Falamos sobre a dança e seus desafios no Brasil, na semana passada. Hoje, abro espaço nesse “tablado” para a bailarina argentina Florencia Lapido, para dividir com a gente sua batalha em viver dançando e da dança.
A maior parte da vida profissional de Florencia como bailarina foi fora da Argentina, principalmente na Espanha. Há três anos, ela vive da dança Flamenca em Buenos Aires e, por isso, pode atestar que, infelizmente, o mercado é pouco desenvolvido. Não existem empresas sérias e duradouras que produzam boas montagens. Não existe um compromisso dos empregadores para com diretores, coreógrafos e bailarinos. Os artistas não conseguem trabalhos estáveis.
Para ela, não falta talento, falta conhecimento, interesse e investimento na área.
Artista argentino acaba também jogando nas onze: precisa organizar suas próprias produções, ou seja, têm a ideia, produz o trabalho monta a coreografia, buscam salas de espetáculo, chamam músicos e outros profissionais necessários para as montagens e precisam lidar com prazos, custos, ensaios, marketing, gestão de recursos etc. É um trabalho muito duro e que exige versatilidade do profissional. E, além de tudo isso, é um trabalho pouco reconhecido e mal pago.
Minha amiga Florencia demonstra coragem ao pintar um quadro tão desanimador para a dança argentina. E, destaca que existem, claro, casos excepcionais mas, assim é a dança como ela é.
E, apesar dos pesares, ela não desiste, e acredita que é possível viver de dança. Para ela, o importante é ter ideias claras, ser consistente e amar o que se faz. É uma maneira difícil, mas maravilhosa de se viver e, felizmente, nos permite encontrar e conhecer pessoas tão apaixonadas pela dança como você.
É, Florencia, não é fácil… Mas não desistimos. Nunca.
https://www.facebook.com/florencialapidobaileflamenco/timeline