A nova produção da Netflix está deixando todos intrigados nesta quarentena. Trata-se do filme “O Poço“, que conseguiu diversas premiações ao redor do mundo, incluindo a do Festival de Cinema de Toronto no ano passado. Aos olhos de alguns, o filme pode ficar incompreensível devido às várias citações e, principalmente, às críticas utilizadas, mas para os questionadores de plantão e que curtem filmes com boas premissas e alusões ao que ocorre ao redor desse mundo, oferece um prato cheio que nos faz aproveitar cada instante de sua trama. Confira a crítica, sem spoiler, a seguir.
Na trama vemos a história de um lugar misterioso, uma prisão que não possui um formato padronizado, caracterizada aqui com um grande buraco com vários andares. Vemos então os reclusos que vivem cada um em seu respectivo nível. Somos apresentados assim a diversos destes níveis. E através de uma plataforma que se desloca no meio deste buraco até o fundo levando comida para todos eles, vemos a exposição de uma luta desumana pela sobrevivência, mas que, por outro lado, também oferece uma oportunidade de solidariedade. Desta forma, o filme possui muitas nuances que são abordadas no decorrer da história.
Como ponto de partida, destacamos a direção do estreante “Galder Gaztelu-Urrutia”, precisamos guardar o nome dele, pois o diretor possui uma boa mão em sua condução do fio da trama, trabalha muito bem as metáforas e suas principais correlações. A impressão que se dá é que o “O Poço” não decai e sim faz com que seu telespectador esteja cada vez mais mergulhado naquela estória. Podem dizer alguns que o filme possui muitas conotações que não são explicadas claramente, mas a beleza deste tipo de conteúdo está exatamente nas suas entrelinhas. A correlação entre nossa atualidade de classes sociais e os inúmeros níveis do poço é impressionante, onde alguns possuem farturas e outros vivem na mais absoluta miséria. O contraste destes mundos é umas das maiores vitórias da trama.
Outro ponto fundamental, que casa muito bem com a direção, é o roteiro através do qual podemos observar a quebra da quarta parede, recurso utilizado com sucesso e que flerta com o público. Em relação a quesitos técnicos como sonoplastia, fotografia e atuações, o filme entrega boas doses de qualidade em suas respectivas execuções.
Confira o trailer
Não há muito o que se falar em relação a “O Poço”, inclusive para não darmos spoilers. Ao acabar de assisti-lo, as percepções variam de pessoa para pessoa, pois com bases em nossas criações emocionais e compreensão acerca do mundo que vivemos, existem diversos tipos de entendimento, o que é extremamente louvável, pois somos muitos, com diversos pontos de vistas diferentes, mas a sensação que nos dá é que aquilo que é apresentado é muito real e suas correlações sociais são concretas.
Vale muito a pena então conferir esta grande e importante obra!
NOTA: 8,5
LUAN RIBEIRO
ArteCult – Cinema & Companhia
Siga nosso canal e nossos parceiros no Instagram para ficar sempre ligado nas nossas críticas, últimas novidades sobre Cinema e Séries, participar de sorteios de convites e produtos, saber nossas promoções e muito mais!
@artecult , @cinemaecompanhia , @cabinesete ,
@cinestimado , @sinistros.bagulhos e @hospicionerdoficialp
#VamosParaOCinemaJuntos