Uma das grandes qualidades do cineasta e escritor Stephen Chbosky é a ótima construção de personagens reclusos e com dificuldades para se enturmar devido a comportamento tais como ansiedade e timidez, como em seu filme “As Vantagens de ser Invisível”, ou por uma deformidade física como em “Extraordinário”. Em “Querido Evan Hansen” temos mais um bom exemplo disso, a história é desenvolvida de forma que coloca o protagonista em uma situação completamente desconfortável e que fica cada vez mais mais difícil sair dela.
A história, baseada no livro e no aclamado musical da Broadway, narra a vida de Evan (Ben Platt), um adolescente com sérios problemas de ansiedade e timidez, e que, devido a um mal entendido, é visto como o melhor amigo de Connor (Colton Ryan), um garoto problemático que cometeu suicídio. Os pais de Connor buscam conforto e paz ao saber que Connor supostamente tinha, pelo menos, Evan como seu amigo. O que era para ser uma pequena mentira para reconfortar a família, acaba tomando proporções bem maiores, a ponto de se tornar uma história de inspiração e alcançar status viral.
O filme tem uma temática inspiradora : a de como as pessoas devem valorizar mais os momentos que a vida proporciona, um tema que só é bem executado quando o roteiro não foca demais no mesmo, mas quando isso ocorre e a direção começa a destacar demais esse momento de inspiração, fica muito artificial, notando-se que a direção quer criar esse ambiente para emocionar o espectador, mas isso fica tão óbvio que dá uma sensação de manipulação , como se a direção quisesse ditar quando o público deve chorar e rir, o que lembra até as risadas de fundo nas sitcons que tem essa função.
A história é bem desenvolvida no início, adicionando e conectando elementos relacionados a Evan e Connor e fazendo com que os pais de conner interprete isso de forma equivocada, como se fossem atos de amizade entre ambos. Mas o que talvez deixe forçado são as tentativas de Evan esclarecer a verdade para eles em uma cena específica, que tem um tom cômico (na qual é bem falho) com a desculpa de usar a ansiedade de Evan para disfarçar a fragilidade da cena, facilitando essa passagem para que a mentira reconfortante se tornasse um marco viral.
O ator Ben Platt passa bem a imagem de uma pessoa com problemas para se socializar, mas não de um adolescente que está prestes a se formar no ensino médio, já que a idade do ator é bem notável, principalmente quando contracena com atores mais novos.
As músicas são o ponto forte do filme e tem letras e ritmo bem empolgantes. O que talvez possa causar estranheza em alguns é a falta de um grande número de dança, que aliás o público espera ver em um musical, no qual o personagem comece a cantar e todos a sua volta por consequência, começam a acompanhar com uma coreografia bem ensaiada, o que não ocorre aqui, mas também não faz falta devido ao estilo do filme , afinal ele não necessita de algo animador como um número de dança e só as canções já seguram o clima que o filme necessita.
CONFIRA O TRAILER
“Querido Evan Hansen” é um musical bem curioso, que vai despertar o interesse dos fãs do gênero pelo seu diferencial devido ao tema e ao estilo mais contido, ou… vai decepcionar pelo mesmo motivo.
NOTA: 7
Confira também o poster do filme:
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