Roger Waters. Uma noite histórica no Maracanã.

Na última quarta feira ocorreu um evento histórico no ex “Maior do Mundo”. Roger Waters trouxe sua turnê “Us + Them” ao Maracanã. Havia uma enorme expectativa da reação do público, diante das vaias de São Paulo e Minas, sendo que nesta última cidade até um boletim de ocorrência foi lavrado por Roger expressar seu posicionamento politico em favor dos direitos humanos.

Artista e ativista de Direitos Humanos, Roger trouxe tudo que o público queria ver e ouvir, sua maravilhosa música, os efeitos especiais, com direito a chaminés subindo por trás do telão 6k.

Nem tudo foram flores na apresentação.
No início do show o som estava um pouco baixo, o que foi resolvido já na execução da primeira música, “Speak to Me”.
O palco, por conta da tela de altíssima definição, estava um pouco baixo, o que limitou a visão do público, especialmente para quem não estava na pista VIP ou na arquibancada.

Porém os problemas pararam aí.
A tela, que era um show a parte, garantia o deleite visual do público, inclusive no intervalo entre as duas partes do show, quando foram exibidas as mensagens Resist, como parte de seu discurso anti-stablishment, que defende o individuo perante corporações, a vigilância da rede social, fazendo menção direta ao Mark Zukberg como “Grande Irmão”, e a opressão estatal, o que é absolutamente congruente com as músicas que foram tocadas.

A tela esquentou o público para “Speak To Me”, “Breathe” e “One Of These Days”, com participação ativa do público, que acompanhava Waters e sua banda. Porém foi quando “Time” foi tocada que o Maracanã vibrou, e não houvesse viva alma eu não cantasse.

Nas músicas de seu último trabalho, “Is this the life we really want”, Roger interagia mais com o público, que se mostrava feliz em ver um dos grandes compositores da música mundial, mas foi justamente essa a parte mais intimista do show. Pode não ter empolgado, mas se via a emoção no criador de “Déja vu”, “The Last Refugee”, “Picture that”, na primeira parte do set, e “Smell The Roses”, na segunda parte.
Músicas como “Wish You’re Here”, “Welcome to The Machine”, “Dogs”, “Money” e “Us and Them” foram ovacionadas.
Uma sacada fantástica foi a usina de Bettersea ter surgido na tela, como que brotando do chão, e suas chaminés subirem por trás da tela, com imagens lançadas de projetores com altíssima resolução, bem como o porco ter passeado pelo público durante a execução de “Pigs”.

A participação do coral de crianças em “Happiest Days Of Our Lives”, “Another Brick In The Wall Part 2” e “Another Brick In The Wall Part 3” foi emocionante.
O comparecimento da esposa e filha de Marielle Franco, embora seja um ato político, tem tudo a ver com toda a história de defesa dos direitos humanos de Waters, mais ainda emendando com “Mother”, uma de suas músicas mais belas, e fortes, e caminhando para o fim do Show com “Confortably Numb”, um tapa na forma como estamos anestesiados no nosso dia a dia, sem olharmos para o lado, para o próximo.

A banda que o acompanha é extremamente competente, os guitarristas Jonathan Wilson e Dave Kilminster revezaram-se nos solos e nos vocais das músicas, lembrando, em muito o tom de voz e guitarra de Gilmour, e as cantoras Jess Wolfe e Holly Leassig tem belas vozes, mas não chegam aos pés do original de “Great Gig in the Sky”.

Veja a Set list do Show:

  • Speak to Me
  • Breathe
  • One of These Days
  • Time
  • Breathe (Reprise)
  • The Great Gig in the Sky
  • Welcome to the Machine
  • Déjà Vu
  • The Last Refugee
  • Picture That
  • Wish You Were Here
  • The Happiest Days of Our Lives
  • Another Brick in the Wall Part 2
  • Another Brick in the Wall Part 3

Set list #2:

  • Dogs
  • Pigs (Three Different Ones)
  • Money
  • Us and Them
  • Smell the Roses
  • Brain Damage
  • Eclipse

Bis:

  • Mother
  • Comfortably Numb

 

Quem foi ao Show viu um momento histórico, com músicas maravilhosas, muito bem executadas, num espetáculo audiovisual para ficar na memória!

Texto e Imagens:

PAULO PAES

Author

Apesar da sua formação em direito, sempre amou a música e os gameboards como banco imobiliário, jogo da vida, WAR, tendo sido apresentado ao RPG no fim da década de 80. Desde 2013 se aventurou pelos novos jogos de tabuleiro (board games), um mundo bastante lúdico e bem rico. Vocalista do Dinossauros Nacionais, colabora com o canal Música & Bandas Novas e agora vai nos ajudar a desbravar esse mundo muito legal dos Gameboards, sempre aprendendo também sobre os novos jogos!

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