Nesta segunda-feira, dia 14 de março, o ArteCult participou do primeiro encontro com parte do elenco da primeira fase de Pantanal. Além de parte do elenco, também estavam presentes na coletiva o diretor artístico Rogério Gomes, o autor Bruno Luperi e a figurinista Marie Salles.
Neto de Benedito Ruy Barbosa, Bruno Luperi teve o desafio de adaptar a trama para os dias atuais, afinal já são mais de 20 anos desde a exibição da versão original. ” Os personagens, a essência é a mesma. O texto reinterpreta para o nosso tempo, reorganizando algumas coisas que ficaram datadas.” comenta o autor, que finaliza dizendo: “O tempo é um agente fundamental para o Pantanal, não só na relação humana, na questão social. Trinta anos atrás a inovação tecnológica era outra, só tinha rádio. A tecnologia chega, as barreiras desaparecem. É a mesma história que a gente está contando só que trinta anos depois.”
Bruno também contou que o avô não interferiu na sua adaptação. “Ele sempre me deu a benção desde o começo, me mandou ir com meu coração, mas a gente mantém uma distância regulamentada do processo, se não, não consigo fazer o que precisa ser feito na obra. Ele vai fazer 91 anos, extremamente lúcido. É um autor com a marca de ter escrito tudo sozinho. Acho que você só consegue alcançar se você se entrega para o texto com uma paixão visceral”.
O diretor artístico Rogério Gomes comentou sobre a escolha do elenco para essa nova versão. “Os personagens já estão muito implícitos na obra do Benedito, as características deles são muito fortes. Como são personagens fortes, personagens muito marcantes, a escalação nos joga diretamente para atores que são mais adequados. Não tem como fugir da adequação”, comentou o diretor. “Quando a gente escala, é difícil fugir do que a gente viu há 30 anos. São pessoas que a gente escalou por adequação”, acrescentou Papinha.
No caso de Pantanal, o cenário faz parte do enredo contado, quase como um personagem principal. Quando perguntado sobre o desafio de não deixar esse ‘cenário’ sobressair sobre os personagens, o diretor respondeu: “É muito difícil não deixar o Pantanal sobressair sobre essa história, porque para mim ele é o protagonista dessa história toda, a gente não tem muito para onde correr, a novela foi feita no Pantanal, foi concebida por Benedito no Pantanal.”
“É muito difícil você não ter o Pantanal como protagonista desse lugar. Acho que essa preocupação não aconteceu, a gente sabia realmente por onde estava andando, com todo respeito, com todo carinho e colhemos muitos bons frutos. O Pantanal faz muito parte, ele é um protagonista dessa história. ”
A figurinista Marie Salles contou sobre os desafios de roupas e caracterização, com personagens tão conhecidos pelo público. “Nós fomos até o Pantanal e então, começamos a fazer a ligação entre os personagens, as cores, tudo que habita no Pantanal”, contou a figurista. Marie assistiu à versão da novela de 1990 para entender melhor como tudo se encaixaria nessa nova versão.
Segundo Salles, existiram dois grandes desafios no figurino, mostrar a contemporânea e ao mesmo tempo, mostrar a harmonia, o realismo. “Nós fomos até o Pantanal e então, começamos a fazer a ligação entre os personagens, as cores, tudo que habita no Pantanal. Existe uma contemporaneidade e tradição no figurino dos peões, que trazemos para esse Pantanal”, comentou a figurinista também lembrou, sobre uma questão mistica que gira em torno de Juma e do Velho do Rio.
Veja o video onde Marie Salles fala mais sobre o figurino de Pantanal:
‘Pantanal’ é escrita por Bruno Luperi, baseada na novela original escrita por Benedito Ruy Barbosa. A direção artística é de Rogério Gomes, direção de Walter Carvalho, Davi Alves, Beta Richard e Noa Bressane. A produção é de Luciana Monteiro e Andrea Kelly, e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.