SEXTAS POÉTICAS: “VISÕES” de Tanussi Cardoso

Oi, amigos e amigas, aqui é o poeta Tanussi Cardoso. Um prazer estar, novamente, com vocês. A estreia do Sextas Poéticas me deu muitas alegrias, pela grande repercussão. Na verdade, gostaria muito de agradecer, nominalmente, a quem se dispôs a escrever sobre a coluna, mas é, praticamente, impossível. Assim, com todo o respeito, peço permissão ao nosso editor, Raphael Gomide, para sintetizar todas as referências amigáveis, na pessoa do poeta, compositor e cantor IVAN WRIGG que, inspirado pela leitura do meu poema “Lugar algum”, publicado na semana passada, resolveu responder à pergunta contida no verso final, “Por que o Tempo só mira o abismo?”,com um outro poema, a mim dedicado. Assim, com o carinho e respeito a todos os leitores e leitoras do Sextas Poéticas, inicio a coluna com o poema do Ivan Wrigg, com meu agradecimento efusivo ao leitor e amigo:

RESPOSTA
para Tanussi Cardoso

O tempo mira o abismo
porque devemos estar seguros
para o salto que transforma,
para o voo que liberta.
Tudo antes é sombra,
tudo durante é vontade e apuro
e é preciso coragem
para virar borboleta
quando se deixa o casulo.

(Ivan Wrigg)

Bem, vamos ao meu poema de hoje, de nossa “Sextas Poéticas”. Espero que gostem.

VISÕES

Foto: i-Stock

Quando criança,
o Sol queimava feito uma bola amarela
e as nuvens choravam água dentro delas.
Tudo era imensamente grande,
assim como o amor
fosse somente um rinoceronte
lambendo as lágrimas dos inocentes.
Quando criança,
o mundo era só um risco na paisagem.
A vida ainda não era dançar
diante do abismo da viagem
e a poesia não era o que nascia do espanto,
mas o encanto dos olhos do que o menino via.
Quando criança,
a rua era um país a explorar meus desejos
e o sexo, só uma diversão de dedos.
Eu era eterno – eu era para sempre-
tudo era para sempre.
Meus mortos eram para sempre.
Hoje, tudo é real e rói.
Só a criança teima em existir,
mas ela dói.

(Tanussi Cardoso)

“DICA DA SEXTA”:

Carmen Moreno é carioca, poeta, ficcionista, bacharel em Artes Cênicas e Licenciada em Educação Artística pela UniRio. Membro titular do Pen Clube do Brasil. Publicou, entre outros, Diário de Luas (romance), Sutilezas do Grito (contos) e O Primeiro Crime (romance), todos pela Rocco, além de Para Fabricar Asas (poesia), Ibis Libris. Recebeu o Prêmio Casa da América Latina de Contos, entre dezenas de outras premiações. Seu livro, indicado nesta coluna, Sobre o Amor e Outras Traições, foi publicado pela Patuá, em 2021, e acaba de tirar o 2º lugar no Concurso Internacional da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro – UBERJ, merecidamente.

Sobre o Amor e outras Traições – capa

No prefácio, “Uma pequena e doce poeta gigante”, a escritora e jornalista Cecília Costa afirma que Sobre o Amor e Outras Traições “é um grande livro”.

O poeta, professor e membro da ABL Antonio Carlos Secchin diz que “o lirismo de Carmen Moreno se caracteriza pela visceral intensidade com que a poeta, corajosamente, se expõe na sucessão de muitas perdas & alguns ganhos que lhe marcaram a existência.” E exemplifica com essa pequena pérola: “Nenhum fim é fato / Toda morte é apenas / hiato”.
E eu ouso afirmar que o livro “é a celebração da rica escritura de Carmen Moreno que, ao longo de seus belos livros anteriores, tornou-se a tradução mais perfeita do que entendemos por poesia.”
Portanto, não deixem de ler Carmen Moreno e seu “Sobre o amor e outras traições”, Editora Patuá, a nossa “DICA DA SEXTA”.

Segue o contato da poeta: carmenmoreno2@gmail.com.

Grande abraço poético do Tanussi Cardoso e até à próxima “Sextas Poéticas”, aqui no Portal ArteCult. Conto com os comentários, observações e ideias de vocês para que possamos, cada vez mais, aprimorar a nossa página. Muito obrigado!

TANUSSI CARDOSO

www.tanussicardoso.com.br

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