Os anos passam, mas a bela obra “Alma Despejada” continua sem rugas!

Irene Ravache em Alma-Despejada. Foto: Paulo Arizati.

 

Faz três anos que assisti ao espetáculo “Alma Despejada“, eu estava em casa, com receio de contrair Covid, minha mãe passava por tratamentos como quimioterapia e hemodiálise na época, de alguma forma a arte me salvava.

O espetáculo era on-line, imagina que o assisti dia 01/08 em 2021 no Festival de Teatro On-Line APTI , quando assisti a primeira vez, no presencial foi no último sábado no dia 03/08, no teatro da Gávea. E qual a diferença?

Poderia desmerecer o teatro online, mas seria grosseiro demais, porque pela resenha, entende-se que o espetáculo me tomou mesmo quando vindo do audiovisual, foi possível, nos auxiliou muito. Eu não mudo uma palavra do que escrevi quando assisti ao espetáculo. Irene é uma artista que permeia nesses universos com perfeição, e claro que nos tocaria.

“A dramaturgia é linda, viva e, principalmente, técnica. Drama, com nuance de graça e intelectualidade. Abrange a todos os itens que compõe um espetáculo redondo. E com a atuação da gigante atriz, tem-se uma obra primorosa!”

Um dos pontos altos desse espetáculo é sem sombra de dúvida o texto, que para quem entende um pouco de dramaturgia se prostra diante dele, com suas verdades da vida. Detalhe, que o espetáculo é tão lindo que também passou pelo Sesc ao Vivo, que fez um belíssimo trabalho durante a pandemia. E parece que esse texto me pegou por três vezes.

É uma enxurrada de verdades, da realidade sobre a vida. A dicção é pausada e indagadora. O audiovisual, que esteve no Sesc ao vivo, volta com toda sua beleza, para ajudar os profissionais do Teatro, que estão em situação complicada devido à pandemia. Retorna, por intermédio da primeira Mostra de Teatro on-line APTI, com a missão de fortalecer a Fundação Marlene Colé, que promove campanhas em prol do meio artístico desde o início da pandemia. E esse espaço não passará desapercebido, pois é dando as mãos, que se fortalece em tempos difíceis.”

Já a senhora Irene, ela é digna de muitas palmas, por um trabalho tão primoroso, e mais uma vez repito as escritas do passado, pois comprovam que a “Alma Despejada” de ontem e hoje continua linda e prazerosa de ser assistida

“Não se sabe se Irene é essa mulher dócil, ou se a sua personagem é feita de algodão-doce, a obra é um pote de açúcar em sua totalidade, mesmo com as decepções, que fazem parte da caminhada, ninguém sai ileso, mas até diante do atraso humano, a história é contada com lealdade e isso basta. É real para cada um dos espectadores”.

Confesso que me emocionei ao trazer essa crítica do meu passado, não conhecia o senhor Namatame como conheço hoje, toda sua beleza e encantamento, e que mesmo antes de reconhecer a grandeza desse cenógrafo e  figurinista, algo já me dizia o quento ele é bom no que faz.

Eu indico muito esse espetáculo, ele nos faz rever tantas questões interessantes sobre a vida.

Quando eu assisti ao espetáculo pela primeira vez, minha mãe estava viva, lutando pela vida, como uma guerreira, exatamente por isso dificilmente irão me ver prostrada, no caso da minha mãe, o fruto dela não caiu longe da árvore. E ela não foi despejada, ocupo o lugar dela na casa que um dia também foi dela, e dou a sensação de saudades que ela precisa (como acontece no espetáculo) e pretendo dar sempre, ela sempre será lembrada.

Um espetáculo comovente, levado ao palco por grandes fazedores de teatro, imperdível e belíssimo.

Saímos impactados, ternos e sem pressa!

Confira minha crítica anterior, na íntegra:

 

SINOPSE

A peça conta a história de Teresa (Irene Ravache) que, depois de morta, faz sua última visita à casa onde morava. Transitando entre passado e presente, rememora sua vida de professora de classe média, apaixonada por palavras. Revisita histórias e pessoas importantes como a melhor amiga, a funcionária que trabalhou em sua casa por 30 anos, os dois filhos e o marido, homem simples e trabalhador que se tornou um empresário bem-sucedido, ascendendo socialmente. 

 

FICHA TÉCNICA

  • Texto: Andréa Bassitt
  • Direção: Elias Andreato
  • Interpretação: Irene Ravache
  • Cenário e Figurino: Fabio Namatame
  • Iluminação: Hiram Ravache
  • Música: Daniel Grajew e George Freire
  • Vídeo: Paulo Arizati
  • Fotos: João Caldas Filho
  • Técnico de luz: Marcio Lima
  • Técnico de som: Alexandre Ramalho
  • Técnico de palco e assistente de produção: Regilson Feliciano
  • Realização: Oasis Empreendimentos Artísticos
  • Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany

SERVIÇO

ALMA DESPEJADA

  • Teatro dos 4 – 02 de agosto à 27 de outubro de 2024 de 2024
  • Sexta e sábado às 20h e domingo às 19h
  • Inteira: R$140,00 / Meia Entrada R$70,00
  • (Shopping da Gávea)
  • Rua Marquês de São Vicente, 52 – Gávea
  • Tel.:(21) 2239-1095 / 97309-6234
  • Duraçao: 7o min
  • Classificaçao:12 anos
  • Gênero: Comédia Dramática
  • Vendas: Sympla e Bilheteria do Teatro

 

 

Paty Lopes (@arteriaingressos). Foto: Divulgação.

 

Facebook: @PortalAtuando

 

 

 

 

Author

Dramaturga, com textos contemplados em editais do governo do estado do Rio de Janeiro, Teatro Prudential e literatura no Sesi Firjan/RJ. Autora do texto Maria Bonita e a Peleja com o Sol apresentado na Funarj e Luz e Fogo, no edital da prefeitura para o projeto Paixão de Ler. Contemplada no edital de literatura Sesi Fiesp/Avenida Paulista, onde conta a História de Maria Felipa par Crianças em 2024. Curadora e idealizadora da Exposição Radio Negro em 2022 no MIS - Museu de Imagem e Som, duas passagens pelo Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com montagem teatral e de dança. Contemplada com o projeto "A Menina Dança" para o público infantil para o SESC e Funarte (Retomada Cultural/2024). Formadora de plateia e incentivadora cultural da cidade.

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