Dirigido por Diego Freitas (O Segredo de Davi), a história de “Depois do Universo” se passa em torno de Nina (Giulia Be), que desde criança sofre de lúpus, mas nunca deixou sua doença atrapalhar o seu sonho de se tornar pianista, contudo, sua situação piora quando seus rins são comprometidos, e, no meio disso tudo, ela conhece Gabriel (Henry Zaga), o médico que começa acompanhar o seu caso. Os dois acabam se envolvendo num romance que pode comprometer o trabalho do jovem residente.
Sem dúvida, a estrutura lembra bastante o famoso “A Culpa é das Estrelas”, mas apesar das diversas semelhanças da adaptação da obra de John Green, “Depois do Universo” tem bastante originalidade, nada a ponto de ser algo inédito, mas ainda sim diferente do filme citado, no mínimo podemos dizer que o diretor colocou o jeitinho brasileiro em sua obra, juntamente com referência ao longa norte-americano, principalmente dentro da estrutura do roteiro que é onde se nota mais essas semelhanças entre os dois filmes.
O romance feito para a história não tem nenhum tipo de desenvolvimento, o roteiro apenas faz os dois se esbarrarem por acaso, e na segunda vez em que se encontram por pura coincidência, ambos já estão praticamente apaixonados um pelo outro. Pelo menos a relação entre os personagens é algo satisfatório, apesar de não ser nada complexo em termos narrativos, o que não foge desse tipo de filme que é focado para um público especifico, o que também chega a ser um acerto da direção em saber exatamente o filme que quer fazer. E o mais importante, saber mexer com os elementos que utiliza, sem precisar transformar nada em alguma coisa marcante ou revolucionária, ao invés disso ele sabe apenas que está repetindo algo que já foi utilizado inúmeras vezes nesse tipo de história, replica o clichê sabendo que é clichê, mas consegue trabalhar isso bem, o que em raros momentos consegue até mesmo disfarçar bem tudo isso, deixando quase imperceptível, por conta de todo o romance mostrado, não importa o quanto piegas seja. Chega a ser até agradável, como a montagem em que a Nina e o Gabriel ensinam suas melhores habilidades um para o outro, que, além de divertido, chega ser até fofo.
No que tange às atuações, por outro lado, fica difícil deixar passar, principalmente falando da cantora Giulia Be, que faz sua estreia como atriz. Apesar dos raros momentos musicais do filme quando se saia bem, pelas demais cenas, percebe-se que ela tem muito o que melhorar, pois não convence ao criar o peso dramático que sua personagem exige. Nina é uma jovem com um futuro promissor e, aos poucos, isso lhe é tirado por conta da doença autoimune e mortal, mas em nenhum momento do filme, nota-se algum tipo de preocupação ou medo vindo dela, já que pode ter a sua vida interrompida de forma súbita. Até mesmo a direção é fraca ao tentar transmitir isso para o espectador que não consegue sentir desespero a cada notícia ruim contada a ela, criando um tom dramático bem fraco. Henry está bem, mas o roteiro também não exige tanto do personagem, apenas está lá para fazer o par romântico com a protagonista, e ajudá-la o máximo possível, seja com sua saúde ou sua carreira na música. Um personagem que consegue roubar a cena é colega de quarto e de trabalho de Gabriel, Yuri (Leo Bahia) que funciona como alivio cômico, além de ter uma personalidade carismática, pois o ator o incorpora com bastante entusiasmo.
A direção aplica boas escolhas para representar certos elementos narrativos, como ilustrar o amor fisicamente através da cor roxa e tons purpura, seja na atmosfera em momentos mais surreais para expor de forma bem exagerada os sentimentos dos protagonistas, ou mesmo mais sutil para demonstrar que algo ou alguém desperta essa emoção da pessoa. Tudo relacionado ao tema do amor é algo bem explorado ao mostrar dentro das reviravoltas boas e ruins, mostrando que, mesmo dentro das dificuldades e obstáculos, tudo isso vale a pena para viver, tentar e persistir por mais um dia.
CONFIRA O TRAILER:
Depois do Universo erra feio na construção do tom dramático, mas em relação ao romance, mesmo não sendo o mais bem desenvolvido que já se viu, funciona dentro do que o filme pede, com o diretor sempre respeitando o limite entre conter a história dentro do seu nível narrativo e nunca o ultrapassar e transformar em algo maior o que o enredo e a premissa estabelece.
NOTA: 7
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