Depois de ler a matéria do ArteCult.com sobre “O Doente Imaginário” , famosa peça de Molière, fui conferir pessoalmente a remontagem da peça do diretor Marcus Alvisi.
No intimista ambiente do Teatro Cândido Mendes, em que o público e elenco convivem de forma próxima e calorosa, vive-se uma noite de leveza, risos, crítica social em tom satírico e beleza.
Os figurinos estavam lindos, a cenografia também. Além disso, um elenco de atores muito bons deu vida a personagens e situações arquetípicas: um velho hipocondríaco e suas idiossincrasias, uma jovem romântica e um amor impossível, uma jovem esposa interesseira e um “golpe do baú”. Paralelamente, desfilam em cena a hipocrisia social, a superficialidade cultural, a busca pela felicidade, o amor real, a relação médico-paciente, a crítica à abordagem comercial da medicina, entre outros.
Apesar dos 400 anos de Molière, os temas permanecem atualíssimos. Quando rimos de Argan ou de Doutor Purgon, rimos do que há neles da nossa própria contemporaneidade.
Que bom que o teatro está de volta após essa pandemia que nos trouxe tantas tristezas. Melhor ainda que redescubramos o riso numa oportunidade única de assistir a um texto de Molière tão bem encenado.
Obrigada, ArteCult.com, pelos ingressos, e a O Doente Imaginário pela cortesia.