A estrutura narrativa dos suspenses é quase sempre preponderante para o sucesso dos filmes do gênero. Assim, quando Um Contratempo (“Contratiempo”) começa e você já sabe o que aconteceu e precisa descobrir como, Oriol Paulo, responsável pelo roteiro e direção, faz o caminho que parece o menos provável para reviravoltas. Faz com que o principal acusado do crime, Adrián Doria (mais um bom papel do galã Mario Casas), debata com a advogada de defesa colega de seu defensor principal, a melhor estratégia para sua defesa.
A partir daí, somos convidados a conhecer os erros do passado aos quais nosso protagonista fora submetido, para entender a motivação possível do crime presente. O roteiro, sem dúvidas, é o que há de melhor no longa. Entre as idas e vindas, ele vai aos poucos nos dando mais dicas sobre o que aconteceu sobre a ótica de cada um: o que o protagonista entende que aconteceu, a visão da “experiente advogada” em seu último caso e por fim, a verdade.
A eficácia desta excelente sacada de roteiro não seria possível sem a genialidade dos atores. O próprio Mario Casas e Bárbara Lennie, que a depender da versão contada, demonstram toda sua versatilidade em tela. Ana Wagener dá um outro show à parte, numa atuação segura e de deixar de queixo caído. Se o talento destes atores é incontestável, devemos destacar ainda as qualidades técnicas do longa.
Além do roteiro, vale ainda mencionar a direção de arte, perspicaz em recriar ambientes sutis com a verdadeira aura dos personagens. A charada, inclusive, fica mais difícil de ser matada justamente por que Adrián, quando só, está em ambientes neutros, com horizonte imenso, de difícil leitura. A montagem é outro recurso que merece destaque, dada a dificuldade da gravação das cenas das versões contadas.
Fora isso, todos os detalhes são de extrema importância para entendermos o ocorrido, e é uma pena que Oriol opte por ser didático ao extremo no final, fazendo um apanhado desnecessário para fazer com que o espectador lembre de todos os excelentes paralelos que ele traçou o filme todo.
Esse excesso de didatismo não desfaz, de forma alguma, todas as qualidades do longa, que, merece destaque e além de ser visto, divulgado a todos.
Nota: 8,5
Já conferiu essa maravilha? Dá uma olhada no trailler:
Bons filmes e até a próxima 🙂
JOÃO FRANÇA FILHO (@CINESTIMADO)
ArteCult Cinema & Companhia
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