Premiado pela ONU, fotógrafo brasileiro leva a exposição ‘Candomblé’ para Asunción, no Paraguai

Foto – Divulgação – Mai Katz

 

Composta pelas séries “Orixás” (2014) e “Ounjẹ Òrìṣà – Comida de Orixá” (2025), o acervo contempla mais de 31 obras, premiadas e inéditas, do fotógrafo documental André Fernandes

Reconhecido internacionalmente pela Organização das Nações Unidas (ONU), o fotógrafo brasileiro André Fernandes segue com a exposição ‘Candomblé’, aberta à visitações em Asunción, no Paraguai. Sediada no IGR (Instituto Guimarães Rosa), aEmbajada’ acolhe obras inéditas e premiadas da identidade afrobrasileira, convidando os hermanos à um mergulho nos territórios da diáspora.

Localizada na Calle Eligio Ayala, esquina Avenida Perú, as visitações são gratuitas e podem ser realizadas mediante agendamento com a Embaixada, via Instagram @igrasuncion.cultural. Durante a visita guiada, o público se aprofunda na premiada  série ‘Orixás’ (2014) e no novo ensaio do fotógrafo, ‘Ounjẹ Òrìṣà – Comida de Orixá’ (2025), que juntas, compõem um acervo com 31 retratos sob lentes.

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Oxum (Créditos: André Fernandes)

Sucesso de público, a exposição do artista baiano soma mais de 1,3 mil visitantes há menos de uma quinzena da sua abertura, sendo referência em público no âmbito internacional. O reconhecimento veio através da responsável pelo IGR Asunción e chefe do setor cultural, Carolina Paranhos.

“Ele (André) teve o grande mérito de dar visibilidade à prática do Candomblé, não apenas no Brasil, mas também aqui, onde existem muitos praticantes dessa religião de base africana. A mostra, ademais, bateu recordes de público no Instituto Guimarães Rosa, com o público interessado em prestigiá-la desde a inauguração”, comenta a autoridade internacional.

Através das lentes: conheça ‘Orixás’ e ‘Ounjẹ ÒrìṣàComida de Orixá’

Mergulhando nos costumes, ritos e na espiritualidade do terreiro Ilê Axé Alaketu, em Salvador; a série “Orixás” chega pela primeira vez ao Paraguai após consagrar o célebre autor, André Fernandes, no ‘Concurso Internacional de Arte para Artistas Minoritários’ da ONU – realizado em Genebra.

Sob o olhar do Babalorixá Indarê Sá, as quinze fotografias carregam a tradição e o respeito aos símbolos, às vestes e à ancestralidade da religião de matriz africana. Após a série ganhar destaque na cena internacional, André se dedicou à um novo ensaio fotográfico, desta vez, com dezesseis obras exclusivas, registradas a partir de alimentos produzidos por Tata ria Nkisi Douglas Santana: a mostra ‘Ounjẹ Òrìṣà – Comida de Orixá’ (2025).

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Comida de Yansã (Créditos: André Fernandes)

A nova produção visa conectar o sagrado ao cotidiano, despertando a curiosidade do público acerca dos alimentos que reverenciam os orixás. Assim como búzios, ferramentas e guias estabelecem a comunicação entre corpo e espírito, Fernandes destaca a importância dos alimentos como herança viva das tradições africanas.

“Não existe Candomblé sem comida; e cada comida servida em um terreiro é um gesto de respeito. Os ingredientes utilizados, os modos de preparo, utensílios e os rituais envolvem significados transmitidos oralmente ao longo de gerações, família por família”, explica a curadora da mostra, Mai Katz.

André Fernandes e o embaixador José Antonio Marcondes de Carvalho (Foto: Divulgação – Mai Katz)

Impacto nas comunidades paraguaias e expectativas para 2026

Investindo no legado da conexão Brasil – África — Paraguai, a exposição também recebeu quinze desenhos em homenagem aos orixás, feitos à mão por crianças da comunidade afro-paraguaia do Kamba Cuá. A atividade foi feita em collab com o fotógrafo documental André Fernandes e a curadora Mai Katz, que acompanharam toda à etapa de produção.

“É muito bacana trazer um pouco da nossa cultura para cá. Eu sempre falo que esse é um trabalho documental e que ajuda a desmistificar esse preconceito que a sociedade brasileira tem com relação ao Candomblé, conta o artista.

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Obaluaê (Créditos: André Fernandes)

Expandindo os horizontes da mostra para além das fronteiras paraguaias, André revela que o próximo destino da aclamada série ‘Orixás’ será o ‘Velho Continente’, a convite da própria Organização das Nações Unidas (ONU). A previsão é que as obras cruzem o Atlântico, em direção à Europa, até agosto de 2026.

A exposição ‘Candomblé’ é uma realização do Instituto Guimarães Rosa Asunción (IGR), com patrocínio da Itaipu Binacional, Fundação Itaú e Eurofarma.

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Créditos: Mai Katz | Divulgação

SERVIÇO

Exposição ‘Candomblé’ de André Fernandes

  • Onde: Instituto Guimarães Rosa (IGR) Asunción – Embajada de Brasil
  • Quando: de 14 de novembro a 30 de março de 2026
  • Dias e horários da exposição: mediante agendamento com o IGR Assunción, pelo Instagram

 

 

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