O ano de 2019 ficará marcado para as plataformas de streaming, como um ano de minisséries baseadas em fatos reais acima da média. As três principais do ano foram Chernobyl, da HBO e Olhos que Condenam e Inacreditável, da Netflix. Os temas podem parecer distantes a princípio , mas se entrelaçam no que é mais importante não perder de vista: a verdade.
Enquanto no desastre nuclear de Pripyat, a negação da verdade causou demora na reação e custou a vida não só dos heróis, mas, também de grande parte da Europa, Olhos que Condenam e Inacreditável apontam para os riscos de um trabalho investigativo irresponsável.
Em Inacreditável os nomes verdadeiros foram trocados na minissérie, portanto, aqui acompanhamos a história de Marie Adler (Kaitlyn Denver), quando esta chama a polícia numa manhã para relatar um caso de estupro que intriga os investigadores. A partir desta dúvida dos investigadores, a garota começa a ter seu histórico de vida inserido neste balaio, inclusive endossado pelas próprias famílias adotivas pelas quais a garota passou e a investigação torna um rumo muito mais difícil para Marie Adler, que chega a ser processada pelo estado!
Enquanto isso, outros crimes similares continuam a ocorrer, mas, em jurisdições diferentes, de tal forma que as delegacias jamais conseguem investigar dois casos semelhantes. Por pura sorte – e destino – a detetives Karen Duvall (Merritt Wever) acaba procurando Grace Rasmussen (Toni Collette) para falar de um caso que está investigando e, que seu marido diz ser parecido com um que ela investiga.
É somente a partir daqui, com duas detetives competentes, e completamente sensibilizadas pelos traumas que as, até então, outras duas vitimas carregarão para o resto de suas vidas, que a investigação começa a tomar outros rumos. O mérito, sem dúvidas, está na troca que ambas conseguem fazer e a partir de então, complementar e desafiarem suas teses em busca da verdade.
Num momento onde falamos tanto sobre sororidade e da sua importância, este é um exemplo ímpar de uma história que infelizmente aconteceu, mas, ressalta que, de fato, somente a união com foco nos objetivos comuns pode fazer a diferença.
Se estes são os méritos da própria história em si, bom saber que Susannah Grant, com a sensibilidade que somente uma mulher poderia ter sobre tais fatos, remontou a história com a importância devida: o olhar para as vítimas. Seu roteiro é todo baseado em como as vítimas tem suas vidas alteradas após o estupro e a desconfiança, e em como isso amargura as detetives, fazendo com que sejam forçadas para que busquem, de forma incansável, o responsável.
Com o roteiro co-escrito por Susannah, fica a cargo dela mesma, que já havia co-dirigido A Gifted Man, dar vida ao projeto e conduzi-lo para termos o resultado perfeito que vimos em tela. A direção de arte também chama atenção, uma vez que possui importância para destacar alguns importantes pontos, como as condições de cada delegacia, as casas das vítimas e a forma de entrada, etc.
O elenco de peso também merece todo o crédito possível. Além do trio, temos ainda Elizabeth Marvel, Danielle Macdonald, Bridget Everett, Austin Hébert, Kai Lennox, Liza Lapira e Charlie McDermott.
Nota: 9,5
Se ainda não viu esta maravilha, confira o trailer aqui:
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