A mais nova produção da Playarte Pictures, “Shadow“, se passa na China, no chamado “Período dos Três Reinos” – aproximadamente durante o século III d.C. – e possui um visual grandioso e uma boa mão na sua condução, tendo como responsável Zhang Yimou (“Herói”, “O Clã das Adagas”, “A Grande Muralha”) e estrelado por Chao Deng (“Assassino em Série”), Li Sun (II) (“Mestre das Armas”) e Sujin Zhu. Os fãs poderão comprovar toda a originalidade do cineasta nas telonas, que teve livre inspiração nessa obra que foi baseada na técnica de pintura oriental que surgiu na China no século II (“shuimohua” em chinês tradicional, ???).
Na trama vemos, um grande rei e seu povo, que serão expulsos de sua terra natal, mas tentarão recuperá-la. O rei, violento e ambicioso, de métodos e motivos misteriosos; seu general, um visionário que anseia vencer a batalha final, mas precisa preparar seus planos em segredo; as mulheres do palácio, que lutam para encontrar a redenção em um mundo onde não têm lugar; e um plebeu chamado “Senhor de todo o mundo”, serão os personagens que virarão as forças inexoráveis desta história.
O longa permeia entre as constantes e grandiosas cenas de ação e vemos um excelente desenvolvimento de seus personagens principais, principalmente em conjunto aos seus arcos dramáticos. O gênero ação/fantasia funciona como pano de fundo dessa história, que para os fãs mais rigorosos terão um deleite visual, gráfico e sonoro.
Todos os elementos presentes na trama são entregues de maneira equilibrada, aqui não há espaço para o trivial, para que eles possam existir tem um fundamento e um propósito. Em termos de atuação, podemos ressaltar Chao Deng (Comandante Jing), Li Sun (Madame Jing), Ryan Zheng (Rei) e Wu Lei (Ping), todos ótimos em suas respectivas interações e demonstração da vulnerabilidade de seus personagens, entregando atuações que vão de acordo com a grandeza da trama. Ou seja, o telespectador é conectado àquela história.
Confira o Trailer:
Shadow é uma produção monumental de encher os olhos. Elementos como trilha sonora, fotografia, coreografia de lutas são elevados a uma grande potência e irão, com certeza e com esse produto final, agradar o grande público. Mesmo que as vezes a história venha tenha algumas fugas narrativas desconexas, ela acaba por se reencontrar e a experiência não é impactada. Vale com toda certeza ser visto na maior tela possível!
Nota: 7,5
CONFIRA ABAIXO TAMBÉM NOSSA ENTREVISTA Q&A COM O DIRETOR ZHANG YIMOU
ArteCult / Cinema & Companhia: Conte-nos sobre a história por trás de Shadow? Como surgiu a ideia?
ZY: Este é um filme sobre um dublê de corpo, um conceito no qual sempre me interessei. Mas também descobri que, apesar dos inúmeros filmes de época lançados na China todos os anos, nenhum abordou este assunto – o que reforçou a minha vontade de fazer este.
O filme é uma reimaginação do épico Romance dos Três Reinos em Jingzhou. Quais são os temas centrais do conto clássico que inspirou o filme?
ZY: A China é um país com um longo passado histórico e muitos de seus filmes e séries de televisão são inspirados em verdadeiros eventos da história ou versões ficcionais da história. No entanto, todos nós somos limitados por “leis da história” invisíveis, que eu nunca ignoraria. Eu não criaria histórias infundadas.
Em última análise, este filme é sobre luta, sobrevivência, apuros terríveis e ambição selvagem – como um homem comum pode conseguir não apenas sobreviver em meio aos jogos de poder dos reis e da aristocracia, mas até mesmo transformar a derrota em vitória. O rei é um rei – todos os reis do mundo são semelhantes. Por um lado, ele é alguém no topo da hierarquia, rodeado de súditos que disputam poder e posição. Por outro lado, ele também é apenas um homem, com todas as emoções humanas comuns.
Você sempre foi considerado um diretor de ‘histórias de mulheres’. Você diria que isso é verdade?
ZY: Eu diria que isso está correto. As mulheres muitas vezes desempenham papéis importantes em minhas histórias. Em Shadow, vemos uma mulher no centro de um vórtice, presa entre seu marido e sua “sombra”, entre o poder e o amor, enquanto ela passa por essa jornada emocionalmente complexa. Ela é forçada a fazer escolhas do início ao fim, até os últimos segundos da história.
Qual foi a inspiração por trás do estilo visual cinematográfico de Shadow?
ZY: O estilo visual de Shadow é inspirado nas técnicas de pintura a pincel da pintura chinesa. Sempre quis experimentar esse estilo único de efeito de tinta e lavagem; parece muito “chinês” para mim. As cenas com chuva em particular têm uma textura muito fluida que cria um ambiente único.
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