Olá pessoas! Quando eu criei o Canal Analógico Lógico!, tive a ideia de contextualizar um pouco mais determinados aspectos da fotografia, de forma que as pessoas, de maneira geral, entendessem a lógica por trás da arte e da técnica fotográfica, pois é muito fácil encontrar avaliações de máquinas e lentes e ouvir que tal máquina ou tal lente é boa. Ok! É boa! Mas por quê é boa? O que a distingue das demais? Quais características isso ou aquilo teria que compensasse (ou não) dar uma pequena fortuna em algo novo ou “velho”.
Em nossa sociedade (extremamente) consumista, qualquer coisa com mais de seis meses já é obsoleta aos olhos de muitos. Mas isso está longe de ser uma verdade. O nome disso é: marketing. Se a sua cafeteira elétrica é substituída por um modelo novo, ou se sai uma atualização de seu celular que foi comprado na semana passada, automaticamente nossos cérebros nascidos, criados, alimentados e recompensados pelo consumismo já olham para aquele bem com uma certa angústia e algum grau, por que não, de desprezo. Como se produtos ou coisas novas pudessem dar um “super melhor resultado” ou fizesse você “passar para o próximo nível”. Não amigos, o nome de grande parte das suas idas às sessões de análise e da derrocada de suas contas bancárias, chama-se, marketing. Mas calma! Isso não é culpa sua e estou aqui para ajudá-lo, mas para isso ligue agora para o telefone que está aqui em baixo… Não, não, não! É pilha! Mas aposto que seu coraçãozinho deu uma palpitadinha, não foi?
Bom, voltemos. E o que isso tem a ver com fotografia ou qualquer outra coisa? Simples: a exclusividade. Em uma sociedade onde TUDO é padronizado, as pessoas, infelizmente, também são, sendo avaliadas pelo que carregam na carteira e não fogem da padronização em que, ser ser diferente é ser igual e por isso precisam do mesmo celular, do mesmo carro superesportivo, da mesma… Bom, estou me repetindo. Mas se você ligar AGORA para o número…!
Então onde quero chegar com isso, pelo menos aonde eu me proponho a conversar com vocês: fotografia. A captação da luz, se dará em uma mídia, em um meio, uma estrutura que, sensibilizada por esta luz, conservará a imagem coletada seja, modernamente, pela lente ou, mais antigamente, por um simples orifício, no caso da câmara (e não câmera) obscura. Beleza, isso todo mundo sabe. Então você verá um fenômeno mercadológico que diz basicamente o seguinte: as câmeras digitais são a evolução da fotografia e elas substituíram o filme. Isso é a mais pura mentira. E eu provo!
Muito embora em 1889 o Sr. George Eastman Kodak tenha desenvolvido um rolo de filme de celuloide para usar em suas câmeras, o primeiro filme fotográfico de celuloide foi criado um ano antes pelo Sr. John Carbutt. E antes desses, usava-se placas chapas de metal e antes dessas de vidro, e antes dessas, usava-se chapas de estanho… Então se voltarmos pra valer no tempo, a captação da luz em uma superfície remonta há quase 200 anos. 200 anos de evolução!
Aí chega o sujeito, 200 anos no futuro e diz que “depois você acerta na pós (produção)”, algo que para fotógrafos clássicos de filme soa quase como uma blasfêmia, por considerar que a arte da fotografia pura implica justamente na captura da luz naquele instante do tempo e não em sua manipulação, edição ou alteração de suas qualidades. Isso seria uma gravura, um desenho, uma colagem, uma edição, uma imagem, mas, jamais uma fotografia, no sentido puro de fóton (luz) e graphos (grafar, escrever, imprimir). Grafar com luz. Coisa parecida ocorreu com os os pintores clássicos (ainda ocorre) que achavam a mesmíssima coisa dos ditos fotógrafos, há quase 200 anos. Coincidência, não? Mas, assim como a fotografia, a pintura também evoluiu, seja com métodos, técnicas, equipamentos ou estilos. Mas que tanto em uma, quanto na outra, há que se lembrar que: arte é arte. É uma forma de expressão do eu, do ego, interior e, sendo diferentes entre si, uma jamais implicará a “evolução” da outra.
Então a rapeize novinha, depois de bater 5764 fotos da festa no celular de 110mp com 4K de resolução (aliás, você sabe qual é a resolução do filme? 4K! Já começou a se sentir enganado pelo marketing?), chega em casa e vai “editar” as duas únicas fotos que se salvaram naquele editor para filmes velho pra caraca das iniciais PS, que foi criado no Anno de Nosso Senhor de 1987 pelos irmãos John e Thomas Knoll, que venderam a licença de distribuição para a Adobe em 1988 e, se você é bom de matemática, vai perceber que isso foi há 33 anos atrás e, pasmem! Não haviam câmeras digitais há 33 anos atrás. Logo, chegamos a duas conclusões possíveis, primeira: um exterminador veio do futuro e disse pra Sr. Adobe para comprar o programinha porque no futuro… E a segunda: é originalmente um editor de filme que visava aumentar a eficiência na produção e diagramação de fotos para mídias escritas, jornais, revistas, fotógrafos… Ah, markenting véio…
E assim é com máquinas, que quando mudam o nome, dobram ou triplicam de preço. Mudam a casquinha de fora, mas continuam tendo o mesmo esqueleto, a mesma alma por anos ou as lentes, que continuam a ter o mesmo (MESMO!) projeto óptico por DÉCADAS! E algumas até por SÉCULO!, Mas que são vendidas ainda hoje como uma “grande novidade”. Assim como foi com a sua “fabulosa” Tekpix, de vertiginosos 3.1mp!!!, a câmera pela qual você me vendeu a sua fabulosa Pentax Spotmatic, que não valia nada, porque era “velha”. Parafraseando o grande poeta que está vivo: “Eu vejo o futuro repetir o passado. Eu vejo um museu de grandes novidades”. E é isso aí, rapeize, o tempo não para. Uma linda, radiante, gloriosa e repleta de luz semana para todos vocês, Hare, Hare. E se vocês querem saber o que o astronauta tem a ver com tudo isso, não percam mais tempo! Ligue agora para o número que está…
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