A REALIDADE VIRTUAL (a chamada VR – Virtual Reality) está chegando enfim com força total no mundo do Cinema e até os grandes festivais já estão assimilando a nova tecnologia, estão se adaptando e programando grades exclusivas para este tipo de produção onde cada expectador ganha o seu óculos de VR.
O premiado diretor mexicano Alejandro González Iñárritu, por exemplo, ganhador de Oscars pelos filmes Birdman e O Regresso, é um dos que já está investindo pesado neste tipo de produção. Ele lançou em Cannes o curta “Carne y arena” que coloca o espectador no meio do deserto que divide México e EUA durante 7 minutos, na pele de um imigrante ilegal! Veja sua entrevista sobre sua produção e a nova tecnologia empregada:
Citando outros exemplos, o Festival de Veneza deste ano , por sua vez, irá realizar a primeira competição oficial de filmes em VR e no mês passado, durante o Festival Varilux de Cinema Francês teve uma mostra de filmes utilizando esta nova tecnologia. Michel Reilhac exibiu o seu curta “Viens!” (Venha!) em que sete pessoas (quatro homens e três mulheres) nuas se encontram num espaço branco, fora do tempo e do espaço, durante 12 minutos. Se beijam, se tocam… pois é… e o telespectador entra na dança! Mas calma, não se trata de um cinema pornô (que aliás já está abraçando também a tecnologia), Reilhac apenas define sua obra como…. uma “poesia visual tântrica”. rs
Aqui no Brasil, o filme “Cartas a Lumière – A chegada do trem à estação” lançado em Abril no espaço “Oi Futuro” pelo carioca Fabiano Mixo tem como cenário a Central do Brasil e explora em VR as multidões que cortam os grandes centros diariamente.
E vem chegando também no final de Julho o longa “D.P.A. – O filme” que foi inspirado na série “Detetives do Prédio Azul” do canal Gloob que contará com 3 curtas promocionais em VR.
O grande “barato” nestes tipos de projetos cinematográficos em VR é que o telespectador escolhe para onde olhar, de forma aleatória. E o som é fundamental, pois assim como na vida real ele é em 360 graus. É ele o que te chama atenção para o que olhar. E assim como no próprio cinema, a VR agrega outras inúmeras artes, logo o potencial é imenso.
Mas a Realidade Virtual não pretende substituir o cinema como muitos estão pensando, ela tende a construir uma nova linguagem para o mesmo.
No que tange a esta nova tecnologia, existem dois tipos de produtos: o chamado 360º mais utilizado em filmes e documentários, em que o espectador apenas
assiste (você olha ao redor). O outro, chamado de realidade virtual interativa, em que ele consegue manusear um objeto(além de olhar, você também se
movimenta).
Vamos aguardar pois a VR no cinema tem MUITO potencial.
Veja aqui a reportagem do programa Olhar Digital sobre Realidade Virtual no Cinema:
obs: o termo virtual vem do latim medieval Virtuale ou Virtualis, cujo radical Virtus foi mantido e significa: virtude, força ou potência.