De importância histórica já que essa região foi uma das primeiras ocupadas no Rio de Janeiro, esse cantinho guarda ainda um clima de cidade do interior com suas casas pequenas, janelas e portas abertas, crianças brincando na rua e tradições mantidas em meio aos arranha-céus do centro financeiro da cidade. É uma espécie de viagem a um universo contrastante com os arredores que guarda relíquias históricas e muita cultura, principalmente relacionada a cultura negra.
O ponto de partida é a nova Praça Mauá, símbolo da revitalização da zona portuária do Rio. O Morro da Conceição apresenta ainda um clima de cidade do interior, com ruas calmas e janelas e portas abertas. Não é incomum ver crianças brincando pelas ladeiras e vizinhos conversando na janela ou na porta de casa. Muitas aliás que tem importância história e ainda apresentam em sua fachada a data de quando foram construídas.
Ali também funcionam muitos ateliês de artistas, identificados em sua entrada com uma bola vermelha, e bares e restaurantes bem interessantes: destaque para o Imaculada, charmoso restaurante logo na entrada, e o Armazém da Rua do Jogo da Bola, tradicional boteco local – onde é proibido tirar foto.
O nome do local é porque quando da construção do Mosteiro de São Bento a igreja de Nossa Senhora da Conceição foi transferida para o alto desse morro. A Igreja ainda existe e fica dentro do complexo da Fortaleza Nossa Senhora da Conceição, construída em 1713 para se tornar um dos pontos estratégicos para defesa da cidade do Rio de Janeiro após a invasão francesa dois anos antes, e que abriga hoje o Serviço Geográfico do Exército – onde estão importantes documentos históricos.
Ao lado está o Observatório do Valongo, sede do curso de graduação de Astronomia da UFRJ. Também o Jardim Suspenso do Valongo, construído em 1906, como parte do muro de contenção e concebido para ser um jardim romântico destinado a passeios..
Não vai ficar de fora a Pedra do Sal, que recebe esse nome pois é a rocha onde se descarregava o sal que chegava do cais do porto. Com forte influência cultural dessa época, somada a cultura de estivadores que ali se reuniam após o expediente para rodas de samba, o local é considerado o berço do samba carioca – a Pedra do Sal deu origem aos primeiros ranchos carnavalescos, afoxés e pontos ritualísticos na metade do século XIX. Até hoje o local reúne, principalmente nas segundas e sextas, frequentadores que fazem as tradicionais rodas de samba, tornando o local destino de muitos turistas e moradores que procuram diversão com o samba de raiz.
Nos arredores barracas e bares mantém a tradição de reunião de amigos com alguma influência da culinária da época dos escravos, como o famoso Angu do Gomes que tem como prato principal o angu, um dos pratos que era a alimentação base da população mais pobre e dos africanos escravizados no período colonial e imperial.
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