O capitão Zumkle, das tropas nazistas, desconfia da brasileira e não deixa o romance acontecer tão fácil
O ano era 1938, às vésperas da Segunda Guerra Mundial. João Guimarães Rosa (Rodrigo Lombardi) é enviado para ocupar um cargo no consulado do Brasil em Hamburgo, cidade portuária que é um ponto estratégico para a Alemanha na época. Aracy de Carvalho (Sophie Charlotte), chefe do setor de passaportes, se depara com o novo cônsul-adjunto ao entrar no escritório.
O cônsul Souza Ribeiro (Tarcísio Filho) pede a Aracy que mostre algumas opções de apartamentos disponíveis pelas redondezas ao brasileiro recém-chegado. E é pelas ruas da cidade alemã que o amor entre os dois começa a tomar forma – e, aos poucos, João percebe que Aracy esconde alguns segredos.
Vivi Landau Kruger (Gabi Petry), bela cantora de um cabaré muito frequentado por soldados nazistas, caminha pelas vielas de Hamburgo até que é perseguida e assediada por jovens militares que pegam seu relicário, um pingente com fotos de seus pais, ambos judeus. O que poderia não terminar bem é interrompido por Thomas Zumkle (Peter Ketnath), capitão das tropas SS, a elite de Hitler. Os dois mantém um relacionamento às escondidas.
A beleza e o mistério de Aracy chamaram a atenção não só de João, mas também do tal capitão nazista. Zumkle desconfia ao ver a brasileira se encontrando com Margarethe (Izabela Gwidzak) e Hugo Levy (Bruce Gomlevksy), um casal de judeus. Possessivo e curioso, ele fica obcecado por descobrir o segredo de Aracy e começa a seguir cada passo da funcionária do consulado.
Na entrevista abaixo, o ator Peter Ketnath, responsável por interpretar Thomas Zumkle, conta sobre as gravações da minissérie e sobre a parceria com os protagonistas Sophie Charlotte e Rodrigo Lombardi e com o diretor Jayme Monjardim.
Entrevista com Peter Ketnath, ator alemão que interpreta Thomas Zumkle
Conte um pouco sobre seu personagem. Como é o capitão Zumkle e qual a sua relação com Aracy na trama?
O Thomas Zumkle é um jovem que entrou no serviço militar, algo popular na época. Após a conquista do país por Adolf Hitler, ele entra na SS, uma tropa militar mais pesada, diretamente ligada ao ditador. Mas ele guarda um grande segredo, um passado ligado a origens judaicas. Quando Thomas encontra Aracy, fica apaixonado: ela é uma mulher corajosa, independente, inteligente, bonita, estilosa… e ele quer conquistá-la, só que ela não dá corda. E com essa resistência da brasileira, Thomas se torna ainda mais focado, mais viciado em vigiar sua vida.
Já tinha feito algum trabalho com atores de tantas nacionalidades diferentes juntos, no mesmo set? Como foi essa experiência em ‘Passaporte para Liberdade’?
Eu adoro este tipo de set: gente do mundo inteiro reunida para contar uma história. É um prazer conhecer e refletir sobre hábitos de várias culturas em um só lugar. E entender que somos mais iguais do que diferentes. Hamburgo era o maior porto da Alemanha, então tinha gente do mundo inteiro vivendo naquela cidade. Com esse elenco internacional, a gente representa essa diversidade da sociedade da época. Eu acho que essa pluralidade deixou o resultado da obra muito mais rico.
Como foi contracenar com Rodrigo Lombardi e Sophie Charlotte? O que destaca na parceria com os dois?
O trabalho, em termos de desenvolvimento dos personagens na preparação e a interação com o elenco, foi muito produtivo. Cheio de risos, espontaneidade e, ao mesmo tempo, uma ligação profunda aos fatos reais e à responsabilidade da história que contamos. Senti um clima de amizade e respeito entre nós, e acho que nada melhor do que este tipo de profissionalismo. Foi exatamente o que essa história merecia.
E ser dirigido pelo Jayme Monjardim, como foi a experiência?
Jayme é uma pessoa em quem, desde o primeiro dia, aprendi a confiar. O olhar dele é calmo, sincero, aberto e muito carinhoso para com o processo artístico. Ele é muito atento, um grande observador e um transformador de histórias reais em ficção, em sonhos. A gente começou a se entender sem nem mesmo usar palavras e isso é um bom sinal: quando o ator sente que ele se torna uma “extensão do braço”, uma ferramenta importante para a visão do diretor. Assim, pude contribuir na minha parte com uma certa cumplicidade artística criativa.
‘Passaporte Para Liberdade’ é a primeira produção da Globo em parceria com a Sony Pictures Televison. A minissérie tem criação de Mario Teixeira, foi escrita por Mario Teixeira e Rachel Anthony, com direção artística de Jayme Monjardim, direção de Seani Soares e produção de Samantha Santos, Mariana Pinheiro e Fabiana Moreno. A produção executiva é de Silvio de Abreu, Monica Albuquerque, Elisabetta Zenatti e Rachel Anthony.