor e produtor musical. Discípulo de Hélio Delmiro, Amorim leva em sua bagagem a experiência da colaboração com artistas de renome como Baby do Brasil, Francis Hime, Tomás Improta, Eduardo Dusek, Tânia Alves, Zezé Motta, entre outros. Atualmente Marcos integra a Rio Jazz Orquestra.

Kleberson Caetano (@kleberson.caetano.drummer) foi integrante da Rio Jazz Orquestra, acumulou experiência acompanhando músicos, compositores e cantores como Osmar Milito, Luiz Carlos Vinhas, Durval Ferreira e Maurício Einhorn, Ricardo Silveira, Hélio Delmiro, Marinho Boffa, Mauro Senise, Cláudio Roditi e artistas internacionais como Paquito D’Rivera, Freddy Cole e John Pizzarelli. Atualmente integra a Baixada Jazz Big Band.

SERVIÇO

SINATRA LADO B (B’SIDES)

 

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