Playlist a 3 entrevista VENVS: Representatividade e criatividade para criar algo único

 

Imagine a história de uma pessoa que se encontra perdida, que não se reconhece, está em conflito interno e então, ela inicia sua busca pelo autoconhecimento, descobre cada medo e como superá-lo, encontra o amor próprio e, finalmente, se vê pronta para abrir o coração e encontrar o amor no outro. Agora, imagine essa história sendo contada capítulo por capítulo de forma sensível e verdadeira embalada em melodias tocantes, este é o resultado do álbum “Sinergia” do VENVS que chegou na sexta-feira, 28 de agosto, véspera do Dia Nacional da Visibilidade Lésbica.

Com composições autorais e produção completa de Jeff Pina, “Sinergia” traz as experiências individuais de Elektra e Evie como a ansiedade, depressão, saúde mental e amor. Ao longo das faixas o duo encontra uma maneira de conectar suas histórias particulares em uma só, somando energias por meio do amor e da forte ligação que as une. Todo o projeto exalta o amor em todas suas formas, fazendo de sua data de lançamento ainda mais importante e representativa.

P3: Como surgiu o conceito do álbum?

VEVNS (Elektra): A maior parte do conceito veio da cabeça da Evie, até porque ela tem pensamentos e ideias conceituaid e diferente. Então quando decidimos fazer o álbum, ela virou pra mim e falou “Ok vamos fazer um álbum, mas eu gostaria que esse contasse uma história de certa forma”. Por esse motivo, a gente chamou as músicas de capítulos, porque cada música representa uma parte dessa narrativa e no final todas se completam como um todo. Após essa decisão, resolvemos na segunda parte contar a nossa própria história e não só individual mas também de quando a gente se encontrou e por fim falando do nosso amor.

P3: O álbum foi todo construído por vocês, poderia nos contar uma história por trás das músicas?

VENVS (Evie): Tem uma história que foi do clipe de “Chega Perto Não”, fui eu que escrevi essa letra e também o roteiro desse clipe. A minha ideia principal era entrar na cachoeira tranquilamente. Porém, quando a gente foi gravar, quase que não acontecia. Porque eu simplesmente não conseguia entrar na cachoeira. Na hora eu tive uma crise de pânico, foi tipo extremamente difícil para mim conseguir gravar aquela cena e realmente quase não saiu.

No entanto foi muito importante, porque simbolizou muito o que estava passando. Pois, a ideia do roteiro era justamente essa de entrar na cachoeira e sair dela limpa. Como se eu tivesse limpado todas as impurezas, traumas e tudo mais. Porém, acabou que realmente tive muita dificuldade de entrar, mas quando fui, senti que de alguma forma havia descarregado todas as energias negativas. Ou seja, o sentimento que eu quis transmitir, foi real.

P3: O estilo musical de vocês é muito diversificado, vocês se inspiram em algum artista? Quais foram suas influências músicas para o álbum?

VEVNS (Elektra): A gente possui tanta influência, que acabou influenciando indiretamente na construção do conceito. Por exemplo escutamos bastante Twenty One Pilots e gostamos muito do Paramore, principalmente do último álbum da Hayley Williams, que também conta uma história.

Evie: A gente estava com esses projetos em mente e é como você falou, somos diversificadas, não conseguiriamos nos conectar apenas com um estilo. Porque são tantas influências, nichos diferentes e gêneros musicais, que acabou criando o que a gente tá fazendo atualmente. A nossa variação por exemplo vai desde de Twenty One Pilots até aqui no Brasil com Giulia Be. Portanto, um mix de coisas que nos tornou algo único.

Foto: Bruno Trindade

P3: Como vocês se sentem trazendo uma grande representatividade ao projeto: Como as questões da saúde mental e a visibilidade LGBTQIA+?

VEVNS (Elektra): É muito importante para a gente fazer parte disso e poder falar sobre isso, mesmo que estejamos muito melhor do que era, porém, ainda existe muita coisa faltando, tem uma estrada muito longa para ser percorrida. Principalmente, por causa do momento político que estamos vivendo no Brasil, fica cada vez mais difícil.

Então o que a gente quer, é mostrar para todo mundo, quem nós somos e falar que está tudo bem você amar quem você am e você ser quem você é. Nós queremos também de certa forma ser referência para as pessoas e mostrar podem contar com a gente, porque vamos tentar ao máximo levantar essa bandeira. Pois toda essa luta faz parte da gente, de quem nós somos.

Evie: Até porque, a partir do momento que a gente faz música, pelo menos, eu, pessoalmente abaixo a minha guarda, ela praticamente não existe. Por isso, não consigo esconder ou fingir que eu sou outra pessoa, então eu acho a melhor forma de realmente demonstrar a nossa mensagem e nos conectar com o público.

P3: Estamos vivendo um momento de pandemia, como está sendo na quarentena a criação do projeto?

VEVNS (Elektra):  A ideia veio logo quando a gente já estava em isolamento, na verdade. No início do  ano lançamos o nosso primeiro EP e deveríamos ter saído para fazer o show, mas logo em seguida já estávamos em quarentena. E assim que começou isso, a gente teve que ser obrigado a olhar para dentro de si, ver o nossos sentimentos, que começaram  aflorar.

A partir dessa vontade de expressar o que estávamos sentindo. A primeira coisa que decidimos foi a data, que é o dia da visibilidade lésbica, depois disso fomos compondo, criando e realmente gravando as músicas. Mas, também foi louco, porque foi uma correria. Porém ao mesmo tempo foi tudo encaixando perfeitamente.

Bom, obviamente gostaríamos muito de sair fazendo shows, entretanto agora não é o cenário ideal. Mas acho  esse momento perfeito para aprendermos maise ensaiar muito, para quando chegar a hora a gente entregar o nosso melhor, pois é o que as pessoas realmente merecem.

P3: O público já conheceu cinco clipes lançados! Vocês irão fazer mais lançamentos pela frente?

VENVS (Evie): Neste álbum o primeiro foi o “Contando os Dias”, depois “Vem Comigo” e a trilogia dos clipes: “Reflexo”, “Chega Perto Não” e “Metade”, que contou uma história toda. Mas assim queremos fazer mais clipes, não temos nada planejado ainda. Porém, somos sempre assim, não planejamos nada e de repente, faz tudo meio em cima da hora. Contudo, com certeza vai ter mais novidades pela frente.

P3: As meninas do VENS tem uma mensagem especial para vocês!

VENVS (Evie): Queria falar pra todo mundo, que esse projeto foi feito com muito amor, com toda a nossa vulnerabilidade, sensibilidade e tudo há dentro da gente. É um álbum extremamente pessoal do começo ao fim, não existem personagens, tudo é sobre a gente separadamente e como um casal. Então, eu tenho certeza que se você escutar, irá se identificar, com pelo menos alguma música. Por isso, espero muito  que vocês gostem, escutem, deem essa chance pra gente e que de alguma forma faça sentido para você, podendo mudar a sua vida, ou seu dia, ou até mesmo o seu humor.

 

CONFIRAM O CLIPE DA MÚSICA “Chega Perto Não”:

 

 

 

 

 

 

Gostaram do nosso bate papo? Então, não percam as próximas entrevistas!!

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A partir das conversas sobre seus artistas favoritos, bandas, histórias e bastidores do universo da música, surgiu o podcast "Playlist a Três" dos amigos Caio Costa, Jéssica Guanabara e Larissa Vale. Através de um bate papo descontraído sobre o que anda acontecendo na indústria musical, trarão informações, notícias, debates sobre assuntos relevantes, além de dicas sobre o que andamos escutando no momento. Um conteúdo exclusivo dos entendedores de música para os amantes de música.

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