RENFIELD – DANDO SANGUE PELO CHEFE: Novo conto do universo de Drácula acerta na trasheira, mas erra no ritmo

 

Uma coisa muito importante para se saber antes de assistir Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe é que não é só mais um filme do Drácula focado inteiramente no famoso vampiro, mas faz do personagem do título, geralmente um coadjuvante, o protagonista contando sua própria história. Nesse ponto o filme não decepciona, por outro lado, o filme em si pode ser bem divisível.

RENFIELD – DANDO SANGUE PELO . Foto: Divulgação Universal Pictures

Provavelmente a maior parte do público que irá ver o filme espera a performance de Nicolas Cage como conde Drácula, aliás, devo dizer que em relação à sua atuação, o filme só me arranca elogios. Cage está atuando dentro de seu estilo exagerado e extravagante de sempre, o que combina com a proposta do personagem.

RENFIELD – DANDO SANGUE PELO . Foto: Divulgação Universal Pictures

Além disso, adiciona um tom mais sinistro que Drácula precisa ter para exalar seu lado ameaçador sobre a atmosfera, com um leve cinismo, que o confere um jeito cômico compatível com o ritmo do filme, carregando também no forte humor ácido. Talvez o único ponto negativo do Drácula de Cage é o tempo em tela que o mesmo tem, bem curto, levando em conta todo o marketing feito sobre sua participação. Quanto a isso, confesso que é bem decepcionante, embora sua funcionalidade seja bem desenvolvida junto com o protagonista.

RENFIELD – DANDO SANGUE PELO . Foto: Divulgação Universal Pictures

A relação entre Drácula e Renfield (Nicholas Hoult) é o arco mais interessante do filme, que é bem construído ao mostrar os séculos de servidão que o protagonista viveu sob as ordens do Drácula, fazendo-o se questionar e ter consciência desse relacionamento abusivo de escravidão: é obrigado constantemente a encontrar vítimas para alimentar seu mestre. Tudo isso consegue ser bem divertido pela forma inteligente de como essa relação é abordada. A estrutura não é nada revolucionária, mas é satisfatória.

RENFIELD – DANDO SANGUE PELO . Foto: Divulgação Universal Pictures

Outro ponto que vale a pena ser citado, são as referências usadas, não só da obra de Bram Stoker, mas também do clássico filme de 1931 protagonizado pelo grande Béla Lugose. O filme reproduz a cena em que Drácula e Renfield se conhecem, usando também a paleta em preto e branco que vai agradar os fãs dos monstros clássicos da Universal, um toque bem pensado, colocando a história que a gente conhece como canônica dentro dessa nova obra totalmente nova e original.

RENFIELD – DANDO SANGUE PELO . Foto: Divulgação Universal Pictures

Embora tudo que envolve Drácula e Renfield seja bem feito, o resto do filme tem problemas sérios. Para começar, a direção de Chris McKay (LEGO Batman: O Filme) é indecisa sobre que tipo de filme quer criar, já que o ritmo muda constantemente de acordo com o personagem que acompanhamos, quando Renfield está em tela, o humor ácido e a violência com o gore extremo funciona bem, mas existe também o arco do personagem do Ben Schwartz que, além de ser bem irritante, transforma o filme em um história de gangster que se distancia demais do estilo cômico e sombrio.

RENFIELD – DANDO SANGUE PELO . Foto: Divulgação Universal Pictures

E tem também a Awkwafina, que interpreta uma policial honesta totalmente anti-corrupta, que tem a função de ser o oposto de Renfield, pois enquanto este só abaixa a cabeça e faz tudo que seu mestre ordena, ela se recusa a ceder para a corrupção dentro da polícia, além de ser o interesse romântico do protagonista, mas apesar dela carregar essa honestidade e pensamento de vida que faz Renfield refletir sobre sua relação com Drácula, a personagem também acaba afetando o ritmo, que transforma o filme em um drama policial e perseguição. Mas o pior mesmo é o ato final, quando todos os arcos se cruzam e essa mistura não é nada favorável para o filme que acaba se tornando uma bagunça.

Confira o trailer

Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe é o típico filme “ame-o ou odeie-o” e funcionaria mais se tivesse um ritmo estável, sem grandes mudanças significativas, já que como uma trasheira sangrenta e cômica, o filme funciona muito bem. Mas infelizmente o que ocorre é uma bagunça, pois mistura gêneros que a direção não soube intercalar bem.

NOTA: 5,5

BRUNO MARTUCI

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Colaborador de Teatro Musical e CINEMA & SÉRIES dos sites ARTECULT.com, The Geeks, Bagulhos Sinistros, entre outros.

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