Bonnie & Clyde é uma história tão conhecida e quase tão “fabulesca”, que não podemos culpar as gerações mais novas de achar que se trata apenas de ficção. A história deste famoso casal já foi contada antes, mais precisamente em 1967, protagonizada por Faye Dunaway e Warren Beatty e, além de sucesso de bilheteria, levou para casa 2 óscares de 10 que concorreu.
Então o que tem de novo no filme Estradas sem Lei lançado em março pela Netflix?
O filme é contado do ponto de vista dos policiais e não do casal. Uma das decisões interessantíssimas feitas pelo diretor John Lee Hancock, é a de, em momento algum, chamar atenção para a identidade do casal, mantendo o protagonismo evidenciado com Kevin Costner e Woody Harrelson.
Outro grande acerto do diretor está em uma pontual cena de perseguição, que acaba se transformando em uma grande nuvem de poeira, explorando os recursos de fato disponíveis à época e ajudando a recontar um curioso fato: Clyde era viciado no Ford V6 e chegou a escrever uma carta endereçada à Henry Ford elogiando o carro.
Mas, não nos deixemos enganar por estes dois bons insights do diretor.
Estamos diante de um projeto mediano, é bom que se diga. E ser mediano não é necessariamente ruim, trata-se apenas de um filme que com um bom protagonista, com decisões acertadas, ao mesmo tempo que extremamente “quadradas”, um roteiro que tenta fugir um pouco do óbvio, mas é a obviedade por si só, afinal, policiais que saem da aposentadoria para com todo seu conhecimento e experiência mostrar aos novinhos como se faz, não é algo lá original, e temos um filme inclusive de ação/comédia dedicado a isso: Red – Aposentados e Perigosos.
Assim, o filme que começa na tentativa de fugir do óbvio ao contar a perseguição que terminou na morte de Bonnie & Clyde, termina com a obviedade de um filme comum policial justamente pelos seus medos. Falta ousadia como um todo. Mais quadrada que isso, só a atuação de Kevin Costner, que só não é pior por que Woody Harrelson tem um carisma natural que salva a pele do colega em cena.
Confira o Trailer:
Tem no Netflix e nada mais justo do que dar uma chance ao longa, já que conta um recorte histórico.
Bons filmes e nos vemos em breve! 😉
JOÃO FRANÇA FILHO (@CINESTIMADO)
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