O teatro fazendo história no Rio mais uma vez…

O Armazém da Utopia. Foto: Alexandre Macieira/Riotur

Agora temos um complexo teatral no Rio de Janeiro, devemos agradecer ao ministério da cultura, as empresas Instituto Vale Cultural, a BNDES e a imensa Shell, que abraçaram essa causa, essa ideia/sonho do teatrólogo Luiz Fernando Lobo.

Estamos em uma época que o teatro está escrevendo história em nossa cidade, não somos mais tão diferentes de São Paulo, como o teatro Oficina, por exemplo, também teremos essa referência e isso, para nós da classe, deve ser um motivo de festa.  Obrigada Ensaio Aberto, que desde 1992 luta por isso!

São mais de seis quartos para receber artistas, teatros, salas de ensaios e oficinas, detalhe, tudo gratuito, porque se o dinheiro é do povo, que volte para o povo, assim pensa o regente dessa obra.

A partir deste momento, o Armazém da Utopia poderá se consolidar como um porto aberto para receber coletivos irmãos do Brasil, América Latina, África e de todos os lugares do mundo, e se tornar, dessa forma, uma nova casa para todos esses coletivos, um centro de produção criativa com laboratórios artísticos e técnicos, desenvolvimento da nossa tecnologia social de formação de público e democratização de acesso, mantendo a vocação de porto, lugar de abrigo – lugar onde outros coletivos possam “fundear ou amarrar e estabelecer contatos e comunicação, lugar de descanso e de refúgio, de chegada e de partida, unindo porto e cidade”, explica o diretor e fundador da companhia, Luiz Fernando Lobo.

É muito bom ver alguns profissionais das artes cênicas chegando tão longe, a luta de Tuca Moraes ao lado do fazedor de teatro , o senhor Lobo, parece florescer, depois de tantos esforços.

Luiz Fernando Lobo e Tuca Moraes dirigem Companhia Ensaio Aberto de teatro, com sede no galpão do centro cultural Armazém da Utopia — Foto: Guito Moreto/Agência O Globo

São muitos anos, parece mágico, saber que um dia, Wanderley Gomes, o figurinista premiadíssimo estava no espetáculo “Nossa Voz”, atuando ao lado do Fernando Lobo, na época também assistente de diração de João das Neves, na Casa de Cultura Laura Alvim. Penso que se um dia dissessem a eles tudo que aplaudimos hoje, os feitos deles, esses meninos do passado não acreditariam, até porque a vida do artista do teatro não é nada fácil no Brasil.  Bravo!

Dia sete de setembro, foi inaugurado o teatro Vianinha no Armazém da Utopia, caramba, que transformação. Que beleza, que alegria a minha assistir no dia da Independência do Brasil a obra do senhor Mario de Andrade “O Banquete”, fico meditando comigo mesma como é linda e latente, nossa arte de ontem e de hoje.

O antigo galpão não era precário, tinha banheiro, tinha teatro e isso é o que interessa, tinha artistas potentes e aconteceram obras majestosas, e isso para mim era o vedadeiro motivo de olhar para o Armazem da Utopia sempre com profunda admiração.  O antigo espaço sempre cuidado com zelo, com oficinas teatrais, sempre lutando para levar pessoas ao teatro através de uma formação de plateia cuidadosa, pois há um estudo do tipo de pessoas que frequentam o espaço. Há sempre uma luta para trazer pertencimento do teatro para os menos favorecidos, sou testemunha ocular desse comportamento do Luiz. A democratização da cultura é uma luta constante dele. Admiro muitíssimo isso.

Sempre é o proprio Luiz que conduz os espectadores à plateia, ao abrir o teatro, prioriza as pessoas com idade avançada e os que tem dificuldade de locomoção. Ele e os protagonistas, antagonistas e coadjuvantes, se mostram com as indumentárias antes do espetáculo, trabalhando, não tem essa de ator no camarim não, é trabalho mesmo!

Já vi uma senhora sair daquele lugar, digo do antigo espaço, emocionadissima por ter tido a oportunidade de ir ao teatro pela primeira vez, era da comunidade da Maré, vinha de ônibus do próprio espaço. Que me poupe, eu acredito mesmo é nessa revolução, onde as oportunidades são para todos.

Todos os espetáculos no Amarzam são maravilhosos, fortes, com mensagens que traduzem questões do povo, e provocativas, fazem com que todos analisem questões profundas, com linguagem bem acessível.

 

Quanto a montagem “O Banquete” montagem que estreou o novo espaço, posso dizer que é uma obra diferenciada, muito mesmo.

 

Sinopse

Tudo se passa em Mentira. Mentira, ora é um país “vizinho do Brasil”, ora uma “simpática cidadinha paulista” onde fica a mansão onde ocorre um banquete. Como nos avisa Mário “algumas coisas só se resolvem a golpes de banquete”.  Em toda sua obra, Mário nos convoca a olhar atentamente em volta, a pensar criticamente, de forma profunda e verdadeira, em nosso papel como artista, como cidadão, como brasileiro. Realizar o Brasil continua sendo um desafio.

Com cenografia assinada por J.C. Serroni, figurinos de Beth Filipecki e Renaldo Machado, iluminação de Cesar de Ramires e direção musical de Felipe Radicetti, o espetáculo conta com um elenco de 21 atores e atrizes da Companhia Ensaio Aberto e convidados. Entre eles, Leonardo Hinckel, Tuca Moraes, Gilberto Miranda, Grégori Eckert e Luiz Fernando Lobo. A direção de produção é de Tuca Moraes, com coordenação de Dani Carvalho.

Sobre a Companhia Ensaio Aberto

A Companhia Ensaio Aberto nasceu no ano de 1992, com a proposta de retomar o teatro épico no Brasil e fazer dos palcos uma arena de discussão da realidade, resgatando sua vocação crítica e política. Desde que foi fundada pelo diretor Luiz Fernando Lobo e pela atriz Tuca Moraes, a Ensaio Aberto explora a ideia do ensaio como experimento e busca romper a ilusão do teatro, questionando e reinventando a relação palco-plateia.

Crítica

Vamos falar da obra “O Banquete”, para começar, falamos de Mario de Andrade, nosso Einsten das palavras, nosso gênio.

“O Banquete” é uma obra do escritor brasileiro, publicada em 1937. Considerado um dos principais romances modernistas brasileiros, o livro retrata a vida cultural e social de São Paulo durante os anos 1920, abordando temas como arte, música, política e identidade.

A obra foi escrita em pílulas, para o um jornal que o autor escrevia, era uma coluna de crítica musical.

A peça traz um Brasil antigo, ultrapassado, houveram muitas mudanças (ainda bem), principalmente nos ultimos anos, no entanto, o diretor preferiu manter a obra intacta, montar como foi escrita, não trazendo tanta contemporaneidade, das mudanças que tivemos de lá para cá. O imenso Mário entre linhas soube falar da tal “revolução” com escárnio, porque bem sabemos que revolução não combina com escravismo.

De alguma forma, podemos nos perguntar: até onde mudamos, se muitas coisas também continuam as mesmas?

Deixar para a traz a tal da colonização, parece ser uma utopia para os políticos brasileiros, isso torna-se também notável quando temos uma política menos incisiva quanto a educação do povo, multilplicando os menos favorecidos, afinal a mão de obra barata vem daí…

Uma milionária, um politico, um compositor (pobre), uma artista virtuosa e um estudante, todos em um banquete dado pela tal milionaria Sarah Light (Tuca Moraes), com a intenção de patrocinar Janjão (Leonardo Hinckel), o compositor. O politico que não aceita o tal comunismo do artista que está para além das questões políticas, ele somente defende a arte como ela é, a arte genuína.

O que mudou? O fato é que o artista defende o humano, se não for assim, artista não é, e isso lógio que o leva a ter uma postura a favor do povo, se inclina para os menos favorecidos, e assim ele é visto esquerdista, claro que deveria ser, sabemos que é a esquerda que tem em seu governo os planejamentos sociais.

Há um grupo de artistas negros, que é trazido ao palco, sem textos, como demanda a dramaturgia. E digo mais, embora calados, esse corpo vem exatamente alimentando através da estética visual a participação do negro em nossa cultura.

Mas como no texto do Mario, ainda sim valorizamos o que vem de fora. Não precisamos voltar ao passado para essa afirmativa de 1937. O circo de Soleil, por exemplo, com valores absurdos em suas bilheterias lotam os espaços que se apresentam, como se não tivéssemos arte melhor, e temos!

São cinco artistas brancos em um texto, entre eles os que negam a beleza da miscigenação artistica do Brasil, enquanto se discute a arte.  No espetáculo, o grupo de dança onde pardos e negros retintos regidos por Valéria Monam, estão batendo de frente com o elenco de protagonistas e antagonistas brancos, os colocando em um lugar de tremenda beleza.  Ficamos sedentos por mais aparições deles.

São de excelência, isso eu garanto, trazem toda culura afrobrasileira para o palco, vestidos em indumentárias de yabas (as mulheres), enquanto os homens em seus figurinos também dançam com beleza igual. Confesso que dois artstas me levaram as alturas, Estêvão Miala e Tatiana Maldez, que loucura de expressões corporais e faciais de ambos.

Posso dizer que é preciso estar atento para entender ao espetáculo, é preciso pesquisar o texto para entender a forma que o espetáculo foi levado.

A elegância da nudez dos corpos artísticos no palco é digno de palmas, pois há elegância e  há também a interferência da Grécia antiga de Platão nesses corpos, com a interferência da iluminação certeira do Cesar de Ramires.

Quando a atriz Tuca, em sua personagem,  passa por um lugar, diz que ouviu um batuque negro de longe, diz que arrepiou-se, rechaçou a arte ao chegar em seus ouvidos, e diz que esta poderia tornar-se boa se um branco assumisse  uma possição de regência, possível ver o racismo estrutural do país nesse texto, racismo esse que como uma cobra nos dá um bote, sem que percebamos, muito interessante a perspicácia de Mario.

Digo mais, em uma cena quando um grande tecido flutua e cai no chão do palco, uma mesa aparece/se levanta, em cima dela alquisares (pratos de barro, que significa generosidade e fartura) são postos, para que possamos entender que em tudo há negritude. Na gastronomia, dança, música, em tudo há a cultura afrobrasileira infiltrada e essa não aceitação é um atraso, e o pior disso é saber que traz atraso social.

A cenografia de J.C. Serroni, fala para nós espectadores, são modulos com rampas e escadas que trazem movimentos, falamos de um texto de Mario de Andrade, não de uma dramaturgia específica. Um texto respeitado por Luiz Lobo, que precisa dos elementos teatrais para trazer movimentos. Além do cenário que  auxilia no dinamismo do esperáculo, há também lâminas que deformam a plateia, e questiono: será que ainda não nos enxergamos, não sabemos quem realemente somos? Será que foi em vão a ideia de deixar evidenciado que não aceitamos a miscigenação que carregamos?

É um espetáculo que não é carregado de emoção, há muitas verdades embutidos nele. Há conscientização.

Gostei muito da atriz Rossana Russia e a troca com Tuca Moraes no palco e Gilberto Miranda está excelente como o político que não quer saber de comunista.

Uma obra que merece ser vista com cuidado, para entender nossa construção artística.

Obrigada Flávia Tenório pelo convite e ao Armazém, por me receberem com tanto carinho sempre!

 

SERVIÇO

O BANQUETE

Sextas, sábados, domingos e segundas | 20h

Armazém da Utopia

End Armazém 6 – Cais do Porto RJ/RJ

Lotação 272 pessoas

Classificação indicativa: 14 anos

Duração: 90 minutos

Recomendado chegar com 60 minutos de antecedência

Temporada gratuita – De 07 a 27 de setembro

Temporada Popular –  De 27 de setembro a 11 de Novembro

Inteira – R$ 60,00 /  Meia – R$ 30,00 –  https://www.sympla.com.br/produtor/armazemdautopia

Ficha Técnica

O BANQUETE

Mário de Andrade

DRAMATURGIA João Batista

DIREÇÃO Luiz Fernando Lobo

DIREÇÃO DE PRODUÇÃO Tuca Moraes

COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO Dani Carvalho

CENOGRAFIA J.C. Serroni

FIGURINOS Beth Filipecki e Renaldo Machado

ILUMINAÇÃO Cesar de Ramires

DIREÇÃO MUSICAL E TRILHA ORIGINAL Felipe Radiccetti

PROGRAMAÇÃO VISUAL Marcos Apóstolo e Tatiana Rodrigues

CIÊNCIA DO NOVO PÚBLICO – Coordenador Fernando Porto

ASSESSORIA DE IMPRENSA Flávia Tenório

ELENCO

Janjão Leonardo Hinckel

Sarah Light Tuca Moraes

Siomara Ponga Rossana Russia

Felix de Cima Gilberto Miranda e Emerson Manguete (stand in)

Pastor Fido Grégori Eckert

Narrador Luiz Fernando Lobo

Abian do Terreiro Caroline Gerhein

Zé Pilintra Mateus Pitanga

Pintura Mariana Pompeu

Indígena Tainá Baldez

Ninfas do banquete Karolyna Mendes e Mariana Pompeu

Mordomos Eduardo Cardoso e Felipe de Gois (mesa e clown)

Batuque na Cozinha Estêvão Miala

Coro de garçons, garçonetes, estátuas e povo de terreiro

Caroline Gerhein

Daniel de Mello

Eduardo Cardoso

Estêvão Miala

Felipe de Gois

Grégori Eckert

Ju Costa

Karolyna Mendes

Leonardo Hinckel

Mariana Pompeu

Mateus Pitanga

Miguel Kalahary

Tábata Porto

Tainá Baldez

Thaise Oliveira

Tom Freitas

ASSISTENTES DE DIREÇÃO Octavio Vargas

ASSISTENTES DE PRODUÇÃO Álvaro Antônio, Felipe de Gois (figurino, adereços e camarim); Camille Aboud (temporada)

PRODUÇÃO DE SET Camille Aboud e Álvaro Antônio

ESTÁGIO Beatriz Passini

PREPARAÇÃO CORPORAL

Paulo Mazzoni (Pilates e Gyroknesis – ensaios)

Valéria Monã (Danças Afro – ensaios)

Luiza Moraes (temporada)

ASSISTENTES DE CENOGRAFIA Debra Ferreira e Álvaro Antônio

CENOTÉCNICOS José Alves e Wagner de Almeida

MAQUINISTAS Claudinho Roberto, Sidney Viana, Douglas Vendramini, José Frazão, Moises Monteiro da Silva, Pedro Passini, Valdeir Baiano

SERRALHERIA Kalango

PINTURA CENOGRÁFICA Beatriz Leandro, Lucia Rosa, Mirela Macedo, Edilena Malta

CONSULTORIA DE PAISAGISMO Álvaro Antônio

ASSISTENTES DE FIGURINO Carol Filipecki, Felipe de Gois, Mauricio Coelho

ALFAIATE Flavio Mello

C. MESTRE DA COSTURA Maria Gorete Pequeno Moreira

CABELEREIRA  Beth / Kbelo.com

CONSULTORIA DE SONORIZAÇÃO Branco Ferreira

OPERAÇÃO DE SOM Daniel Vetuani

OPERAÇÃO DE LUZ Kenia Pimentel

COORDENADOR DE MONTAGEM DE ILUMINAÇÃO CÊNICA Alex Santos

RACK MAN Carlos Magno

RIGGER Thiago Roldão

ELETRICISTAS CÊNICOS Carlos Fausto, Kenia Pimentel, Geraldo Silva

AUXILIAR ELETRICISTA CÊNICO Pedro Passini

CIÊNCIA DO NOVO PÚBLICO Maria Gabriela Cavalcanti, Maura Santiago, Gilberto Miranda, Grégori Eckert

ASSESSORIA DE IMPRENSA LEAD Comunicação

FOTOS E IMAGENS DE DIVULGAÇÃO Thiago Gouvea

GERENTE DE PROJETO GRÁFICO Priscilla Fernandes e Talyssa Pacheco

PRODUÇÃO GRÁFICA Marcelo Pignataro

 

ENSAIO ABERTO – EQUIPE

PLANEJAMENTO DE GESTÃO Talita Cairrão

GERENTE OPERACIONAL Paula Serra

COORDENAÇÃO DE CAPTAÇÃO Piti Lacerda

GESTÃO TEATRO DOS TRABALHADORES Camille Aboud

ADMINISTRATIVO FINANCEIRO Ione Mello

ASSISTENTE EXECUTIVO Victória Alves

ASSISTENTE DE PLANEJAMENTO DE GESTÃO Gui Delgado

ASSISTENTE ADMINISTRATIVO FINANCEIRO Valter Junior

TÉCNICO AU Moisés Monteiro

TÉCNICO APRENDIZ Alex Araujo

 

TEATRO VIANINHA – Equipe

DIRETOR TÉCNICO Marcelo Bernardo

TÉCNICO DE PALCO Valdeir Baiano

ASSISTENTE TÉCNICO Pedro Passini

LIMPEZA LF Serviços, Vanessa dos Santos e Jayme Nascimento Barbosa

SEGURANÇA Só Nós na Estiva
MOTORISTA Victor Passini

COORDENAÇÃO DE COZINHA Valéria de Souza Fernandes

EQUIPE DE COZINHA Fabiana do Carmo e Thallys Filipe

 

GRUPOS DE TRABALHO O BANQUETE

GT CENOGRAFIA

Coordenação Thaise Oliveira

Daniel de Mello, Mateus Pitanga, Miguel Kalahary, Rossana Russia

GT FIGURINO

Coordenação Felipe de Gois

Estêvão Miala, Tábata Porto

GT OBJETOS de CENA

Coordenação Grégori Eckert e Mariana Pompeu

Caroline Gerhein Gilberto Miranda, Karolyna Mendes, Tainá Baldez,Tom Freitas

GT TÉCNICO (som e luz)

Coordenação Eduardo Cardoso e Leonardo Hinckel

Ju Costa

 

 

 

Paty Lopes (@arteriaingressos). Foto: Divulgação.

 

Facebook: @PortalAtuando

 

 

 

 

Author

Dramaturga, com textos contemplados em editais do governo do estado do Rio de Janeiro, Teatro Prudential e literatura no Sesi Firjan/RJ. Autora do texto Maria Bonita e a Peleja com o Sol apresentado na Funarj e Luz e Fogo, no edital da prefeitura para o projeto Paixão de Ler. Contemplada no edital de literatura Sesi Fiesp/Avenida Paulista, onde conta a História de Maria Felipa par Crianças em 2024. Curadora e idealizadora da Exposição Radio Negro em 2022 no MIS - Museu de Imagem e Som, duas passagens pelo Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com montagem teatral e de dança. Contemplada com o projeto "A Menina Dança" para o público infantil para o SESC e Funarte (Retomada Cultural/2024). Formadora de plateia e incentivadora cultural da cidade.

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